Entre 2015 e 2021 a seleção da França contou com vários excelentes nomes, mas a posição de centroavante tinha um peso mais forte pela ausência de Karim Benzema, que então não era convocado por um problema extracampo. A titularidade, então, caiu no colo de Olivier Giroud. Mesmo tendo sido titular importante na conquista da Copa do Mundo em 2018, apesar de não ter feito gols ali, ele não conseguiu convencer os críticos de que estava à altura da missão. Agora em 2022, com a seleção francesa novamente sem Benzema, desta vez ausente por lesão, o destino sorriu de novo para Olivier.
E Giroud, ao menos na estreia da França na Copa do Mundo do Qatar, sorriu de volta. Se em 2018 ele havia sido criticado pela ausência de gols, na vitória por 4 a 1, de virada, sobre a Austrália, o camisa 9 marcou dois que lhe colocaram logo ao lado de Thierry Henry na posição de maior artilheiro em todos os tempos de sua seleção. Os franceses seguem como um dos favoritos ao título, mesmo com as lesões que ceifaram vários de seus atletas para este Mundial, mas Copa do Mundo é um torneio de características únicas. Ninguém sabe, com certeza, o que vai acontecer. Entretanto, se Giroud repetir o trabalho feito nos últimos anos pode acreditar que ele será decisivo.
Longe de ter a habilidade de Karim Benzema, atual Bola de Ouro, a comparação com o craque do Real Madrid talvez seja exatamente o que faz muitos olharem com desdém para o seu futebol. Giroud não vai encantar ninguém pelo que faz com uma bola nos pés, mas é daqueles cuja entrega em campo, tanto em disputas físicas quanto em sua boa leitura de jogo, podem ajudar o time de Didier Deschamps. A inteligência tática já foi vista em 2018, na Rússia, no seu Mundial com título mas sem gols. Mas também é importante destacar: o grandalhão de 1,93 metro pode não ser um goleador voraz, mas sabe o que é marcar gols decisivos.
Em torneios de mata-mata, a sua exibição pelo Chelsea na decisão da Europa League de 2015/16, contra o Arsenal, sua ex-equipe, é a que mais fica na memória: o francês abriu o placar e deu a assistência que selou o triunfo por 4 a 1 que garantiu a taça. Mas foi sua temporada mais recente que depõe a seu favor, dentro desta característica de atacante confiável em horas de dificuldade.
Giroud não foi o grande artilheiro do Campeonato Italiano na temporada passada, que marcou o retorno do seu Milan à lista de campeões italianos após um jejum de 11 anos, mas decidiu nos jogos mais importantes – ou contra adversários mais tradicionais ou diante de outros postulantes ao título.
Giroud marcou gols contra a Roma, Lazio, Napoli e, claro, contra a Inter de Milão. Quase sempre garantindo uma vitória difícil. Agora sem tanto peso em suas costas, pela diminuição do favoritismo francês após tantos cortes por lesão, Giroud novamente volta a ser titular da França em Copa do Mundo. Não duvide de sua capacidade para decidir jogos importantes.
