Por Bruno Guedes - @brguedes
A estreia do técnico Jorge Jesus não foi como muitos sonhavam em termos de resultado, mas mostrou como o português pode e vai ajudar o Flamengo. Em um grande jogo contra o Athletico-PR, em Curitiba, ideias não faltaram e muito menos ousadia. Com apenas 20 dias de trabalho, o time demonstrou novos comportamentos com e sem a bola, algo que não tinha antes da sua chegada.
Os primeiros trinta minutos do Rubro-Negro na Arena da Baixada mostraram uma equipe ansiosa e com muitas tomadas de decisões erradas. A defesa alta e a organização, marcas do Jorge Jesus por onde passou, foram os destaques. Por conta disso, o Athletico, muito bem treinado pelo técnico Tiago Nunes, forçou bolas longas e ligações diretas tentando pegar jogadores em velocidade. Por duas vezes quase conseguiram.
Por conta desse posicionamento defensivo, Arrascaeta e Vitinho precisaram voltar bastante para recomposição com Renê e Rodinei, respectivamente, pelos lados do campo. Ainda sem esses hábitos, ambos meias-atacantes foram mal no primeiro tempo. Tanto no ataque, quanto na defesa.
Sobrecarregaram o volante Cuéllar, que por isso saiu para que o time ganhasse maior circulação da bola. Jesus então foi ousado, colocando apenas Arão como volante de origem. Porém, o buraco que ficava à frente do sistema defensivo desapareceu. Problema crônico na época do Abel Braga, agora o 4-4-2 sem a bola posicionou as linhas de forma com que o Athletico tivesse apenas os lados do campo para a criação.
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ReproduçãoNa saída de bola manteve a postura de adotar ideias bastante próximas à Lavolpiana. É quando um volante fica entre os dois zagueiros, inicia a transição pro ataque e libera os dois laterais para fazerem a amplitude pelos lados. Essa ideia é muito usual na Europa, quando o técnico tenta "alargar" a equipe no campo do adversário, forçando a abrir a defesa e achar espaços.
ReproduçãoOfensivamente, Flamengo fez bastante um 3-3-4, com dos extremos bem abertos. Os laterais ou os meias pelos lados faziam essa tarefa, empurrando Gabigol e Bruno Henrique por dentro. Gabriel, aliás, perdeu duas chances decisivas desta maneira.
O Athletico teve 17 finalizações e 4 na direção do gol. Já o Flamengo teve 9 e com as mesmas 4 chances para defesa do goleiro. Tais números mostram como a objetividade aumentou.
Foi a primeira partida. Não se pode tomar conclusões para o bem ou para o mal. A tendência é a melhora. Ideias há. Trabalho também. E depois dessa boa estreia, a torcida se animou.
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Bruno Guedes é músico, apaixonado por futebol e beisebol. Brasiliense por certidão e carioca de coração, acredita no futebol brasileiro e tem Romário como o maior jogador que viu dentro das quatro linhas. |



