Por João Henrique Castro
O Cruzeiro chegou a segunda metade da fase classificatória do Campeonato Mineiro invicto. No entanto, a Raposa ocupa apenas o terceiro lugar na classificação. E, ainda que por razões distintas em cada partida, o time celeste ocupa esta modesta posição em função de ter empatado demais.
Nos últimos cinco jogos a equipe cinco estrelas venceu apenas duas vezes. Nos jogos mais complicados desta etapa, os clássicos contra América e Atlético-MG, pouca inspiração e nada de vitória. Além de um tropeço contra o Boa Esporte em Varginha.
No confronto contra o Atlético-MG, o primeiro empate, a Raposa até mostrou durante a maior parte da partida merecer sorte melhor. O gol de Fred no segundo tempo parecia encaminhar para a vitória, mas em falha da defesa que terminou em pênalti e expulsão de Dedé, o rival empatou a partida e até conseguiu incomodar enquanto esteve com um jogador a mais.
Cruzeiro ECSeria um tropeço normal não fosse a rodada seguinte. Em Varginha, o time celeste ficou em vantagem duas vezes, mas o Boa igualou o marcador nas duas oportunidades. Um jogo ruim do sistema defensivo. Acontece. Mas em quatro dias foram quatro pontos deixados na classificação.
Já no último domingo contra o América o Cruzeiro fez um jogo morno e tão desinteressante que nem parecia valer a liderança do campeonato. Foi aquele 0x0 com cara de que o placar não mudaria nem se os times estivessem em campo até hoje. E a queda para a terceira classificação.
Dependendo de um tropeço do Atlético-MG nas quatro rodadas finais (o América pode ser superado no saldo), o Cruzeiro não é líder porque empatou demais. Resultados que, individualmente, são normais. Mas que no conjunto de uma classificação mostram um problema recorrente no Brasileirão nos últimos dois anos. Uma dificuldade importante de vencer as partidas que gera empates em excesso.
No mata-mata a força defensiva celeste e o fato do time ser muito difícil de ser batido rendeu duas Copas do Brasil, mas a Raposa está desde 2015 fora da briga pelo título brasileiro em pontos corridos. Sendo que nos últimos dois anos justamente por empatar demais.
Rodriguinho e Marquinhos Gabriel ainda buscam se entrosar enquanto David e Thiago Neves são ausências importantes nas últimas semanas. A tendência é evoluir, mas o sinal amarelo já está ligado. Não basta só não perder. Tem que saber vencer. Ou 2019 será mais um ano em que as chances de título ficarão restritas aos torneios eliminatórios.
![]() | João Henrique Castro é professor, historiador e, obviamente, cruzeirense. Daqueles que sabe que nada brilha mais no céu do que as cinco estrelas que traz no peito. |



