O pioneirismo de Juan Figer no futebol masculino da década de 1980 é replicado por Thiago Taveira no feminino. Representante de mais de 45 jogadoras, ele se responsabilizou pela valorização do esporte nos últimos anos e tem trabalhado arduamente na busca por uma melhoria na valorização da modalidade.
Com história no futebol masculino, Thiago Taveira iniciou o trabalho no feminino em 2011. O empresário começou trabalhando com as atacantes Thaisinha e Bia Zaneratto. Inicialmente resistente em investir na modalidade, ajudou a dupla a se estrututar financeiramente no exterior. Ambas defenderam o Incheon Hyundai, da Coreia do Sul.
"Comecei a trabalhar com o futebol feminino em 2011, só com a Thaisinha e a Bia [Zaneratto]. Eu me limitei a ficar só com as duas, eu era um cara do futebol masculino. As meninas não tinham CLT, nada. Fiz o material delas e mandei para fora do país. Peguei o material delas e espalhei para o mundo inteiro. Recebi proposta de tudo quanto é lado. Queria um clube que pudesse mandar as duas, porque não queria mandar a Thaisinha sozinha. Consegui uma proposta para a Thais e para a Bia do Incheon Hyundai. Eu me precavi do contrato, elas foram campeãs no primeiro ano e comecei a negociar com base no [valor do futebol] masculino. Elas tinham propostas grandes e só as duas tinham. Elas ficaram sete anos lá, mudaram a realidade financeira delas e se tornaram as mais bem-sucedidas do Brasil, conseguiram construir um patrimônio", disse em entrevista exclusiva à GOAL.
Há cerca de dois anos, Thiago Taveira decidiu mudar o foco. Uma proposta do Wuhan Xinjiyuan, da China, por Bia Zaneratto, ainda em 2019, ano da Copa do Mundo da França, foi crucial para o novo pensamento do representante de atletas.
"Até dois anos e meio, eu resistia em ter outras atletas. Aí recebemos uma proposta da China pela Bia. Eu fui a Paris, era época de Copa do Mundo, encontrei os caras, pedi uma cacetada de dinheiro, e os caras aceitaram. Eu comecei a investir no futebol feminino, porque as meninas não tinham ninguém para lutar por elas com estratégia, com nobreza. Aí comecei a investir", afirmou o empresário.
"Essas meninas precisavam disso. De oito anos para cá, comecei a estudar muito inteligência emocional. Eu fiz muitos cursos. Comecei a me conhecer e passei a aplicar isso nos meus atletas e nelas. Comecei a entender de crença, a fazer com que elas entendessem que elas tinham que aceitar a riqueza. Eu mostrei que, no mundo do futebol [feminino], na profissão delas, havia uma crença de pobreza. Eu comecei a mexer com isso, e elas começaram a ter resultados. Fiz estratégia financeira, de mídia, gestão espiritual. Comecei a treiná-las emocionalmente. Foi assustador o resultado, porque elas estão enriquecendo. Eu comecei a brigar com os clubes pelo aumento dos contratos delas no mercado", acrescentou.
A nova estratégia o transformou em um nome de destaque na modalidade, com mais de 45 atletas em sua vasta lista de clientes. Ele é o responsável por trabalhar com grandes nomes da seleção brasileira, como Formiga, Bia Zaneratto, Kethellen Souza, Victoria Albuquerque, Adriana, Bruninha, Duda e Amanda Gutierres. Além das craques brasileiras, o agente trabalha com a argentina Sole Jaimes. Não à toa Taveira se sente o principal responsável pela valorização recente do esporte.
"Não tenho dúvida que sou o responsável pelo aumento salarial do mercado, sou até um pouco firme com os clubes. Sou um cara que tenho relação com a maioria dos clubes do mundo. Eu tenho relacionamento internacional no futebol feminino. Comecei a usar isso tudo, falei que peitaria e faria as meninas enriquecerem. É o que tenho feito, esse é o negócio. Eu tenho relação de amor, de carinho com elas", declarou.
"Eu tenho orgulho de ser uma referência, estou fazendo coisas que ninguém está. Os resultados mostram as negociações, o quanto eu fiz as atletas enriquecerem. Estou espalhando o mercado no mundo inteiro. Eu tenho a [atacante argentina] Sole Jaimes no Napoli. Levei a Kethellen Souza para a Inter de Milão. Elas ganham no mínimo 300% a mais que ganhavam. A Bia [Zaneratto] é uma referência, a melhor jogadora do Brasil, destravou limites financeiros do mercado. A história é essa", concluiu.
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