Manchester City e Liverpool ficaram apenas no empate dentro do Etihad Stadium, em jogo válido pela oitava rodada da Premier League. Em um primeiro tempo emocionante, contraste à segunda etapa, Mohamed Salah abriu o placar de pênalti para os Reds e Gabriel Jesus igualou. Se dentro do gramado ninguém saiu vitorioso, individualmente foi mais uma vitória pessoal do brasileiro em sua jornada para mostrar que pode ser um dos principais atacantes do futebol mundial.
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“É um grande momento. Nós sabemos que eles trabalham duro e têm vários ótimos jogadores”, disse Gabriel Jesus, logo após o jogo, referindo-se à sua atual fase. Depois que retornou de uma lesão muscular, sofrida no último mês de outubro e que inclusive obrigou Tite a cortar o seu nome da lista de jogadores para a estreia da seleção brasileira nas Eliminatórias, o atacante está com 100% de aproveitamento sob o ponto de vista goleador nos jogos do City: dois gols no mesmo número de jogos. Contabilizando a temporada toda, são três bolas nas redes em três encontros.
O gol sobre o Liverpool, contudo, tem um caráter especial: por ser contra um concorrente direto na disputa do título, ainda que o City esteja no meio da tabela após um início abaixo do esperado; por ter sido o primeiro contra um dos times considerados como Big Six (tidos como os melhores da Inglaterra) desde o marcado sobre o Tottenham, em abril de 2018, e pela forma plástica como foi. Após bela troca de passes, Kevin De Bruyne deu o passe para Jesus, que em um toque tirou Alexander-Arnold da jogada antes de finalizar.
A jogada em si resumiu bastante alguns dos principais atributos do ex-palmeirense: a atenção para se colocar bem na área e a inteligência para tentar o toque que, ainda que parecesse ter sido sem querer, o deixou em boa posição para finalizar – após o duelo, Jesus garantiu que teve a intenção de fazer a jogada como ela aconteceu: “como um atacante é preciso tentar essas coisas”, disse. O chute em si também teve um aceno ao caráter raçudo do brasileiro, que precisou esticar a perna antes que Matip e Alisson chegassem para evitar a finalização.
Apesar de não ter tido um volume maior de chances criadas em relação ao Liverpool (que finalizou mais no total e a gol), o City conseguiu ter as melhores oportunidades. Na maior delas, um pênalti cometido por Kyle Walker, Kevin De Bruyne acabou cobrando para fora. Gabriel Jesus também esteve perto de fazer o seu segundo através de uma cabeçada, mas o empate persistiu até o fim. Ainda assim, Gabriel vai dando resposta às críticas de quem insiste em duvidar de sua capacidade.
Criticar ainda pensando em sua exibição na Copa do Mundo de 2018 é um exagero preguiçoso de quem não acompanha a carreira de Gabriel Jesus, uma vez que o brasileiro já mostrou ter capacidade para atuar entre os melhores do mundo. Mas desde então ele demonstrou em algumas ocasiões uma certa hesitação para finalizar bem algumas bolas, um sintoma, é bom também lembrar, que é visto em outros jogadores do City. E a cada gol perdido, a confiança tende a diminuir. Nesta temporada não tem acontecido desta forma: Gabriel vem marcando até mais vezes do que o esperado.
Na estatística de “gols esperados” do Understat (métrica cada vez mais relevante para mostrar a qualidade das chances de gol em partidas de futebol), Gabriel Jesus tem índice de 0.95 nos seus dois jogos pela Premier League 20-21. Ou seja: dentre as oportunidades que teve, o brasileiro fez mais um gol do que o esperado. É algo que pode lhe dar a confiança necessária para ajudar o Manchester City a subir na tabela, especialmente durante mais um período em que o clube não conta com Sergio Aguero, lesionado. Dentro do Etihad Stadium, nem City ou Liverpool ganharam no encontro válido pela oitava rodada, mas se teve alguém que saiu vitorioso foi Gabriel Jesus.
“Ele foi muito bem. Eu não esperava que ele fosse conseguir aguentar os 90 minutos, mas ele tem um físico muito forte. Ele nos ajudou marcando um fantástico, um gol muito bom, gol de atacante. Foi um bom resultado para ele”, disse Guardiola após o duelo.
