Após 38 anos o Flamengo voltou a ser campeão da Libertadores e chegou à final do Mundial de Clubes, onde reencontra o Liverpool neste sábado (21). A equipe de 2019 já está na história como uma das melhores do Rubro-Negro em todos os tempos, mas quem é melhor na comparação individual deste Fla com o de 1981?
Nesta comparação, levamos em conta o histórico dos jogadores do passado até a véspera da final de 1981. Afinal de contas, muitos deles seguiriam construindo uma belíssima história e só o futuro pode dizer o que vai acontecer com os atuais heróis.
Ainda que muitos possam discordar, ou até mesmo ficarem ofendidos com alguma escolha, é o tipo de brincadeira que qualquer torcedor gostaria de poder fazer: afinal de contas, quer dizer que o seu clube não fica apenas olhando para trás.
Raúl Plassmann vs Diego Alves
(Foto: Divulgação/Flamengo)
A posição do goleiro é a que, mais do que todas as outras, passou pela maior evolução. Tanto fisicamente quanto na necessidade de se usar os pés, algo que não era tão importante antes de 1993 (ano em que foi proibido pegar com a mão um recuo de um companheiro de time).
Por isso, na teoria Diego Alves é mais bem preparado para a sua posição do que havia sido Raul. Esta é a análise fria, mas uma avaliação mais aprofundada precisa contextualizar as épocas. E em sua época o Raul de 1981 já era um gigante do futebol brasileiro, com títulos marcantes pelo Cruzeiro e pelo próprio Flamengo. Diego Alves, por outro lado, teve seus principais títulos da carreira apenas em 2019.
Titular: Raul Plassmann.
Leandro vs Rafinha
Marcelo Cortes / Flamengo(Foto: Marcelo Cortes / Flamengo)
Por mais importante que Rafinha venha sendo pelo Flamengo, e por mais vitoriosa que seja a sua carreira no futebol europeu, não tem como tirar Leandro da lateral-direita. Além de ter sido um dos maiores craques daquela era rubro-negra, o “Peixe Frito” é considerado um dos maiores nomes de sua posição na história do nosso esporte.
Titular: Leandro.
Marinho vs Rodrigo Caio
Getty Images(Foto: Getty Images)
Vinte e seis anos, um estadual, Brasileirão e Libertadores conquistados antes do Mundial e com uma passagem anterior pelo São Paulo. O roteiro de Marinho e Rodrigo Caio é muito parecido.
Rodrigo Caio, contudo, além de dar segurança à defesa e bom passe para iniciar as jogadas, também costuma levar mais perigo ao gol adversário: em 2019, foram cinco tentos; Marinho, em toda sua passagem pelo Fla, somou seis.
Titular: Rodrigo Caio.
Mozer vs Pablo Marí
Reprodução(Foto: Reprodução)
Por mais importante que o espanhol tenha sido para a defesa rubro-negra, Mozer já era visto como um grande jogador: havia conquistado títulos brasileiro e estadual, enquanto que Marí chegou ao Brasil como um desconhecido da segunda divisão de seu país.
Titular: Mozer.
Júnior vs Filipe Luís
Divulgação/Flamengo(Foto: Divulgação/Flamengo)
Sabe tudo o que você leu, um pouco mais acima, sobre Leandro e Rafinha? O mesmo se aplica a Júnior e Filipe Luís, na lateral-esquerda.
Titular: Júnior.
Andrade vs Willian Arão
Nenhum jogador evoluiu mais do que Willian Arão desde a chegada de Jorge Jesus. Antes, sua carreira era repleta de inconstâncias. Andrade, por outro lado, já era um bastião do Flamengo pelo menos desde 1979.
Titular: Andrade.
Adílio vs Gerson
Gerson já chegou ao Flamengo fazendo a diferença, mas sua passagem pela Europa não havia sido das melhores. Antes do Mundial de Clubes de 1981, Adílio já era respeitado há mais tempo como um dos maiores craques em sua posição.
Titular: Adílio.
Zico vs Arrascaeta
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Em primeiro lugar, é bom voltar a destacar que as equipes de 1981 e 2019 jogam com desenhos táticos diferentes. O time de Carpegiani foi um dos primeiros clubes brasileiros a atuar no 4-2-3-1, enquanto a equipe de Jorge Jesus faz variações de um 4-4-2 (embora por vezes também atue em um 4-2-3-1).
A escolha por Arrascaeta, e não Everton Ribeiro, para ser a comparação de Zico se dá pela participação maior em assistências e gols do uruguaio, que por mais importante que seja não fica com a vaga de Arthur Antunes Coimbra.
Titular: Zico.
Tita vs Everton Ribeiro
Getty Images(Foto: Getty Images)
Tita foi um dos grandes jogadores do futebol brasileiro em todos os tempos. Um meia habilidoso que foi para a ponta-direita porque o seu concorrente era Zico. Na época da decisão do Mundial em 1981, também já havia colecionado títulos pelo Flamengo.
Everton Ribeiro também já havia se garantido na história antes mesmo de chegar ao Fla. Pelo Cruzeiro, foi decisivo nas conquistas dos Brasileirões de 2013 e 2014. E, com menos gols mas orquestrando com enorme classe as fases finais de ataque, fez o mesmo agora em 2019.
Titular: Everton Ribeiro.
Lico vs Bruno Henrique
Getty Images(Foto: Getty Images)
O ponta-esquerda de 1981 teve grande importância, mas até aquela mágica temporada não havia tido uma carreira das mais regulares. Bruno Henrique já havia se colocado entre os principais nomes do país pelo que havia feito no Santos, e em 2019 é, estatisticamente, o jogador mais decisivo do Rubro-Negro.
Titular: Bruno Henrique.
Nunes vs Gabigol
Getty Images(Foto: Getty Images)
Provavelmente a disputa mais parelha de todas. Dois “artilheiros de decisões”. Gabriel Barbosa quebrou recordes goleadores em 2019 e, com a bola no pé, sabe jogar mais em relação a Nunes, que era o homem do último toque.
O camisa 9 de 1981 fez dois gols na vitória por 3 a 0 sobre o Liverpool, mas como o que norteia esta seleção é o momento atual comparado ao anterior àquele duelo no Japão, Gabigol ganha por detalhes: afinal de contas, praticamente “salvou” o título da Libertadores e quebrou recorde artilheiro de Zico no Campeonato Brasileiro.
Titular: Gabigol.
Carpegiani vs Jorge Jesus
Flamengo x Corinthians(Foto: Getty Images)
Paulo César Carpegiani mal pendurou as chuteiras, no próprio Flamengo, e virou treinador em 1981. Jorge Jesus já tinha uma carreira bem importante em Portugal antes de vir para o Rio de Janeiro. Exatamente por isso, Jorge Jesus é a nossa escolha nesta comparação.
Escalação: Raul Plassmann; Leandro, Rodrigo Caio, Mozer, Júnior; Andrade e Adílio; Everton Ribeiro, Zico e Bruno Henrique; Gabigol. Técnico: Jorge Jesus.
