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Bayern Munich v AFC AjaxGetty Images Sport

Zé Roberto relembra glórias e frustrações na Champions League e projeta edição 2025/26: "Tem brasileiro que desponta na fase final"

Mais uma edição da UEFA Champions League está saindo do forno e, com ela, cresce a expectativa de ver jogadores brasileiros brilhando nos maiores palcos do futebol mundial. Além de o Brasil ser um dos países com mais atletas campeões, todos os clubes que levantaram a “Orelhuda” desde 2005 tiveram, ao menos, um brasileiro em seus elencos.

Um dos nomes que ajudam a contar esse histórico de protagonismo tupiniquim na Champions é Zé Roberto. Na temporada 1997/98, o ex-meio-campista e lateral disputou quatro partidas e marcou um gol pelo Real Madrid na campanha que culminou no heptacampeonato europeu dos merengues, embora tenha retornado ao Brasil por empréstimo ao Flamengo após a fase de grupos. Anos depois, em 2001/02, voltou a viver momentos decisivos com o Bayer Leverkusen, chegando à final contra o próprio Real. Na ocasião, porém, não entrou em campo: estava suspenso após receber cartão amarelo na semifinal contra o Manchester United, e o Leverkusen foi derrotado por 2 a 1.

No Bayern de Munique, clube onde construiu a maior parte da carreira e se consolidou como um dos melhores meio-campistas brasileiros da história, seguiu disputando a Champions League temporada após temporada. Foram 37 jogos (39, se contarmos a fase pré) com a camisa bávara no torneio.

Revelado pela Portuguesa, Zé Roberto também defendeu o Hamburgo, da Alemanha, e o Al Gharafa, do Catar. No Brasil, além de Portuguesa e Flamengo, vestiu as camisas de Santos, Grêmio e Palmeiras. No Verdão, encerrou a carreira em 2017, conquistando títulos e ficando na memória eterna do torcedor. Pela seleção brasileira, foi vice-campeão do mundo em 1998, disputou a Copa de 2006 e conquistou duas Copas América e duas Copas das Confederações, somando 84 partidas e seis gols com a Amarelinha.

Às vésperas de mais uma edição da Champions League, Zé Roberto concedeu entrevista exclusiva para a GOAL, relembrando memórias marcantes da competição — algumas boas, outras nem tanto. Aos 51 anos, sempre em ótima forma, ele também analisou os brasileiros que podem se destacar na temporada e projetou as chances da seleção na Copa do Mundo de 2026.

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  • Juventus' defender Gianluca Zambrotta (LAFP

    Obsessão pela Champions League é maior no Real ou Bayern?

    GOAL: Entre os clubes que você passou, jogou por Bayern de Munique e Real Madrid, dois dos maiores campeões da Champions League. Há uma obsessão maior pela Champions em algum dos dois?

    Zé Roberto: Com certeza a obsessão maior é da parte do Bayern de Munique. É um clube que sonha em voltar a disputar a final de uma Champions, que a cada temporada se reforça e traz jogadores a nível internacional para reforçar a equipe pensando em Champions. Até porque o Bayern é recordista de títulos na Alemanha, então não quer só vencer a Bundesliga ou a Copa da Alemanha. O Bayern quer voltar a vencer uma Champions, e está buscando voltar a disputar uma final de Champions.

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  • Ze Roberto of Real MadridGetty Images Sport

    Lembranças da Champions League

    GOAL: Em todos os clubes em que jogou a Champions, você teve muitas histórias - boas e ruins. Me conte a sua melhor lembrança jogando a Champions League.

    Zé Roberto: A melhor lembrança, com certeza, foi jogando a Champions pelo Real Madrid, que a venceu, na temporada de 1997/98. Foi o ano que eu saí, mas joguei algumas partidas e, inclusive, fiz um gol jogando contra o Rosenborg. Como entrei jogando e marquei um gol, a recordação positiva foi jogando pelo Real Madrid e tendo a felicidade de fazer um gol.

    GOAL: E a pior?

    Zé Roberto: Tenho duas lembranças ruins de Champions. Uma foi ter perdido a final pelo Leverkusen na temporada 2001/02, jogando contra o Real Madrid. Além de ter perdido, eu não joguei, porque estava suspenso. A outra foi jogando pelo Bayern de Munique, nas quartas de final de 2008/09, contra o Barcelona. A experiência ruim foi que eu nunca tinha sentido aquela sensação de estar em um jogo me sentindo em um "bobinho gigante". A gente jogou contra um dos melhores times já formados para disputar uma Champions League, que foi o Barcelona do Guardiola. Colocaram a gente na roda e parecia que eu estava em um bobinho gigante.

  • Estevao Willian Chelsea 2025-26Getty

    Brasileiros para ficar de olho

    GOAL: Assim como você jogou, hoje ainda temos muitos brasileiros na Champions, muitos protagonistas e outros que têm seus devidos papéis importantes também. Qual desses jogadores brasileiros você acha que mais pode ser o craque da competição nesta nova temporada?

    Zé Roberto: Acho que o Estêvão tem muito potencial, está chegando no Chelsea agora, é um jogador que vai fazer uma grande temporada. Acredito muito que o Real Madrid vai chegar até as finais da competição, então tem um brasileiro que desponta e consegue fazer a diferença quando chega nessa fase final, de semi, de quartas, que é o próprio Vinícius Júnior. Gostei muito, também, da última temporada que fez o Raphinha, é um jogador que cresceu muito no clube e o momento dele na temporada foi muito por conta da mudança de treinador, que deu mais confiança para ele, se tornou até capitão do time. É um time que joga muito e tem um padrão que o favorece, tanto jogando por dentro quanto por fora. Esses três são os que eu apontaria para ser o brasileiro craque da Champions.

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  • Bayern Munich's Brazilian midfielder ZeAFP

    Falta protagonismo brasileiro no meio-campo?

    GOAL: Os três que você apontou (para craque da competição) são atacantes, curiosamente. Você foi meio-campista e, também, protagonista por boa parte da carreira. Hoje em dia, acaba faltando meio-campistas brasileiros com protagonismo nos times da Europa?

    Zé Roberto: Falta, acho que falta. Na minha época, tínhamos muitos jogadores que faziam essa diferença. Se formos citar nomes, podemos falar três, quatro, cinco que faziam essa diferença disputando Champions League por seus clubes. Você via o Kaká fazendo a diferença no Milan. Lembro muito do Emerson, que jogou muito na Juventus, no Milan, na Roma. O Juninho Pernambucano... eram muitos que jogavam no setor e se destacavam em seus clubes na Champions. Hoje, tenho um pouco de dificuldade de mencionar três que são protagonistas de seus clubes. Na minha época, a safra de meio-campista era maior do que agora, hoje a gente vê mais atacantes despontando e tendo esse diferencial nos teus clubes. É muito de fase. Estamos em uma época em que temos formado mais atacantes do que outros setores.

  • Brazilian midfielder Ze Roberto (L) viesAFP

    Copa do Mundo logo ali...

    GOAL: Temos os brasileiros que você comentou e jogadores ao redor de todo o mundo que estarão nesta Champions e também figurarão na Copa do Mundo do ano que vem. Essa nova temporada pode dar quais indícios para a próxima Copa?

    Zé Roberto: A Copa do Mundo é muito diferente de qualquer competição. A Copa do Mundo é o máximo sonho de qualquer atleta. Todo atleta que sonha em chegar numa Copa do Mundo precisa vivenciar e estar em sua melhor forma para ter um espaço na seleção. Pelo que a gente acompanhou no Mundial de Clubes e entre as seleções, muitas seleções se reforçaram, surgiram novos talentos. Outras conseguiram manter os mesmos jogadores que vêm da Copa passada e têm idade para chegar nessa Copa. Vejo seleções se reforçando e outras mantendo o padrão. Esses dias saiu uma matéria do próprio [Lionel] Messi falando que não sabe se joga a próxima Copa do Mundo. Olhando a temporada dele e a importância que tem para a Argentina, o Messi precisa jogar com uma perna só. Ele está em atualidade e a presença dele para a seleção e para a essência da Copa do Mundo, precisa ter jogador com essa qualidade. O Cristiano Ronaldo - vivenciando o que eu não diria os últimos anos de sua carreira, até porque o cara é uma máquina, e ele que vai decidir a hora de parar - é um atleta que, apesar da idade, tem importância para Portugal, que evoluiu muito e que aparece a cada temporada novos jogadores portugueses. Portugal, para mim, é uma das seleções candidatas ao título. Nas Copas passadas, só participava, hoje já vemos como um time que pode surpreender. Tem tudo para ser um grande espetáculo, vamos presenciar uma Copa do Mundo com um número maior de possibilidades de vencer. A França... a seleção brasileira, hoje com o Ancelotti, que é um treinador experiente e vai montar uma seleção competitiva... a Espanha, uma seleção jovem, muito competitiva e que tem um futebol moderno. Acho que será uma das melhores na questão de qualidade que vimos nos últimos anos.

  • Ze Roberto of Bayer LeverkusenGetty Images Sport

    Zé Roberto jogando neste time do PSG?

    GOAL: Quem te acompanha nas redes sociais sabe que você ainda está em forma, embora já tenha se aposentado. Em qual time da Champions de hoje você conseguiria jogar?

    Zé Roberto: Rapaz... eu conseguiria jogar em qualquer time, mas se eu pudesse escolher um, gosto muito da forma como joga o Paris Saint-Germain, um time que tem a posse de bola, que controla o jogo, que tem um treinador que explora ao máximo da qualidade característica de seus jogadores. Eu gosto muito do meio-campo do Paris, acho que me encaixaria ali, então eu correria menos, me adaptando ao esquema tático.

    Zé Roberto estava falando em nome da bet365, Parceiro Global Oficial da UEFA Champions League.
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