Diogo - Buriram United - 08/2018

Exclusivo! Logo atrás de Messi e CR7 em lista dos maiores goleadores do ano, Diogo vibra com ótimos números na Tailândia


GOAL Por Fernando H. Ahuvia e Rodrigo Hoschett

Diogo nunca foi um grande goleador nas passagens que teve por Palmeiras, Santos, Flamengo, Portuguesa e Olympiacos, da Grécia. Desde 2015, porém, quando se transferiu para o Buriram United, da Tailândia, o atacante se tornou um matador implacável e alcançou números impressionantes. São 156 jogos e 133 gols marcados, média de 0,85 tento por partida. Além disso, deu 44 assistências e foi o principal responsável por fazer a equipe conquistar 11 títulos. 

“Claro que é difícil você falar que vai atingir números tão expressivos rapidamente, mas em todos os lugares que estou sempre procuro dar o meu melhor e também dei muita sorte de cair em um time grande e forte como o Buriram Fico feliz por estar passando por esse grande momento e ”, afirmou em entrevista exclusiva à Goal Brasil.

Diogo PS - 12/12/2018Goal

Em 2018, foram 43 gols em 51 duelos, além de 13 assistências. Grandes números que colocam Diogo em quarto lugar na lista de maiores goleadores do futebol mundial no ano, atrás apenas de Cristiano Ronaldo (45), Messi (47) e Baghdad Bounedjah (56).

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“Fico muito feliz e contente, mas não tem nem como comparar com Messi e Cristiano Ronaldo... São bons números, mas não tem como comparar com essas duas feras aí não”, declarou Diogo, que também fez questão de elogiar Neymar.

“Também tive a felicidade de jogar com o Neymar no Santos. Sem dúvidas, ele está ao lado do Cristiano e do Messi entre os três melhores jogadores do mundo”, acrescentou.

Diogo - Buriram United - 08/05/2018Pakawich Damrongkiattisak/Getty Images
(Foto: Pakawich Damrongkiattisak/Getty Images)

No futebol brasileiro, Diogo ressalta que as lesões acabaram o atrapalhando no Santos e no Palmeiras, mas admite que no Flamengo poderia ter rendido mais.

“Pensando depois, acho que o clube que fui um pouco abaixo foi o Flamengo. No Santos comecei bem, mas depois tive uma lesão séria nas costas. O time era muito bom e estava voando quando eu voltei, aí acabei perdendo um pouco de espaço. Já no Palmeiras, foi complicado. Tive quatro lesões no ano, então toda vez que eu conseguia manter a titularidade vinha uma nova lesão e isso dificultou bastante. Mas tudo serve como aprendizado e fica a gratidão a todos esses clubes”, analisou.

Confira abaixou outros trechos da entrevista de Diogo à Goal Brasil

Goal – Falta só um gol pra você alcançar a marca de 200 na carreira. O que esse número representa pra você?

Fico muito contente e feliz. Claro que será muito bom para mim e para os meus filhos, quando crescerem, terem a oportunidade de ver que realizei o meu sonho de infância. Pra mim é um motivo de orgulho e espero que esse gol possa sair já no primeiro jogo da temporada (risos).

Goal – A cada ano você estabelece um novo recorde na Tailândia. Talvez o que esteja faltando seja a Champions da Ásia. Acha possível almejar esta conquista?

É um privilégio poder desfrutar desse sonho que muitos almejam de ser jogador profissional e quando você alcança ele pensa em melhorar a cada ano... É difícil ganhar, principalmente se olharmos a força dos outros times que tem na Champions League da Ásia, mas esse é o nosso objetivo e temos que acreditar que é possível a gente alcançar.

Goal – China, Japão e Oriente Médio são os destinos mais conhecidos quando se fala em futebol na Ásia. O que te levou a tomar a decisão de ir jogar na Tailândia?

Não tem como negar que a primeira coisa que me atraiu foi o lado financeiro, mas depois que cheguei à Tailândia me surpreendi positivamente. O povo é muito receptivo, carinhoso e trata todos muito bem. Além disso, nunca imaginei que encontraria uma estrutura tão boa.

Diogo - Buriram United - 08/2018
(Foto: Divulgação/Buriram United)

Goal – Qual o interesse da população tailandesa com o futebol e como é a paixão dos torcedores?

Perguntei para meus companheiros tailandeses qual hoje é o primeiro esporte no país. Apesar da fama do Muay Thai, eles disseram que hoje as pessoas já preferem o futebol. Nosso estádio sempre recebe um bom público, cerca de 15 mil pessoas em média e mais ainda nos jogos decisivos e importantes. Para um país onde o futebol começou a se popularizar agora, isso mostra o quanto eles gostam.

Goal – Nesse período aí você tem muitas histórias engraçadas pelas quais já passou né. Tem uma pra contar pra gente?

Eles são bem brincalhões. Ter dançado na hora da apresentação foi espetacular, porque eu nunca esperava isso. A gente também tem o que chamamos de Ice Breaker (Quebrador de Gelo), que é como se fosse uma gincana para conhecer e interagir com os novos companheiros. Aí cheguei, ainda estava no fuso horário, tinha que acordar cedo, porque fazemos o treinamento com os militares... Por causa do fuso, fui dormir às 5h, acordei às 7h e qualquer coisa que você faz errado ele já manda você pagar 10 (flexões). Aí falei para um outro brasileiro “Cara, não vou aguentar isso aqui não. Vou ficar uma semana nesse clube e vou embora” (risos). Só que isso faz parte, depois você acaba entendendo e depois tudo vira brincadeira.

Goal – O idioma é uma dificuldade para conseguir viver na Tailândia?

É o mais complicado, mas o povo aqui é tão carinhoso e receptivo que você acaba conseguindo se virar. A gente se comunica em inglês, temos um tradutor quando precisamos também, então a gente se adapta.

Goal – E a comida tailandesa? Já se arriscou a provar algo mais exótico?

A comida em geral tem bastante pimenta, então acabo gostando. Já essa parte mais exótica quando vem algum amigo ou parente me visitar, faço a brincadeira que tem que comer, mas não dá pra arriscar toda hora não... Eu já comi gafanhoto, que tem sabor de asinha de frango e é gostoso.

Goal – Já deu pra conhecer os principais pontos turísticos da Tailândia?

Conheci as ilhas, são lindas. A Tailândia também é próxima a outros países, então procuro viajar sempre que tem oportunidade, mas também temos muitos jogos durante o ano, então é difícil você pegar uma folga pra viajar.

Diogo - Buriram United - 14/03/2018Buddhika Weerasinghe/Getty Images
(Foto: Buddhika Weerasinghe/Getty Images)

Goal – Você surgiu para o futebol na Portuguesa. Como é ver o clube nessa situação complicada hoje em dia?

É triste, ainda mais para quem veio das categorias de base. Cheguei na Portuguesa com 13 anos, fiquei até os 21 e depois voltei novamente. Sem dúvidas é triste, mas acho que também colheu um pouco do que plantou de coisas erradas lá atrás de dirigentes, mas é muito triste para um clube que revelou tantos jogadores importantes, inclusive para a nossa Seleção. A gente fica chateado, comenta com alguns amigos da época ou quando encontro algum torcedor e o pessoal sente bastante.

Goal – Por ter sido palmeirense na infância e ter jogado lá como é ver esse momento do clube? Tem o desejo e acha que ainda dá pra voltar ao clube?

Se não da pra assistir, entro na internet depois. Pra você ver como é engraçado. Na minha infância, por causa do meu avô e do meu tio, era palmeirense fanático, mas como fui novinho para a Portuguesa acabei pegando um carinho grande e que ficou até maior. Depois, fui para o Palmeiras e voltou toda aquela coisa de infância, de relembrar do aniversário com bolo do time, os ídolos... Quem não jogava bola quando criança e colocava o nome do jogador favorito, como Evair e Edmundo. (Ter jogado lá) fez esse carinho ficar muito grande, então tento acompanhar bastante.

Goal – Você tem mais um ano de contrato com o Buriram. Qual o seu pensamento para o futuro?

No futebol não conseguimos prever o que vai acontecer, mas tenho mais um ano de contrato, pretendo cumprir e depois vamos ver o que será do futuro. 

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