haaland guardiola(C)Getty Images

Erling Haaland, o inesperado para o Manchester City vencer a Champions League que tanto sonha

Jogo de mata-mata na Champions League, oitavas de final. À beira do gramado, Pep Guardiola vê como adversário uma equipe de valor, que briga na parte de cima do Campeonato Alemão. Apesar de sempre atento para o jogo em conjunto de seu time, o catalão não tem como fugir das perguntas sobre uma grande individualidade na classificação às quartas: aquela que marcou cinco gols em uma só partida, entrando na lista de “maiores artilheiros de um jogo só”. Guardiola teve que falar de Messi, e agora, mais de uma década depois, fala de Erling Haaland.

Em 2012, Messi enfileirou cinco gols sobre o Bayer Leverkusen com a camisa do Barcelona. Agora em 2023, contra o RB Leipzig, Erling Haaland fez o mesmo representando o Manchester City. As coincidências param por aqui. O argentino já tem a sua história quase toda bem estruturada no futebol, enquanto o norueguês ainda vai completar 23 anos. E enquanto Messi, que já foi ponta e Falso Nove e clássico camisa 10, possui todos os atributos de peça perfeita para o futebol idealizado por Guardiola, Haaland, uma versão atualizada do clássico centroavante, o Nove Verdadeiro, é o oposto disso.

Haaland chegou ao Manchester City, na atual temporada, pela insistência do clube em contratar um atacante que faça os gols que teimam em, por várias razões e quando o time mais precisa, não acontecer na Champions League – foi assim no vice-campeonato para o Chelsea, em 2021, e na dolorida eliminação frente ao Real Madrid no ano seguinte. O debate levantado foi sobre como um atacante grandalhão, de referência na área e de rápidos contra-ataques, se encaixaria no estilo de futebol mais fluido, de valorização máxima da posse de bola e participação defensiva sem ela. O estilo do jovem norueguês foge do estilo de Guardiola. E é por isso que o artilheiro chegou com um certo rótulo de contratação inesperada.

Erling Haaland Manchester City LipsiaGetty

Só que o Manchester City espera conquistar a sua tão sonhada Champions League. E para transformar este sonho em realidade, não quer depender apenas de estilos. A busca é por consumar logo este desejo, que, segundo reconheceu o próprio Guardiola em entrevista recente, é o que vai acabar rotulando todo o seu trabalho no Etihad Stadium, apesar do domínio doméstico. O futebol moderno é implacável. Mas apesar de tudo isso, há uma adaptação: Haaland busca entregar um pouco mais da participação geral que Guardiola pede em campo, enquanto o próprio Guardiola alivia um pouco na obsessão pelo estilo de jogo que mais lhe apetece. O resultado tem sido positivo, especialmente na Champions League, pois o resultado vem com um grande número de gols marcados.

"O Erling (Haaland) foi incrível, mas todo mundo esteve excepcional. Foram cinco gols em 60 minutos, eu não sei o que aconteceria se ele ficasse os 90 em campo. Ele é um cara incrível, com muito talento, poder e mentalidade. Ele é um vencedor voraz. Marcamos (no passado) quatro gols aqui contra o Real Madrid, seis no Monaco, quatro sobre o Tottenham e todas estas vezes acabamos sendo eliminados porque sofríamos gols. Agora os rapazes defenderam muito bem, mas é claro que é importante ter uma arma como Haaland nesta competição", disse Guardiola após a goleada sobre o Leipzig.

O tom dos elogios a Haaland foi bem diferente aos feitos a Lionel Messi após os cinco gols do argentino contra o Leverkusen, em 2012 (“O trono pertence a ele e só ele decidirá quando irá deixá-lo. É o melhor. Não há outro”). Mas isso pouco importa. Ter um atacante implacável, ao mesmo tempo em que seu time segue a dar bons sinais como equipe, é o que faz o genial, mas não menos adaptativo, Guardiola sonhar em finalmente conquistar para o Manchester City o seu tão sonhado título de Champions League.

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