A batucada no caminho para o estádio, as rimas que saem da Sapucaí direto para a arquibancada do Maracanã ou mesmo os boleiros se arriscando ao microfone a ponto de gravarem sucessos inesquecíveis: não é exagero dizer que pensar em futebol brasileiro é esbarrar o tempo todo com o samba, representações icônicas do nosso jeito de levar a vida.
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Então, claro que tinha de ter música. O terceiro episódio da série Raiz do Futebol trata exatamente do encontro entre pandeiro e atacante, cavaquinho e beque central, tamborim e vestiário, surdo e beira de campo. "Samba" vai atrás de histórias e porquês que nos mostram a afinidade entre o gênero musical e a nossa forma de jogar bola ou assistir aos nossos times do coração.
A série de minidocumentários da Goal começou com "Improviso" e seguiu com "Família". São cinco episódios que tratam da relação do brasileiro com o futebol e que propõem um papo sobre, apesar de todos os problemas ou questões, o amor do país pelo jogo.
E, pensou em samba e futebol com a camisa da seleção brasileira, pensou em Júnior. Maestro para uns, Capacete para outros, o campeão de tudo pelo Flamengo e camisa 6 da seleção brasileira em duas Copas do Mundo gravou 'Povo Feliz' poucos meses antes do Mundial de 1982. Estava feito o sucesso. O refrão 'Voa, Canarinho' embalou um dos times mais queridos pela torcida em toda a história, e o lateral-esquerdo virou disco de platina com um sucesso que rodou o Brasil e o mundo.
Visitamos o Samba Dá Sopa, roda tocada pelo ex-jogador e seus parceiros da vida. O hoje comentarista de futebol reforçou que nunca houve a ambição profissional de viver de música, pelo contrário, é e sempre foi apenas um hobby. O papo seguiu com seu filho, Rodrigo, para termos a certeza que se trata mesmo de uma família onde futebol e samba sempre tiveram o mesmo espaço na sala de casa, definitivamente.
O contexto veio com a conversa com o historiador e escritor Luiz Antonio Simas. Essa enciclopédia da vida carioca tem na ponta da língua as primeiras músicas que alcançaram o Maracanã e a reflexão entre a arenização do Carnaval e do futebol brasileiro. Passando por Noel Rosa e Leônidas da Silva, bola e música parecem ter a capacidade de contar a história do próprio país.
Visitamos a Acadêmicos do Salgueiro, para numa tarde com o intérprete Quinho lembrar de bons causos que renderem grandes memórias com os boleiros e torcedores, seja quando o desfile depois virou grito de arquibancada cheia, seja quando o ambiente das escolas de samba foi palco da farra dos boleiros. Quem não se lembra, por exemplo, de Edmundo deixando o time na mão na Itália para vir passar o Carnaval no Rio de Janeiro?
Passamos também pela Mancha Verde, atual campeã do Carnaval paulistano e que pela primeira vez chegou ao título depois de anos nessa vida dupla, entre o Parque Antártica e o Sambódromo. A velha guarda representada por Paulo Serdan e Reginaldo falam como os amigos de jogos do Palmeiras viraram bloco de Carnaval, e as semelhanças, diferenças e contradições entre torcer e desfilar, dos gritos de guerra ao samba e pagode.
A produção da Goal segue ainda com mais dois episódios, um que trata da praia, outro que fala da presença feminina. Enquanto isso, vamos de música. Explode coração...