Emre Can é um dos muitos alemães com origem turca, e ao longo de seus 25 anos já tem muita história para contar no futebol. Tanto, que chega a ser impressionante quando nos lembramos a idade do meio-campista da Juventus, que já teve passagem por Bayern e Liverpool.
Nascido em Frankfurt, o alemão comemorou na atual temporada o seu primeiro título de Serie A, competição transmitida com exclusividade aqui no Brasil pelo DAZN. Foram quatro gols e uma assistência. E em entrevista exclusiva para o DAZN e Goal, o jogador falou sobre o início no futebol, a vontade de vestir a camisa do Eintracht Frankfurt, racismo, redes sociais e um lado saudoso da própria infância. Confira abaixo!
Como foi o início no futebol?
Desde que eu me conheço, sempre quis me tornar um jogador de futebol, e só tinha um Plano A (...) Comecei a jogar futebol nas ruas onde eu cresci em Nordweststadt, Frankfurt. No começo eu jogava nas ruas e sempre dizia a meus pais que queria ir para algum clube. No primeiro clube havia muitas crianças, então eles me rejeitaram. E então, no segundo clube, o Blau-Gelb Frankfurt, fiz dois treinos com meninos da minha idade, mas eles diziam 'Ele é bom demais', então eu fui jogar com garotos um ano mais velhos.Tudo começou lá, acabei jogando no clube por seis anos.
Carinho pelo Eintracht Frankfurt - onde começou na base
Com 12 ou 13 anos, fui para o Eintracht e joguei lá por três anos. Frankfurt sempre será minha cidade. Meus pais e meus amigos vivem lá, posso até me imaginar jogando novamente pelo Eintracht algum dia. Você nunca sabe o que vai acontecer no futebol. Nunca diga nunca.
Passagem pelo Bayern
Acho que tive boas conversas com meu agente e minha família. Eu tinha 14 anos. Fui maduro o suficiente para dizer que daria esse passo, que queria o Bayern. É claro, nem tudo foi fácil no começo. Eu ainda era muito jovem, ainda não era um homem. E, de tempos em tempos, você pensa em voltar para junto da sua família. porque você sente muita falta de sua família, dos seus amigos.
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Em Munique, eu não conhecia ninguém, mas no fim vivi um momento ótimo lá. Vivi nos alojamentos da base por 3 anos, e aprendi muito no aspecto da disciplina. Eu morava perto de onde o time profissional treinava. e, quando olhava pra fora da janela, ficava com essa ideia de estar lá algum dia. No fim das contas, foi o que eu consegui.
Por que saiu do Bayern e optou pelo Leverkusen?
No fim das contas, foi o que eu consegui. Foi minha decisão de sair, na época. Eu ainda tinha contrato com o Bayern, mas, para mim, era importante jogar regularmente enquanto ainda era jovem. E achei que teria mais chances disso se fosse ao Leverkusen. É por isso que tomei a decisão.
Saída da Alemanha para o Liverpool
Ainda me lembro, quando cheguei ao Liverpool, Tinha 20 anos, e as pessoas diziam na Alemanha: 'Por que ele está fazendo isso agora?
Ele tem só 20 anos, é cedo demais para sair do país.' Mas eu tinha certeza que poderia ter sucesso lá. Eu queria isso, então fui para lá. E, olhando em retrospectiva, foi o passo certo a se dar. Consegui mostrar meu valor em todos os times nos quais joguei até hoje.
Racismo na Itália
Pessoalmente, eu nunca vivenciei isso. É claro, você ouve a respeito seguidamente, e acho que isso é uma pena, todo ser humano é igual, não importa a cor da sua pele. Só os idiotas fazem coisas desse tipo. Acho que é algo que acontece em todo mundo, não se pode dizer que é só na Itália. É uma pena, sinceramente,
muito lamentável.
Redes sociais e tecnologia no dia-a-dia
[A tecnologia] se tornou algo muito grande, infelizmente. Espero que as pessoas voltem a falar mais umas com as outras. Quando você vê as pessoas num restaurante - e eu me incluo nisso - sentadas com seus smartphones, olhando alguma coisa. Não há conversa, o que é
lamentável. E as redes sociais são um mundo falso.
Saudades da infância
A gente estava sempre na rua. Graças a Deus, eu poderia sair de casa às 10h da manhã para brincar e voltava pra casa quando já
estava escuro na rua. Tive sorte de viver essa época, pra mim foi a época mais linda.