Bruno Henrique Flamengo Santos Copa do Brasil 28062017

Exclusivo! Dono de números invejáveis em 2017, Bruno Henrique valoriza identificação com Santos e espera títulos em 2018


GOAL Por Fernando H. Ahuvia e Rodrigo Hoschett

Gols, assistências, velocidade nas arrancadas, dribles desconcertantes, visão de jogo refinada, boa finalização... A primeira temporada de Bruno Henrique com a camisa do Santos superou todas as expectativas e desconfianças. Em janeiro, os R$ 13,5 milhões desembolsados para tirar o jogador do Wolfsburg, da Alemanha, chamaram a atenção por conta de o negócio ter sido responsável pelo maior investimento da gestão do presidente Modesto Roma Júnior. No fim de 2017, porém, os números que impressionam são outros.

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Principal jogador de linha do Peixe no ano, o camisa 27 correspondeu com sobra às expectativas. Foi o artilheiro da equipe em 2017, com 18 gols, sendo oito deles no Brasileirão, onde foi o segundo maior garçom de toda a competição, com 11 assistências, atrás apenas de Gustavo Scarpa, e o terceiro com mais participações diretas em tentos (19), sendo superado apenas pelos artilheiros Henrique Dourado (20) e Jô (21). Por tudo isso, nada mais justo para ele, então, do que encerrar a temporada com o Prêmio Goal Brasil como um dos melhores atacantes do principal campeonato do país.

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“Isso mostra o fruto do trabalho. Graças a Deus, feliz pelo meu momento, por tudo que fiz desde quando vim para o Santos. Cheguei com desconfiança, contratação mais cara do Modesto, falaram muita coisa fora de campo a meu respeito, mas procurei focar no meu trabalho, porque sabia que poderia dar resultado”, declarou Bruno Henrique à Goal Brasil.

Bruno Henrique - Brasileirão PS - Santos - 19/12/2017Goal Brasil

O atacante, aliás, afirmou que sempre se sentiu em casa desde o momento em que foi apresentado como novo reforço do Alvinegro praiano e fez questão de valorizar toda essa sua identificação com o Santos.

“Desde quando entrei do portão pra dentro já me senti em casa. Parecia que tinha três anos que estava aqui. Já acompanhava o Santos jogando desde a época do Robinho, Diego e depois mais ainda quando o Neymar surgiu também. Sempre me identifiquei e me espelhei no Santos pelo meu estilo de jogo e os jogadores que tinham de velocidade e drible. Quando a oportunidade surgiu não pensei duas vezes e vim sabendo que poderia dar resultado”, comentou.

Agora, Bruno Henrique espera na próxima temporada poder conquistar títulos com a camisa do Santos, algo que ficou faltando para que 2017 fosse um ano ainda mais perfeito na sua carreira.

“Foi uma temporada difícil, ano de eleição. Fizemos o que deu. Consegui exercer meu papel dentro de campo, mas trocaria meus prêmios individuais por um título. Infelizmente não deu. Esperamos que em 2018 o Santos venha forte para poder disputar o título brasileiro, que está sempre batendo na porta, a tão sonhada Libertadores novamente e o Paulistão também. Poder desfrutar de um título é muito bom e o Santos, pela grandeza que tem, deve estar sempre na briga em todas as competições que estiver disputando”, ressaltou.

Bruno Henrique PS - Santos - 19/12/2017

Nesta entrevista exclusiva, Bruno Henrique ainda falou sobre os três treinadores que passaram pelo clube na temporada, o início da sua carreira, sua passagem pelo Wolfsburg, os seus planos para o futuro e o sonho de chegar à Seleção Brasileira. Confira o bate-papo!

Goal – Numa entrevista à Goal lá em 2015, você contou pra gente que antes de se profissionalizar chegou a passar fome, trabalhar como recepcionista para ajudar nas despesas, morar em alojamento... Hoje, como é relembrar de tudo isso que você passou até chegar aqui?

Meu sonho sempre foi estar em um time grande, então sempre procurei dar o meu melhor nos jogos e treinos para poder ser olhado de uma forma diferente. Isso aconteceu. Fui jogar no Goiás, que é um time grande também, fui visto por vários outros clubes do Brasil em 2015 e acabei optando em ir para um grande clube lá fora (Wolfsburg). Disputei a Uefa Champions League e hoje estou aqui no Santos.... Tudo isso em pouco tempo, mas só eu sei o que passei. Se estou aqui hoje foi por força de vontade minha, trabalho, perseverança, fé e minha família.

Goal – A sua chegada ao Santos foi por um pedido do Dorival. O que falar dele?

Tenho um carinho enorme pelo Dorival. É um excelente treinador. Ele já vinha me monitorando desde 2015 e havia pedido a minha contratação quando estava no Goiás, mas acabou não dando certo e fui para o exterior. Graças a Deus as coisas deram certo depois. Infelizmente foram poucos meses, mas no tempo que estivemos juntos ele me ajudou e aprendi muitas coisas.

Goal – E sobre o Levir, o que dá pra dizer?

É uma pessoa muito bacana também. Cara bem amigo, brincalhão, vencedor e campeão. Passou por grandes clubes e sempre deixou a marquinha dele. Aqui não conseguiu ser do jeito que a gente queria, mas, no tempo que ele ficou, tentou fazer o que podia. É outro técnico que vou ter um carinho muito grande por ter me ajudado a crescer ainda mais aqui no Santos.

Bruno Henrique Santos FC 24 09 2017Ivan Storti/Santos FC
(Foto: Ivan Storti/Santos FC)

Goal – Na reta final de 2017, vocês foram comandados pelo Elano. Como foi ter uma pessoa que até pouco tempo estava do lado de vocês como jogador e também é ídolo do Santos?

Você disse tudo. É um ídolo do clube, estava até pouco tempo jogando aqui e agora já assumiu como treinador. Isso não é pra qualquer um. Não tive o prazer de jogar com ele, mas vi partidas dele e a qualidade sempre foi alta. Se tive um 2017 tão bom ele é um dos responsáveis seja no período em que era auxiliar ou agora como treinador.

Goal – Que avaliação você faz da sua passagem pelo Wolfsburg? Faltou paciência por parte deles e isso fez com que você decidisse voltar para o Brasil?

Na Europa, acho que eles não têm muita paciência. Na Alemanha, foi isso que aconteceu (comigo). Joguei contra o Real Madrid, fiz um grande jogo, meu primeiro como titular, numa prova de fogo na Champions League. Já me sobressaí, dei passe para gol, mas logo em seguida fui sacado e nem sei o que aconteceu. Depois disso, ainda me lesionei, as coisas não aconteceram como eu esperava e optei por voltar para o Brasil. Já não estava sentindo aquela vontade de jogar e treinar e isso para um jogador de futebol é complicado... Não pensei duas vezes, sem olhar para trás, sabia que tinha contrato, mas o que importava era estar feliz e lá não estava. Procurei clubes onde iria estar feliz e quando apareceu a oportunidade do Santos não pensei duas vezes.

Goal – Hoje, você ainda tem o desejo de retornar à Europa?

Tenho mais três anos de contrato e estou muito feliz aqui. Meu pensamento agora é continuar jogando bem no Santos para ajudar a equipe a conquistar muitos títulos. Depois, podemos ver o que é melhor para mim, minha família e para o clube, mas meu pensamento é cumprir meu contrato.

Goal – O objetivo de chegar à Seleção é algo que você ainda acredita para a Copa ou acha que já está mais difícil?

Vou continuar trabalhando, mas não vou pensar nisso agora. É claro que quero estar na Seleção e esse é um sonho que tenho desde criança, mas preciso focar em manter um bom rendimento, ajudar o Santos a conquistar títulos para, se possível, buscar esse objetivo de ser convocado.

Bruno Henrique Flamengo Santos Copa do Brasil 28062017
(Foto: Pedro Martins/MoWa Press)
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