Na quarta-feira, 02 de outubro, Willian fez seu 300º jogo com a camisa do Chelsea, na vitória por 2 a 1 contra o Lille. É um feito incrível e mais uma conquista tanto para o jogador quanto para sua família.
Quando criança, o sonho de Willian era se tornar um jogador e seus pais fizeram de tudo para que isso se realizasse. “Eu comecei a jogar com quatro anos”, conta o camisa 10 do Chelsea. “Eu fui para o Corinthians aos nove. Foi aí que tudo começou a ficar mais sério”, afirmou ele em entrevista exclusiva à Goal.
Ele se lembra de uma derrota para o Corinthians, quando foi descoberto pelo time: “Nós jogamos contra o Corinthians e perdemos. No final do jogo, o treinador do Corinthians veio me dizer: ‘Gostamos de você. Onde estão seus pais? eles estão aqui?’. Eu disse que sim e então foram falar com meu pai. Disseram que queriam que eu fosse e ficasse com eles por uma semana, para me observarem. Eu fui e fiquei lá por nove anos, até me tornar profissional”.
Ainda sobre seu início quando criança, Willian respondeu se ele jogava apenas por diversão ou se realmente sempre foi um sonho se tornar profissional: “Na minha cabeça, eu sempre quis me tornar um jogador profissional. Eu tinha um sonho e fui atrás dele, mas não consegui nada sozinho”.
“Meu pai trabalhava e minha mãe trabalhava todos os dias como faxineira”, disse ele à Goal sobre sua vida em São Paulo. “Minha vida era assim. Crescer foi muito difícil. Às vezes nós não tínhamos dinheiro para ir treinar, então pedíamos emprestado para alguém”.
“Meus pais deram tudo. Eles se sacrificaram, eles foram trabalhar. As vezes eles trabalhavam 24 horas, então chamavam alguns amigos para ajudar em casa. Eles fizeram todo o possível para eu me tornar um jogador de futebol”.
O atacante valoriza muito sua família e tudo o que eles fizeram para que hoje ele possa estar brilhando em Londres, depois de duas Copas do Mundo disputadas. Ele teve o apoio de seus pais lá atrás, quando ainda sonhava em um dia ser profissional, e sabe o quão importante é isso: “Se uma coisa ruim acontecer, você não pode desistir. Você precisa insistir e minha mãe me incentivava muito. Eles queriam que eu vivesse meu sonho”.
Willian ainda se lembrou do que fez com o primeiro pagamento recebido, ainda na época de Corinthians: “Eu comprei um apartamento para minha família e um carro para o meu pai. Eu ainda comprei o meu primeiro carro. Eu via muitos jogadores com Land Rovers, mas meu primeiro carro foi um Celta. Mas mesmo assim eu estava muito feliz”.
Willian continua feliz, mas hoje já não é mais um adolescente com toda a carreira pela frente. Aos 31 anos, ele é uma das figuras mais importantes e experientes do Chelsea, que tem muitos jovens e promissores jogadores no elenco como Mason Mount, Tammy Abraham (apontado pelo próprio brasileiro como a solução do Chelsea) e Fikayo Tomori.
Consequentemente, ele assumiu um papel de liderança para ajudar os mais novos a se encaixar cada vez melhor no time de Frank Lampard. O que não é nenhuma surpresa, afinal estamos falando de alguém que recentemente abriu uma instituição de caridade para ajudar os menos favorecidos no Brasil.
GettyVoltando em outubro de 2016, Willian sofreu muito com o falecimento de sua mãe, depois de uma luta intensa contra um tumor no cérebro. Após um período fora se recuperando da perda, ele voltou contra o Hull City, fez um gol e homenageou sua mãe. Um mês depois, ele fez o mesmo após marcar contra o Manchester City.
“Foi um momento muito difícil, mas eu tive pessoas que me apoiaram e ajudaram muito”, ele explica. “Foi muito difícil. e eu agradeço a Deus por essa fase ter passado e eu ter conseguido seguir minha carreira”.
A jornada de Willian tem sido incrível e, felizmente, não chegou ao fim ainda. Mas quando ele parar, ele espera ter ajudado e inspirado muitas crianças no Brasil a dar seus primeiros passos rumo ao estrelato.