Quando chegou ao Athletico em maio, o multicampeão Luiz Felipe Scolari tinha a missão de dar estabilidade a um elenco ainda em formação. Para piorar, o clube havia acabado de sacar o técnico Fábio Carille com menos de um mês de trabalho, aumentando a desconfiança da torcida com relação ao planejamento da temporada.
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A perspectiva não era das melhores, mas Felipão fez o que sabe fazer: uniu o elenco em torno daquilo que chamou de “Família Athletico”, encontrou as melhores peças para a composição do time, simplificou processos táticos e, aos poucos, foi transformando em vitórias todo o potencial do elenco mais caro da história do clube (R$ 77 milhões!).
Logo na estreia como técnico atleticano, Felipão confirmou, sem sustos, a classificação do clube às oitavas de final da Copa do Brasil, goleando o Tocantinópolis por 4 a 0 em casa. Uma semana depois, o técnico já estava novamente à beira do gramado para tentar recuperar a equipe, desta vez na Copa Libertadores.
Mesmo em um grupo simples, o time havia feito um 1º turno pífio: empate sem gols com o Caracas na Venezuela, vitória magra sobre o The Strongest em Curitiba e derrota também magra para o Libertad no Paraguai. Para piorar, o 2º turno havia começado com uma derrota histórica por sonoros 5 a 0 para o The Strongest, resultado que derrubou Carille.
Com Felipão, porém, as coisas mudaram. O time engatou uma ótima sequência de vitórias pelo Brasileirão e, na Libertadores, venceu Libertad e Caracas diante da torcida, na Arena da Baixada. Foi o suficiente para terminar em 2º lugar no grupo e encarar, por obra do destino, o mesmo Libertad nas oitavas.
Desta vez, o elenco já habituado ao novo comandante respondeu à altura e garantiu a classificação às quartas da Liberta, com uma vitória em casa e um empate fora. Naquela altura, a fase era tão boa que até o time reserva fez história ao impor ao Palmeiras uma derrota em seu estádio, algo que não acontecia havia muito tempo.
Com o tempo, Felipão foi adaptando seu estilo às características históricas do Furacão, especialmente o contra-ataque em velocidade. Recuperou a performance de velhos ídolos como Pablo, deu confiança a jovens promessas como Khellven, Abner e Vitor Roque, e encaixou novas peças como Fernandinho e Alex Santana, recém-chegados da Europa.
Dessa forma, o Athletico foi alternando bons resultados no Brasileirão com classificações importantes em torneios eliminatórios, o que deu casca ao time. Na Copa do Brasil, eliminou o Bahia com duas vitórias e só caiu nas quartas para o Flamengo porque Pedro achou um gol de bicicleta. Na Libertadores, a mesma coisa: apenas 1 a 0 no agregado contra o Estudiantes, mas, desta vez, a favor do Furacão, em um belo gol de Vitor Roque.
A partir dali, tudo era possível para elenco, diretoria e torcida. A classificação para a semifinal da Libertadores, depois de uma primeira fase sofrida com direito à goleada histórica na altitude, troca de técnico e mudanças no elenco, parecia o auge (e o limite) daquela equipe no ano.
Mas Felipão tinha um plano e o executou com maestria: depois de uma vitória magra em casa diante do poderoso Palmeiras, conseguiu um empate heroico nos minutos finais da partida em São Paulo e concretizou o sonho do acesso à final da Libertadores, 17 anos depois da primeira tentativa do Athletico.
O capítulo final dessa trajetória de sucesso de Felipão no Athletico (pelo menos a primeira temporada, digamos assim) se dará neste sábado (29), a partir das 17 horas, na longínqua Guayaquil, no Equador. Serão 90 minutos de sangue, suor e lágrimas para tentar ficar com o tão sonhado título da Libertadores, a maior obsessão do clube em seus quase 100 anos. Se vai dar certo, ninguém sabe. Mas talvez Felipão tenha um plano…
