Depois de dois anos de sucesso, a CBF vê a Supercopa desvalorizada. A entidade acreditava que este ano, pela rivalidade interestadual entre Atlético-MG e Flamengo, o torneio traria enorme retorno financeiro, o que não deve acontecer.
Cuiabá, sede do grande duelo, foi escolhida às pressas. Segundo soube a GOAL, a decisão partiu única e exclusivamente do presidente interino da CBF, Ednaldo Rodrigues. O mandatário não conversou com ninguém dentro da entidade e definiu o local enquanto estava em Abu Dhabi, acompanhando o Palmeiras no Mundial de Clubes da FIFA.
A oficialização da sede veio apenas 11 dias antes da partida, marcada para o dia 20 de fevereiro. Inicialmente, vale ressaltar, a intenção da CBF era colocar o confronto em Brasília, como nos dois primeiros anos. Mas a entidade não conseguiu flexibilização com o governador do DF, Ibaneis Rocha, que deixou claro que não permitiria torcedores no estádio por conta da alta nos casos de Covid-19.
Enquanto ainda mantinha as esperanças por Brasília, a CBF buscava algumas alternativas, mas Atlético-MG e Flamengo não concordavam com as sugestões um do outro. Enquanto o Galo sugeriu São Paulo e Porto Alegre, o Rubro-Negro queria Fortaleza ou Natal.
Com pouco tempo para definir o planejamento, a briga nos bastidores se tornou mais intensa. O Galo entende que o Flamengo não pode dar ‘pitaco’, pois, como não venceu nem o Brasileirão e nem a Copa do Brasil, seria uma espécie de "convidado". A diretoria atleticana chegou a enviar um ofício à CBF sugerindo que a partida fosse realizada em Belo Horizonte, o que irritou os dirigentes do clube carioca.
O Flamengo, por sua vez, se apegou ao regulamento que diz que, em caso de um clube vencer o Brasileirão e a Copa do Brasil, o vice-campeão brasileiro é quem disputará a taça com o supercampeão, e não gostaram da postura atleticana. Dirigentes chegaram a trocar farpas publicamente.
Carioca Flamengo Gabigol - Paula Reis / FlamengoEnquanto isso, insatisfeito com a briga nos bastidores, o presidente da CBF resolveu levar o jogo para Cuiabá. Dentro da entidade, no entanto, a maioria dos profissionais não gostou da escolha e nem da forma como tudo foi conduzido.
Um dos pontos abordados é o fato de que a organização não será a adequada por conta do pouco tempo. Além disso, a capacidade da Arena Pantanal, que poderá contar com cerca de 35 mil torcedores, e as poucas opções de voos, são encarados como problemas.
O pouco tempo também não permitirá que a CBF realize uma série de ações previstas para este ano. O regulamento prevê, por exemplo, que os clubes cheguem três dias antes da data da partida, mas o Atlético-MG alega falta de estrutura e avisou que vai desembarcar em Cuiabá somente no dia 19 pela tarde.
Por esses motivos, pessoas dentro da CBF acreditam que a competição foi desvalorizada e não chegará perto do sucesso de anos anteriores. Isso porque a ideia era fazer a maior edição de todas até aqui. Por enquanto, faltando cinco dias para a realização da partida, nem mesmo a venda de ingressos foi iniciada e não há qualquer definição sobre valores.
Getty

