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ederson seleção brasileira 06 10 2017

Ederson: O ‘gordo’ que foi convencido a ser goleiro e desde criança já chamava atenção por sua coragem e potência no chute

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GOAL Por Fernando H. Ahuvia 

Ederson Santana de Moraes, mais conhecido apenas por Ederson, vive atualmente o melhor momento da sua meteórica carreira. Contratado pelo Manchester City no início da temporada a pedido de Pep Guardiola após se destacar pelo Benfica, o goleiro ganhou a vaga de titular graças a sua grande qualidade técnica debaixo das traves e acabou sendo peça fundamental na campanha do título da Premier League. Se isso já não bastasse, aos 24 anos, ele está no grupo de Tite que começará a busca pelo hexacampeonato mundial, neste domingo (17), às 15h (de Brasília), contra a Suíça, em Rostov, na Rússia.

Um dos responsáveis por descobrir o grande talento de Ederson foi Gilberto Lopes, treinador e um dos fundadores ao lado de Ozias Matos do Champions Ebenézer FC, de Osasco, região metropolitana de São Paulo. Certo dia, Giba, como é conhecido decidiu colocar o garoto no gol. Ele não gostou, mas foi essa decisão que começou a mudar a sua vida.

“Um dia ele veio com o Remerson, irmão dele que já treinava aqui, e manifestou a vontade de treinar também. Entrou no jogo, mas ele não tinha muita qualidade técnica em ginga, elasticidade. Não era um menino ágil, era muito durão e jogava na lateral-esquerda. Um dia falei para ele ir para o gol e ele catou tudo que vinha. Saía bem na bola, repunha rápido”, afirmou Giba em entrevista à Goal Brasil .

Giba - Champions Ebenézer - Especial Ederson - 15/06/2018Reprodução Goal Brasil
(Foto: Reprodução/Goal Brasil)

“Quando falei para ele jogar no gol, ele fechou a cara e não quis ir muito não. Na verdade, ele nem gostava muito de jogar bola... Ele vinha mais para ver o irmão. Quando começou a catar no gol pegou gosto”, completou.

Tímido e de poucas palavras fora do campo, Ederson se transformava quando jogava no terrão de cor laranja, onde até hoje treina o Champions Ebenézer.

“(Ederson) era sossegado, tímido. Só ouvia e dava risada. Não era muito de conversar, mas quando começava a jogar bola se transformava. Parecia que era o cabeça da turma. Conversando ele era muito humilde, simples, natural e tímido”, contou Adriano Vian, vizinho do goleiro na época e também professor da escolinha.

ederson seleção brasileira 06 10 2017
(Foto: Pedro Martins / MoWA Press)

Foi em uma das muitas partidas em que fechou o gol, que Toninho Rodrigues, na época observador técnico do São Paulo, convidou Ederson para treinar em Cotia. No entanto, não foi no clube que tinha como ídolo Rogério Ceni, que o goleiro deu seus primeiros passos como profissional. Dispensado do Tricolor com 15 anos, ele voltou para Osasco e contou com a ajuda da família e dos professores da Champions Ebenézer para superar a dor do momento.

“ Até hoje ninguém sabe porque ele foi mandado embora. Ele ficou muito deprimido, mas nós e a família dele dissemos que ele tinha qualidade e que o errado foi o São Paulo de ter o mandado embora. Como não tínhamos um trabalho específico para goleiro, falei com o seu Bartolomeu, pai dele, que ele não podia perder o ritmo. Tinha oferecido ele no Cruzeiro e o meu amigo Alexandre Barroso disse que conhecia ele iria direto pro clube. Estava tudo certo, então comecei a levar ele no Três Montanhas para treinar. Ele voltava desmaiando, cansado... Mas o rapaz do Benfica veio ver ele aqui e acabou o levando para Portugal”, relembrou Giba.

Matéria Ederson PS - 15/06/2018Goal Brasil

A partir daí a história todo mundo já conhece. Ederson passou por Ribeirão e Rio Ave de Portugal até voltar ao Benfica, em 2015. Era reserva de Júlio César. Um dia, porém, o titular do Brasil nas Copas de 2010 e 2014 se machucou e o jovem arqueiro não deixou mais o time português até ser vendido por R$ 150 milhões para o Manchester City.

“É um ídolo não só meu, mas de todos os brasileiros. Todo osasquense tem ele como um ídolo”, afirmou Babão, amigo de infância de Ederson.

Ederson Manchester CityGetty Images
(Foto: Getty Images)

Por onde passou, Ederson sempre chamou atenção não só por sua qualidade debaixo da baliza, mas também por conta da sua coragem e a potente canhota.

“Ele sempre bateu bem na bola. Não tinha muita agilidade, mas a força e a precisão ele sempre teve esse dom. Além da qualidade com os pés, a coragem também chama muito a atenção. Não tem medo e nunca teve de sair na dividida”, ressaltou Giba, que está confiante de que na próxima visita que receber de Ederson terá a chance de ver a medalha do hexa no peito do goleiro.

“Estou muito otimista. Acho que nós temos os melhores jogadores, então não tem porque não ser campeão. Obviamente são vários fatores, mas creio que conquistaremos o hexa na Rússia e poderei ver o Ederson trazer essa medalha para gente ver”, finalizou.

Ederson - Brasil - 13/06/2018Lucas Figueiredo/CBF
(Foto: Lucas Figueiredo/CBF)
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