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Robert Lewandowski Joan Laporta Barcelona GFX 16-9Getty/GOAL

Barcelona corre seu maior risco: há chance de falência após compras?

O Barcelona vem de um período conturbado, após a má gestão de Josep Maria Bartomeu ficar clara, que trouxe uma enorme crise ao clube catalão. Pouco tempo depois, o Barça voltou a investir pesado - muito mais do que o esperado - e contratou nomes de peso no mercado. E isso trouxe dúvidas: o clube tem esse poderio todo? O Barça pode quebrar?

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Existe uma visão, especialmente no mundo financeiro, resumida na sigla TBTF ('Too Big To Fail', que significa "grande demais para quebrar"), e foi usada para falar de bancos e instituições financeiras de grande influência e poder, que permaneciam existindo e operando, mesmo com sucessivas má gestões.

Há quem pense que o Barcelona pode estar voltando a trilhar este caminho, que ficou claro durante a gestão de Josep Maria Bartomeu.

Como Bartomeu quase quebrou o Barcelona

Bartomeu colocou a sigla TBTF à prova, deixando o Barcelona à beira da falência, com sua gestão sendo marcada por gastanças enormes e desnecessárias. Entre 2014 e 2019, ele torrou 1 bilhão de euros (cerca de R$ 5.6 bilhões) em transferências que pouco agregaram ao clube.

O então presidente ignorou a recomendação de LaLiga, que dizia que o clube não poderia gastar mais de 70% da sua renda com salários. Ele bancou essa decisão e viu tudo começar a ir por água abaixo, especialmente após o início da pandemia, com a saída de diversos jogadores importantes, entre eles, ninguém menos que Lionel Messi, que classificou a gestão de Bartomeu como "uma tragédia".

Após Laporta assumir o cargo, viu-se um Barça modesto no mercado, aproveitando as oportunidades e parecendo jogar dentro das regras e da situação financeira corrente.

Porém, como explicar que agora, antes da temporada 2022/23, o clube catalão contratou Robert Lewandowski, Raphinha, Franck Kessié e Andreas Christensen, mesmo devendo mais de 1.3 bilhão de euros (cerca de R$ 7.3 bilhões)? E o pior: enquanto isso não for acertado, o Barça não pode registrar novos jogadores em seu plantel.

A surpreendente gastança de Laporta na janela de transferências

Enquanto mudam os presidentes do Barça, o que parece permanecer inalterada é a ânsia por contratar super estrelas do futebol mundial.

Sobre isso, até o técnico do Bayern de Munique, Julian Nagelsmann teceu um comentário.

"Eles [Barcelona] contrataram muitos novos jogadores, não só o Robert [Lewandowski]. E, sinceramente, eu não sei como. É o único clube no mundo que pode comprar jogadores sem dinheiro. É meio estranho e louco", declarou o jovem técnico.

Joan Laporta fez algumas manobras para aliviar a situação financeira do Barça: vendeu jogadores que não interessavam, reduziu salários e mais. Ainda assim, existe um certo grau de TBTF (Grande demais para quebrar) na forma como o mandatário trata a volta do Barça ao protagonismo espanhol, europeu e mundial.

Ele, claramente, tem aceitado mais riscos do que o desejado para este momento do clube e o Barça pode não ter ajuda financeira caso suas apostas deem errado. Em um momento de contas bancárias delicadas, ele assumiu o risco, deixou a prudência de lado e decidiu tomar o caminho da falência.

As 'alavancas' de Laporta

Joan Laporta arrecadou 582 milhões de euros (cerca de R$ 3.27 bilhões) ao vender 25% dos direitos de transmissão do Barcelona junto a La Liga pelos próximos 25 anos e agora quer vender 49,9% do Barça Licensing and Merchandising (BLM), que cuida do marketing e das vendas de produtos e ações do clube.

Em resumo, o Barcelona está hipotecando seu futuro na esperança de que as conquistas a curto prazo vão recolocar o clube na posição que foi ocupada até poucos anos atrás.

Essas ações têm sido chamadas de alavancas, "soluções simples" para aliviar a saúde financeira do presente, mas que pode trazer graves consequências no futuro.

Lewandowski: o 'chute na porta' do atual presidente

Quando você tira o duas vezes melhor jogador do mundo de seu clube, a mensagem é clara: o Barça quer voltar ao que era. A chegada de Lewandowski é uma clara mensagem ao mundo do futebol. Mas é uma contratação realmente necessária?

O Barça vinha tendo grandes problemas no ataque, por isso, em janeiro de 2022, eles trouxeram Pierre-Emerick Aubameyang, que vinha em baixa no Arsenal. O atacante gabonês chegou e resolveu grande parte do problema, ao marcar 11 gols em 17 jogos de La Liga.

Lewandowski claramente traz ainda mais qualidade ao ataque culé, mas é importante lembrar que em agosto, o polonês completa 34 anos, uma idade que muitos atletas começam a apresentar um claro declínio no competitivo, e cada vez mais físico, mundo do futebol.

Além disso, o Barcelona também apresenta falhas e carências em outros setores do campo de jogo e isso pode ser determinante para um futuro imediato, na incansável busca pelo sucesso.

Os (antigos) problemas defensivos

Não é de hoje que o Barcelona conta com ataque poderoso, que não corresponde ao, muitas vezes, frágil sistema defensivo.

Aos 34 anos, Sergio Busquets, o principal 'cão de guarda' do elenco, já não entrega no mesmo nível que o consagrou em um dos melhores e mais influentes meio-campistas de sua geração.

As laterais também são um problema: Jordi Alba está com 33 anos, enquanto Sergiño Dest ainda não convenceu no clube. Esse é o motivo pelo qual o clube catalão está atrás de contratar Marcos Alonso e Cesar Azpilicueta, do Chelsea.

O Barça está confiante em poder trazer mais jogadores quando Laporta puxar a alavanca número três (a venda de ações do BLM).

Quando isso acontecer, a pressão será muito grande e apenas uma temporada muito exitosa será o suficiente para o clube.

O Barcelonaprecisam enviar uma mensagem clara aos patrocinadores, credores e investidores de que um clube anteriormente 'morto' está vivo e ativo mais uma vez.

Laporta não poderá ressuscitar o Barça pela segunda vez. Não haverá mais alavancas para puxar se Lewandowski e companhia não entregarem exatamente o esperado; não há mais assistência se esta aposta der errado.

O Barcelona não é mais grande demais para quebrar.

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