Brasil festeja ouro das OlimpíadasGetty Images

Brasil campeão olímpico recebe chuva de críticas por não usar uniforme do COB; entenda a polêmica

O Brasil venceu a Espanha por 2 a 1 na final do futebol masculino dos Jogos Olímpicos de Tóquio no sábado (7), mas o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) entraram em rota de colisão após o apito final e o troféu levantado.

No pódio para receber a medalha de ouro, os jogadores da seleção brasileira não vestiram os agasalhos do COB - eles estavam amarrados na cintura -, descumprindo regras impostas à delegação do país no Japão, uma vez que a entidade tem contrato com a Peak - material esportivo chamada - , enquanto a CBF tem um acordo com a Nike.

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Com a atitude tomada por parte da CBF e jogadores, COB emitiu uma nota oficial repudiando a atitude. Confira abaixo:

"O Comitê Olímpico do Brasil repudia a atitude da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e dos jogadores da seleção de futebol durante a cerimônia de premiação do torneio masculino.

No momento, as energias do Comitê estão totalmente voltadas para a manutenção dos trabalhos que resultaram na melhor participação brasileira na História das Olimpíadas.

Por este motivo, apenas após o encerramento dos Jogos o COB tornará públicas as medidas que serão tomadas para preservar os direitos do Movimento Olímpico, dos demais atletas e dos nossos patrocinadores".

Nadador brasileiro critica a postura dos jogadores

O medalhista de bronze nos 50m livre da natação em Tóquio 2020, Bruno Fratus, não ficou calado e não poupou críticas a atitude.

"A mensagem foi clara: não fazem parte do time e não fazem questão. Também estão completamente desconexos e alienados as consequências que isso pode gerar a inúmeros atletas que não são milionários como eles", afirmou.

Dani ALves responde nas redes sociais

Após as críticas, o capitão da seleção olímpica, Daniel Alves, foi às redes sociais para se manifestar. Em sua conta verificada do Instagram, o experiente jogador do São Paulo ressaltou respeitar todas as opniões de atletas de outros esportes, mas disse que o grupo não aceitou certas imposições.

"Não queremos ser diferenteS de ninguém, mas não aceitamos algumas imposições. Favor quando forem exigir alguma coisa pro seus esportes, respeitar o nosso… até mesmo porque prezamos para que haja uma igualdade dentro das modalidades ou pelo menos um equilíbrio", disse Dani.

 

Atletas brasileiros sem patrócinio

Além das dificuldades que todos os atletas enfrentam, os brasileiros que disputaram os Jogos Olímpicos de Tóquio encararam, mais uma vez, a falta de investimento e patrocínios.

De acordo com o GloboEsporte.com, os 309 atletas brasileiros nas Olimpíadas, 231 dependem do Bolsa Atleta, incentivo que existe desde 2004 e não teve edital lançado no ano passado, para ajudar mais pessoas, enquanto 131 não contam com patrocínios e 41 precisaram fazer vaquinha para estar no Japão. Além do mais, 33 não conseguem viver só do esporte e têm outras profissões.

Vale destacar que, até o momento, a CBF ainda não se manifestou sobre o caso. 

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