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Eduardo Bandeira de Melo Flamengo 09 01 17Gilvan de Souza / CR Flamengo / Divulgação

Ninho do Urubu: a solidão do Bandeira de Mello de um Flamengo em fim de festa


Por Bruno Guedes


Eduardo Bandeira de Mello foi o primeiro a descer do ônibus. Calado e com semblante sério, seguiu até a entrada do Aeroporto Internacional do Galeão sem que fosse abordado por qualquer torcedor. Nem dirigente. Na sala de espera, se repete. Enquanto todos se preparavam para a viagem, o presidente do Flamengo mexia em seu celular, calado e sozinho, sem que ninguém o interrompesse por longos 20 minutos.

A cena ocorrida na última sexta-feira, 16, não foi fato raro. Este foi apenas um retrato do fim de mandato do atual presidente do clube. Bandeira vive um clima de fim de festa e praticamente isolado. Desgastado após tantas interferências e mudanças que poucos resultados em campo trouxeram, vê a contagem regressiva para sua saída e como não desejava.

O último caso ocorreu dias antes de Flamengo x Santos. O vice-presidente geral Maurício Gomes de Mattos divulgou um vídeo afirmando ter sido destituído por Bandeira do projeto Embaixadas e Consulados da Nação. Acontece que tal fato atingiu em cheio o grupo político do presidente, o SóFla (Sócios Pelo Flamengo).

Mesmo sendo apoiador da chapa opositora nas eleições de dezembro, Maurício é visto como um último elo de popularidade e suporte que a atual gestão tem com os torcedores, além de parte dos sócios. Muito querido por seu ativo trabalho com a torcida pelo Brasil, Mattos e Bandeira agora são desafetos.

Ricardo Lomba Flamengo 2018

Ricardo Lomba, candidato pela situação e vice-presidente de futebol do Flamengo, também não recebeu com agrado a nova crise política. Isso porque a imagem da atual gestão está ligada diretamente à sua campanha, sendo o Maurício um dos dirigentes mais apreciados, também, pelo seu grupo nas eleições.

Porém, a postura que mais vem desagradando internamente, é a sua decisão em viajar e acompanhar o elenco nos jogos. Segundo pessoas que ouvimos, a exposição excessiva do mandatário no ambiente das partidas tem colaborado para desgaste da gerência. Principalmente nas ausentes cobranças quando necessárias.

Bandeira de Mello é sempre lembrado por seus pares como uma pessoa apaixonada pelo Flamengo. Porém, após sua saída, a imagem de um homem que acabou se tornando presidente para salvar a famosa Chapa Azul, em 2013, será lembrada também por pouco a pouco ter se afastado de quem o ajudou a chegar lá. Apático e conformado.

Quando terminar a atual gestão, talvez a solidão também termine para o Bandeira. Mas o que todos esperam é que a apatia e o conformismo também. Principalmente para que o próximo presidente não precise ser mais um solitário rubro-negro. 

Bruno Guedes colunista torcedor Flamengo

Bruno Guedes é músico, apaixonado por futebol e beisebol. Brasiliense por certidão e carioca de coração, acredita no futebol brasileiro e tem Romário como o maior jogador que viu dentro das quatro linhas.

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