A inclusão de Philippe Coutinho na lista de convocados de Tite para as primeiras rodadas das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022, no Qatar, não agradou muita gente.
O meia-atacante tem habilidade acima da média e, em determinado momento, chegou até mesmo a ser considerado o melhor jogador da seleção brasileira: aconteceu no Mundial de 2018. Desde então, contudo, o carioca caiu em desgraça perante a crítica e deixou de ser unanimidade.
Ápice até a Copa do Mundo
Especialmente na fase de grupos, Coutinho foi decisivo no Mundial de 2018 (Foto: Getty Images)
A melhor versão de Philippe Coutinho vestiu a camisa do Liverpool. Foi entre 2013 e 2017. Depois de muito insistir, convenceu o clube inglês a aceitar a oferta do Barcelona e chegou ao Camp Nou em 2018, no meio da temporada, e desempenhou um bom papel dentro do que lhe cabia.
Era, também, ano de Copa do Mundo. A competição realizada na Rússia terminou com Neymar vendo sua imagem arranhada, por causa do excesso de quedas e reações exageradas, mas Coutinho teve sua participação elogiada no caminho até a eliminação para a Bélgica, nas quartas de final.
Próxima partida
Críticas na Copa América
Nelson ALMEIDA(Foto: Getty Images)
No caminho até retornar à seleção brasileira para a competição oficial seguinte, a Copa América de 2019, Coutinho já começava a ficar em baixa no Barcelona. E também não teve grande desempenho na conquista continental, embora tenha mantido o status como titular durante boa parte do caminho. Fez gols, mas não foi decisivo quanto se esperava. Não conseguiu assumir a liderança técnica no time após a lesão e corte de Neymar.
De protagonista a moeda de troca na Europa
Getty Images(Foto: Getty Images)
Sem espaço no Barcelona após a Copa América, foi emprestado ao Bayern de Munique. O clube alemão tem a opção da compra em definitivo, mas apesar dos nove gols e oito assistências até aqui, os Bávaros ainda não estão convencidos a fazerem o investimento. E caso, ao final da temporada, Coutinho volte ao Barcelona, o clube catalão pensa, de acordo com a imprensa catalã, em envolvê-lo como moeda de troca para possíveis negociações.
O motivo central das críticas
A habilidade de Philippe Coutinho está acima de qualquer dúvida. É um jogador com ótima capacidade de leitura de espaços, tanto para chutes de curtas e longas distâncias, como para dar assistências. O problema é ser, na grande maioria das vezes, um termômetro do que acontece em campo: se o time está mal, a tendência é minguar em campo; se está bem, se agiganta com golaços.
O próprio Tite chegou a falar sobre este traço da personalidade do atleta, em entrevista recente para o jornal AS: “Coutinho precisa de carinho, de conversa, precisa ser mimado. Sua personalidade é um pouco frágil”.
Coutinho viu as críticas ficarem mais fortes na seleção brasileira durante a Copa América. A sua situação na Europa e a irregularidade no Bayern, onde não é titular, só fazem aumentar a desconfiança do torcedor quando ainda vê o nome do meia-atacante na lista de Tite.
Philippe Coutinho joga muito, mas desde o Mundial de 2018 decide pouco. E é possível ver isso através dos números.
Na Rússia, Coutinho fez dois gols e contribuiu com duas assistências. Participação direta em quatro tentos no total: todas essas participações vieram quando o Brasil ainda não havia estufado as redes. Ou seja: foi decisivo para fazer o time abrir o placar, mostrando caráter decisivo.
Consideramos, aqui, como lances decisivos as assistências e gols que terminam no primeiro gol, gol de empate ou que sacramenta uma virada/vitória. Veja abaixo o desempenho de Coutinho na Copa América e em sua atual campanha pelo Bayern.
Copa América 2019: 2 gols e uma assistência. Participação direta em 3 gols, apenas um decisivo – e com uma ressalva: Coutinho não fazia bom jogo na estreia contra a Bolívia até converter um pênalti que ele não sofreu.
Coutinho no Bayern 2019-20: 9 gols e 8 assistências. Participação direta em 17 gols, sendo que apenas 5 foram decisivos.
Para calar os críticos, Philippe precisa mostrar que decide nos momentos mais difíceis.