A Colômbia do final dos anos 1980 era um lugar intenso e perigoso. Era o auge do narcotráfico no país sul-americano, que via os cartéis enriquecerem com a venda da cocaína para o mundo todo e ameaçarem a população com violência para garantir seu poder.
Em Medellín quem reinava era Pablo Escobar, e o líder da organização local entrava em conflitos frequentes com rivais de outras cidades, especialmente Cali. E para ferir os adversários, cogitou atacar jogadores de futebol, entre eles Ricardo Gareca.
O argentino, que atualmente comanda a seleção do Peru e já foi treinador do Palmeiras, era destaque do América de Cali, clube que tinha ligações com os irmãos Gilberto e Miguel Orejuela, os chefões do cartel local. Segundo um ex-matador de aluguel, o então atacante esteve na lista negra de Escobar.
Social media"Ricardo Gareca sempre esteve na mira de Pablo Escobar, mas não chegaram a agir. O amor do Patrón pelo futebol salvou Gareca, pois queria atacá-lo, assim como a outros jogadores do América de Cali, e cogitou usar um carro bomba, assim como o cartel de Cali fez com a família do Pablo", disse John Jairo Velásquez, que na época era conhecido como Popeye, em entrevista ao jornal peruano El Popular.
Gareca atuou pela equipe colombiana entre 1986 e 1988 e encerrou a carreira em 1994, pelo Independiente. Em 2015, assumiu o comando do Peru e levou a seleção à Copa do Mundo de 2018. Escobar foi morto no final de 1993 em uma ação da polícia local.


