O nome César Sampaio traz sorrisos nos rostos dos palmeirenses. O volante marcou época com a camisa alviverde e fez parte de conquistas como o bicampeonato do Brasileirão em 1993 e 1994 e a Libertadores de 1999. Nem o fato de ter jogado nos rivais Santos, Corinthians e São Paulo atrapalha nessa idolatria.
Mais de dez anos após ter deixado os gramados, o ex-volante acompanha o Palmeiras fazer uma boa temporada e lutar por três títulos: Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores. Além disso, seu velho conhecido Luiz Felipe Scolari está de volta ao comando do time.
Em entrevista exclusiva à Goal Brasil, o Sampaio fez uma análise sobre o atual momento da equipe alviverde, falou do diferencial de Felipão e deu a letra sobre o que é necessário para conquistar mais uma vez a América.
"Na Libertadores nem sempre a equipe melhor tecnicamente vence, está muito atrelado a essa característica da competição, da entrega, da coesão do grupo. E a alma, que é o algo mais", disse o ex-atleta em conversa durante evento de promoção da nova terceira camisa do Palmeiras.
Confira os principais trechos da entrevista com César Sampaio:
Palmeiras pode preservar jogadores nas competições?
"O Palmeiras tem um elenco com 23, 24 jogadores com histórico e amplas condições técnicas de serem titulares. Até o time alternativo do Palmeiras seria titular de 70%, 80% dos elencos que disputam o Campeonato Brasileiro. A gente fica esperançoso porque temos visto isso. Está alternando, mas sem perder a qualidade. O momento é bom, esta plataforma defensiva, que é característica do Felipão, tem funcionado, e os gols estão aparecendo de forma natural. Não é uma equipe que tem sofrido para conseguir as vitórias. Tem vencido e convencido. Vencido jogando melhor que os adversários, e é um fato positivo para estes momentos decisivos."
O que faz a diferença para vencer uma Libertadores?
"Uma boa qualidade, um bom time, que o Palmeiras possui. O envolvimento com o todo, cada jogo de Libertadores pede uma coisa, e você tem que entregar. E alma. Na Libertadores nem sempre a equipe melhor tecnicamente vence, está muito atrelado a essa característica da competição, da entrega, da coesão do grupo. E a alma, que é o algo mais. No 40, 42 do segundo tempo, aquele pique final, a cobertura do jogador defensivo, uma iniciativa do jogador de meio-campo, uma precisão de um de ataque. São detalhes de superação que fazem a diferença nesse tipo de competição."
Possibilidade de duelos com o Corinthians na Libertadores e na Copa do Brasil
"São duas camisas pesadas. O histórico do Felipão com o Corinthians pode servir de superstição nesse momento. Mas nesse altíssimo nível, além do que o treinador pede, tem que por o algo mais. Não dá para escolher adversário. O Corinthians é o grande rival, mas o Palmeiras tem que pensar grande, mirar títulos, porque tem elenco e estrutura para isso."
Chegada do Felipão
"Ele tem um bom início com essa sequência de jogos sem derrotas, sem levar gols. É um treinador que prioriza essa organização defensiva. O Palmeiras tem sido uma equipe que neutraliza os pontos fortes do adversário e jogado em cima das fraquezas, bem na característica do Felipão."
Nova safra de volantes no mundo
"O jogo vem mudando um pouco. Tendo como referência o último Mundial, não digo que é uma tendência, mas esse jogador de meio campo hoje não pode ser só um protetor de zagueiros e um jogador que destrói. Tem que ser um jogador que constrói. A figura do (Paul) Pogba representa bem o que o futebol atual espera de um jogador de meio de campo. Dentro da realidade nossa, o Bruno Henrique, que é aquele jogador que tem a participação defensiva, marca bem, constrói, acerta passes e chega à frente. É um 'x-tudo' (risos). Para este setor, precisa de alguém dinâmico. Gosto muito do Modric também. Pogba tem um biotipo diferente, mais alto, mais de imposição física. O Modric é aquele motorzinho que trabalha em todos os momentos. O Bruno Henrique faz esse cara surpresa na parte ofensiva e constante na parte defensiva."
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