O Flamengo só existe para o futebol porque, no longínquo 19-e-lá-vai-fumaça, um grupo de jogadores insatisfeitos no Fluminense deixaram as Laranjeiras e encontraram no clube de regatas uma alternativa para jogarem com as condições que desejavam. Por isso, a ligação entre Rubro-Negro e Tricolor será sempre umbilical e marcada por disputas em campo e um vai e vem nas relações institucionais fora das quatro linhas.
Essa distinção entre o que acontece no gramado e fora dele nunca ficou tão evidenciada, talvez, quanto no atual momento. Rivais e adversários na semifinal do Campeonato Carioca, em jogo que será disputado neste sábado (06), os clubes firmaram um acordo com o Estado e dividirão a responsabilidade de administrar o Maracanã pelo prazo inicial de seis meses.
Acerto com o Maracanã
A parceria no Fla-Flu causou surpresa na proposta conjunta , especialmente pelo consenso de que o Rubro-Negro tivesse uma fatia maior das receitas por levar, costumeiramente, mais torcedores ao estádio. Juntos durante o processo, os presidentes Rodolfo Landim (Fla) e Pedro Abad (Flu) comemoraram a decisão.
Neste prazo inicial de seis meses, os clubes irão arcar com um custo fixo na casa de R$ 2 milhões mensais, de custos fixos do estádio, além de R$ 166.666,67 também mensais ao Governo do Estado do Rio de Janeiro.
Idas e vindas
Evidente que entre dois dos maiores rivais do futebol brasileira, a relação nem sempre foi de grande cordialidade. Nos últimos anos, por exemplo, as diretorias tiveram problemas uma com a outra. Em 2016, por exemplo, os clubes romperam a aliança feita contra a FERJ (Federação Carioca) em meio a uma briga para decidir aonde seria disputado o Fla-Flu válido pelo Brasileirão.
Quatro anos antes, o Fluminense vinha da conquista do Brasileirão em 2012 e não escondeu a revolta quando a Adidas, em meio a negociações com o Rubro-Negro, deu importância e valores maiores ao Flamengo. Foi o marco inicial que terminou no final da relação entre Tricolor e a empresa alemã, iniciado em 1996 e finalizado em 2015.
Rivalidade em campo
(Foto: Alexandre Vidal / Flamengo)
Houve oportunidades em que a parceria extracampo chegou a dar as caras, ainda que rapidamente, dentro dos gramados. Em 2015, os jogadores se perfilaram no meio-campo com a mão tapado a boca, em protesto à punição sofrida pelo então técnico rubro-negro Vanderlei Luxemburgo , após ter criticado a entidade.
