O Flamengo treinado por Paulo Sousa protagonizou um feito curioso e raro ao bater o Vasco por 1 a 0, no segundo duelo da semifinal estadual, e carimbar sem muito drama sua vaga para a finalíssima do Campeonato Carioca de 2022. Vitórias sobre o Cruz-maltino não têm sido raridade ao Rubro-Negro, que levou a melhor em oito dos últimos dez duelos, mas se a história do jogo mostra que vencer um grande rival é sempre motivo para alegria, a maior parte dos flamenguistas vai na contramão desta sensação: não estão convencidos, tampouco satisfeitos.
Esta sensação por parte dos rubro-negros, nada impressionados com o início do trabalho de Paulo Sousa apesar das nove vitórias e apenas uma derrota em seus 12 jogos, pinta um quadro complexo: é, ao mesmo tempo, um retrato da expectativa enorme dos flamenguistas, ainda reféns das sensações espetaculares daquele histórico 2019, e a imagem mais clara de uma superioridade sem precedentes do Flamengo sobre todos os seus maiores rivais cariocas ao mesmo tempo.
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Um atestado desta superioridade veio nas palavras de Zé Ricardo, técnico vascaíno, que após a derrota lembrou a “diferença considerável de momentos” entre os clubes e também disse estar orgulhoso do futebol apresentado pelos seus comandados.
Claro, o treinador precisa pensar no processo de seu trabalho e identificar friamente as coisas boas e ruins que acontecem em uma partida. Mas ao torcedor vascaíno, que merece “dias mais felizes, dias melhores”, segundo palavras do próprio Zé Ricardo, o importante naquele momento era vencer o rival independentemente de qualquer coisa.
Paulo Sousa também manteve a frieza após a vitória. Também está pensando no processo de seu trabalho e identifica os pontos positivos e negativos deste seu Flamengo. O técnico português reconheceu, após o triunfo sobre o Vasco que levou o Rubro-Negro à final, que o futebol de seu time, de fato, está aquém das possibilidades que o elenco lhe oferece. E creditou a isso à dificuldade que alguns jogadores estão apresentando para assimilar suas estratégias, dentro do contexto também da mudança do desenho tático do time em relação a anos anteriores.
“Vejo jogadores com bastante compromisso, nem sempre regulares, alguns com dificuldade de entendimento estratégico, o que é normal, temos pedido coisas diferentes. Precisamos de todos, do compromisso com o time, sobretudo sem bola. Que todos estejam muito disponíveis, que entendam estrategicamente o que tem que ser feito. E que possamos traduzir nosso domínio e que sejamos mais efetivos”, afirmou o português.
FlamengoAs finais do Carioca serão entre o finalzinho de março e o início de abril. Até lá, o Flamengo terá alguns dias para treinar com Paulo Sousa. Os principais objetivos da temporada são os títulos da Libertadores e Brasileiro, seguido pela Copa do Brasil, onde a tendência é que siga tendo em Palmeiras e Atlético-MG seus principais antagonistas.
Quanto ao Carioca, seja para o próprio Paulo Sousa quanto para os torcedores rubro-negros, a única forma da equipe convencer será massacrando seus rivais cariocas, seja em volume de jogo ou no placar em si. A disparidade de forças é tão grande que nem mesmo a vitória sobre um grande rival em uma semifinal gera a alegria que um dia chegou a proporcionar.
Em relação a Fluminense, Botafogo e Vasco, fica a esperança de dias melhores.
