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Lionel Messi Neymar BarcelonaGetty Images

De Neymar a Messi, PSG fez Barcelona surtar e se perder

Depois de quatro anos separados, Messi e Neymar voltarão a jogar juntos. E não será no Barcelona, que há três temporadas foi o destino preferido de um Neymar que deixou claro à diretoria parisiense que sua vontade era a de voltar para o Camp Nou. Como o mundo dá voltas! O argentino e o brasileiro estarão juntos pelo Paris Saint-Germain, cujo acerto com Messi não precisou nem mesmo vir acompanhado de alguma taxa de transferência para o Barcelona – uma vez que Lionel estava sem vínculo oficial após a expiração de seu contrato.

A chegada de Messi, hoje com 34 anos, ao Parque dos Príncipes, simboliza algumas coisas. Um novo golpe ao que resta de romantismo dentro do futebol é uma delas, evidentemente, mas também se transformou num grande retrato do caos institucional que virou o Barcelona nos últimos anos. Principalmente sob o comando do agora ex-presidente Josep Maria Bartomeu – que chegou a ser preso em 2021.

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Ao contrário da situação vivida no início da última temporada, quando Messi manifestou explicitamente sua vontade de deixar o Camp Nou, o retorno de Joan Laporta à presidência, somado a outros detalhes, fizeram o craque mudar de ideia.

Messi, todos já sabemos, queria ficar no Barcelona. E não conseguiu segurar o choro de tristeza ao se despedir. O Barcelona evidentemente também queria seguir com Messi, mas ao se encontrar completamente fora do limite do teto salarial imposto por La Liga ficou impossibilitado de registrar legalmente o novo contrato de seu maior jogador. Ao gastar dinheiro como se não houvesse amanhã, contratando jogadores com salários altíssimos até para os parâmetros dos maiores clubes europeus, o Barcelona acabou sabotando a si próprio. E esta história tem como marco inicial o surto de emoções dentro do clube após a ida de Neymar para o PSG, em 2017.

Neymar queria “sair da sombra de Messi” para ser o dono completo do protagonismo, o que jamais aconteceria no Barcelona. Transformou-se na contratação mais cara da história do jogo, com o PSG pagando os 222 milhões de euros de sua cláusula de rescisão. O Barça, naquela época, ficou revoltado e durante alguns anos Neymar passou a ser uma espécie de persona non grata para dirigentes e torcedores barcelonistas.

Como substituir Neymar? Não há quem consiga responder racionalmente esta pergunta. Ainda que não fosse o maior craque do Barcelona, o brasileiro era (e ainda é) um dos melhores jogadores do planeta. O Barça foi às compras, e como o mercado sabia que tinha grana em caixa não houve negócio barato.

Dembele Barcelona 2021Getty(Foto: Getty Images)

Ousmane Dembelé chegou ao Barcelona, logo na sequência da saída de Neymar, com a etiqueta de € 135 milhões que faziam do ex-Borussia Dortmund a contratação mais cara feita pelo clube catalão em valores absolutos. Em toda a sua história. Teve algum brilho isolado, mas as suas quatro temporadas no Camp Nou foram marcadas mais por certas polêmicas extracampo e muitas, mas muuuitas lesões.

Coutinho Barcelona 23022019Getty(Foto: Getty Images)

Um ano depois o Barcelona voltou a gastar € 135 milhões para contratar um jogador. Philippe Coutinho deixou o Liverpool para também ser inserido na lista de contratação mais cara, em valores absolutos, na história do Barça. Começou bem, chegou a marcar gol sobre o Real Madrid... mas depois sumiu e não conseguiu mostrar regularmente sua habilidade. Acabou sendo emprestado para o Bayern de Munique, onde oscilou entre o banco de reservas e o time titular. Inclusive, o brasileiro saiu do banco alemão para marcar gol na histórica surra por 8 a 2 aplicada pelos teutônicos justamente sobre os catalães, nas quartas de final (em jogo único, por causa da Covid) da Champions League 2019/20.

Antoine Griezmann Barcelona 2020-21Getty Images(Foto: Getty Images)

Antoine Griezmann chegou ao Barcelona em 2019, movimentando sensações nada eufóricas em torcedores e mídia especializada. Havia a preocupação sobre uma já alardeada falta de compatibilidade tática para jogar com Messi e Suárez no então time titular; havia também a raiva dos torcedores pela esnobada dada pelo francês, um ano antes, quando ainda estava no Atlético de Madrid, e a preocupação pela quantidade de dinheiro nele depositado – a contratação movimentou € 120 milhões em taxa de transferência. Em duas temporadas no Camp Nou, Griezmann não conseguiu ser metade do jogador que havia sido na capital espanhola com o Atleti.

O Barcelona apostou alto e gastou muito... e viu sua dívida subir consideravelmente. Por isso a conta não fechou na hora de se ajustar ao Fair Play Financeiro imposto por La Liga.

Na busca para resolver, de alguma forma, a equação para não perder Messi, o clube catalão tentou vender todos os jogadores citados acima. Chegou a propor uma troca com o Atlético de Madrid, que não aceitou ter que ceder o meio-campista Sául Ñiguez para o outro lado. E aí o tempo foi passando até que o clube se viu obrigado a surpreender Messi com a notícia que o argentino não queria, naquele momento, ouvir: ele não poderia mais ser jogador do Barcelona.

Lionel Messi, PSG(Foto: Divulgação/PSG)

Barcelona queria Messi (embora não mais do que ainda deseja a fracassada Supercopa Europeia) e Messi queria o Barcelona, mas o negócio não foi possível porque toda a irresponsabilidade demonstrada pelo clube nos últimos anos teve como punição justamente a perda do seu maior jogador de sempre. E, de certa forma, a cadeia de eventos que iniciou tudo isso pode ser traçada até a ida de Neymar para o PSG... onde, quatro anos depois, ele voltará a fazer parceria com Lionel Messi.

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