
Alisson foi um dos melhores goleiros na temporada 2017-18 do futebol europeu, e muito da excelente campanha da Roma, semifinalista da Champions League e terceira no Campeonato Italiano, passou pelas defesas (e alguns milagres!) do brasileiro.
Considerando os clubes mais tradicionais da Europa, nenhum goleiro trabalhou tanto quanto Alisson. No somatório Champions + Serie A, foram 200 finalizações em sua direção e incríveis 155 defesas realizadas segundo números da Opta Sports. O jogador revelado pelo Internacional sofreu 47 gols, mas terminou a temporada com um bom aproveitamento de 76.5%.
Aliado ao impressionante desempenho, o status de ter sido titular pelo Brasil na Copa do Mundo – ainda que não tenha feito, na Rússia, os milagres vistos pelos torcedores da Roma. Por tudo isso, e por não contar com nenhum goleiro confiável, o Liverpool desembolsou € 75 milhões para ter Alisson sob suas traves nos próximos cinco anos. Uma quantia que o coloca na história como goleiro mais caro de todos os tempos, superando os € 52 milhões pagos pela Juventus para, em 2001, tirar Gianluigi Buffon do Parma.
Os números da transferência colocam Alisson na frente de Buffon, talvez o melhor da história em sua função. Mas o valor pago pelo Liverpool é muito mais um atestado do quão absurdo ficou o mercado de transferências depois que o PSG desembolsou € 222 milhões por Neymar, do que uma aposta do clube inglês de que o brasileiro terá um legado tão grandioso quanto o do italiano pela ‘Velha Senhora’.
Getty ImagesBuffon, em 2001: negociação próxima ao recorde total de então (Foto: Getty Images)
Pois quando desembolsou € 52 milhões para tirar Buffon do Parma, os maiores valores pagos pelos craques eram – ainda que milionários – muito menores. Um ano antes, em 2000, o Real Madrid quebrava o recorde mundial ao desembolsar € 60 milhões para tirar Luis Figo do Barcelona. Oito milhões a mais do que a Juve teve que pagar pelo goleiro.
Exatamente por isso, não importa tanto que Alisson seja o goleiro mais caro da história quando a diferença em sua transferência para a de Neymar – a maior na história – daria para contratar quase ‘três Buffons’ e pelo menos ‘dois Luis Figos’. O valor é mais absurdo ao refletir a realidade monetária do futebol.
