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Gerson, do Flamengo, acusa jogador do Bahia de racismo: “isso eu não aceito”

Flamengo e Bahia fizeram um duelo quente neste domingo (20), quando o Rubro-Negro venceu por 4 a 3 em partida cheia de reviravoltas. Apesar do jogão, o encontro ficou marcado por uma acusação de racismo do colombiano Juan Pablo Ramirez, do Bahia, contra Gerson, meio-campista flamenguista.

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Ao fim da partida, Gerson disse que Ramirez, autor do primeiro gol do Tricolor, cometeu uma injúria racial durante uma discussão de jogo.

“Quero falar uma coisa: tenho muitos jogos como profissional e nunca vim falar nada porque nunca sofri esse preconceito. Quando tomamos um gol, o Bruno Henrique ia chutar uma bola, o Ramirez reclamou e fui falar com ele, que disse: "Cala a boca, negro". E o Mano precisa aprender a respeitar as pessoas”, disse Gerson.

O episódio ocorreu no início do segundo tempo. Revoltado com a situação, Gerson chegou a discutir com o treinador do Bahia, Mano Menezes, a quem cobrou respeito. Depois da partida, inclusive, o técnico foi demitido pelo Bahia, mas o clube não comentou se a decisão teve relação com a postura de Mano sobre a denúncia de Gerson.

Na madrugada desta segunda-feira, 21 de dezembro, o time de Salvador publicou uma nota oficial afirmando que o Ramírez foi afastado das ativades do clube, embora negue veementemente a acusação. Confira na íntegra a nota do Bahia:

"O Esporte Clube Bahia vem a público se manifestar sobre a denúncia de racismo feita pelo atleta Gerson, do Flamengo, ocorrida na noite deste domingo (20).
O atleta Indio Ramírez nega veementemente a acusação e a ele está sendo dada a oportunidade de se defender de algo tão grave.
O clube entende, porém, que é indispensável, imprescindível e fundamental que a voz da vítima seja preponderante em casos desta natureza.
Assim, decidiu afastar imediatamente o jogador das atividades da equipe até a conclusão da apuração.
O presidente Guilherme Bellintani ligou para Gerson a fim de prestar solidariedade.
"

Indio Ramírez, Mano Menezes e o árbitro da partida, Flavio Rodrigues de Souza, serão intimados pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância a dar depoimento presencial sobre o ocorrido. A delegada Marcia Noeli veio a público nesta segunda-feira (21) para explicar a investigação.

"Instaurei inquérito e combinei com o departamento jurídico do Flamengo para que o Gerson viesse aqui para que pudesse relatar tudo o que aconteceu. Pedi para CBF os documentos referentes ao jogo (súmula). Injúria racial é crime e tem que ser punido. Importante as pessoas entenderem que não pode haver mais racismo", afirmou Noeli.

O JOGO E REPERCUSSÕES PÓS-JOGO

Ainda no primeiro tempo, aos 10 minutos, Gabigol foi expulso por Flávio Rodrigues de Souza após xingar o árbitro. Mesmo com um jogador a menos, o Fla chegou ao segundo gol, mas sofreu a virada aos 14 do segundo tempo, com três gols do Bahia marcados em nove minutos.

Já nos momentos finais, quando a partida parecia definida, Pedro marcou o gol de empate e deu um passe magistral para Vitinho, que virou aos 45, selando a vitória do Flamengo em um dos jogos mais movimentados da temporada até aqui.

Em publicação no Twitter, o VP geral do Flamengo, Rodrigo Dunshee de Abranches, afirmou que o setor jurídico do clube está a disposição de Gerson, e que acompanha o caso de perto.

Em sua conta do Instagram, Gerson fez um desabafo, com uma publicação que diz:

"Amo minha raça e luto pela cor."

O "cala boca, negro" é justamente o que não vai mais acontecer. Seguiremos lutando por igualdade e respeito no futebol - o que faltou hoje do lado contrário. Desde os meus 8 anos, quando iniciei minha trajetória no futebol, ouço, as vezes só por olhares, o “cala a boca, negro”. E eles não conseguiram. Não será agora."

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