Coman, herói do Bayern e fantasma que castigou um PSG que só quis estrelas

Apesar de ser relativamente novo, o Paris Saint-Germain já havia conseguido conquistar uma fama de equipe vitoriosa e até mesmo tradicional no futebol francês nas décadas que seguiram a sua fundação, em 1970. Mas é inegável que a chegada do fundo bilionário do Qatar, em 2011, representou o “antes-e-depois” mais importante da história do PSG. A promessa de levar os parisienses ao gigantismo, traduzido com título de Champions League, motivou gastos antes inimagináveis. A ironia, contudo, é que justamente quando mais esteve perto de tal objetivo, o clube se viu castigado por um jovem criado em sua base e que acabou saindo de graça, descartado.

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Kingsley Coman nasceu em Paris no mesmo ano de 1996 que, até aqui, marcou o único e mais importante título continental levantado pelo PSG: a já extinta Recopa (ou Taça das Taças). Chegou nas categorias de base do clube de sua cidade ainda criança e ali se formou como jogador, mas quando estreou entre os profissionais, em 2013, o PSG já estava sob a administração qatari, cujo principal lema era gastar o quanto fosse necessário para atrair as principais estrelas do futebol. Sem ter sido titular em nenhum de seus quatro jogos com a camisa dos parisienses, Coman deixou o clube de graça quando soube do interesse da Juventus.

Na Itália foram apenas 22 partidas, entre 2014 e 2015, até ser emprestado ao Bayern. O ponta fez duas temporadas regulares com o clube alemão, que em 2017 decidiu pagar à Juve os 21 milhões de euros para tê-lo em definitivo. E logo ao fazer o pagamento, Karl-Heinz Rummenigge, dirigente do gigante da Baviera, fez uma previsão que, agora em 2020, mostrou-se certeira.

“Kingsley Coman é uma parte importante para o futuro do nosso time, e é por isso que resolvemos comprá-lo em definitivo”, afirmou o dirigente na época. Ao fazer o único gol da final de Champions League entre Bayern de Munique e PSG , entregando o título europeu de 2020 para o clube alemão justamente contra a equipe que o revelou, Coman já fez valer a aposta dos bávaros.

Desde 2011, o PSG gastou 1,254 bilhão de euros para conquistar a Champions League. E quando mais esteve perto de alcançar o objetivo, um jovem descartado pelo próprio PSG apareceu em cena para relembrar que, no futebol, dinheiro não faz milagre sozinho.

“É uma sensação extraordinária, é muita felicidade. Eu sou 100% Bayern, mas também fico triste pelo PSG”, disse à RMC Sports o improvável protagonista do título. Herói para os bávaros, e um carrasco cruel sob todas as óticas possíveis na derrota do Paris Saint-Germain nesta final de Champions League.

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