Vinícius Junior e Estêvão decidem, e Barcelona e Liverpool em alerta: os vencedores e os perdedores do final de semana na Europa

Após demonstrar frustração por não ter conquistado a Bola de Ouro de 2024 e prometer o prêmio em 2025, Vinícius Júnior não chegou nem perto, terminando apenas na 16ª posição depois de uma temporada abaixo das expectativas.

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Agora, no entanto, o brasileiro começou o novo campeonato com tudo. Com dois gols na vitória do Real Madrid por 3 a 1 sobre o Villarreal, ele já soma nove participações diretas em gols em oito partidas.

“Gosto de vê-lo sorrindo e se divertindo”, disse o técnico Xabi Alonso ao site oficial do clube. “Ele quase marcou um hat-trick e teve uma ótima atuação também contra o Levante, no dia 23 de setembro. É um jogador fundamental para o time e para o clube, pela capacidade que tem de desequilibrar, criar oportunidades e complicar a vida dos adversários.”

Antes do duelo da Liga dos Campeões contra o Paris Saint-Germain, Pedri chegou a afirmar que o Barcelona era o melhor time da Europa. Não era verdade naquela época, e ficou ainda mais evidente agora.

O Barça é, de fato, um time empolgante, mas tanto por seu talento ofensivo quanto por sua fragilidade defensiva. Suas partidas costumam ter muitos gols justamente pela vulnerabilidade que o estilo aberto impõe, algo que ficou claro nesta última semana.

Após perder por 2 a 1 em casa para um PSG desfalcado na quarta-feira, o time catalão foi atropelado por 4 a 1 pelo Sevilla, no domingo, por LaLiga, resultado que o tirou da liderança e devolveu o primeiro lugar ao rival Real Madrid.

Robert Lewandowski ainda perdeu um pênalti no segundo tempo que poderia ter empatado o jogo, mas Pedri reconheceu: “Não podemos colocar a culpa só nisso. Durante toda a partida, não estivemos à altura.”

O mesmo cenário se repetiu diante do PSG, e por isso as táticas arriscadas de Hansi Flick começam, pela primeira vez, a ser questionadas seriamente na Catalunha.

Marcus Thuram tem sido um dos grandes destaques da Inter de Milão nesta temporada, sendo eleito o melhor em campo nas duas partidas da Champions League até agora, contra Ajax e Slavia Praga.

Por isso, sua ausência por lesão no duelo do último domingo (5), contra o Cremonese, parecia um problema para o técnico Christian Chivu. Mas Ange-Yoan Bonny não apenas substituiu Thuram à altura. Ele foi sensacional.

Além de marcar seu primeiro gol com a camisa da Inter, após ser contratado do Parma no meio do ano, o atacante de 21 anos ainda deu três assistências, coroando uma atuação de gala e reforçando a boa leitura de Chivu, que o trouxe junto de sua antiga equipe.

“O professor me dá confiança todos os dias”, disse Bonny após a vitória por 4 a 1 no San Siro. “Se eu merecer, ele vai me dar oportunidades — sempre foi assim, inclusive no Parma. Agradeço por isso e quero seguir nesse caminho.”

Foi surpreendente ver que nenhum dos grandes clubes da Europa tentou contratar Igor Paixão na última janela. O brasileiro foi o melhor jogador do Campeonato Holandês na temporada passada, com 16 gols e 10 assistências pelo Feyenoord.

O Olympique de Marseille, no entanto, não hesitou em investir: desembolsou € 35 milhões (cerca de R$ 210 milhões), o maior valor da história do clube, para contar com o atacante. Após um início marcado por lesões, Paixão brilhou nesta semana: marcou dois gols na goleada por 4 a 0 sobre o Ajax, pela Champions League, e abriu o placar na vitória por 3 a 0 sobre o Metz, no sábado, seu primeiro gol na Ligue 1.

“Com alguns jogadores, é preciso investir antes na condição física e mental”, explicou o técnico Roberto De Zerbi após a partida. “Tento escalar o Paixão o máximo possível, e quando ele cai de rendimento, substituo. Mas ele está voltando ao nível que sabemos que pode alcançar.”

O Bayern já disputou dez partidas nesta temporada, e venceu todas elas. “Ainda estamos tentando entender o que mais podemos fazer para melhorar”, brincou o goleiro Manuel Neuer. Pela amostra até aqui, não há muito o que aperfeiçoar.

Os bávaros investiram pesado em Luis Díaz, e o ex-jogador do Liverpool vem justificando o valor pago: já são cinco gols e quatro assistências na Bundesliga, todas elas para Harry Kane. O artilheiro inglês, por sua vez, balançou as redes novamente na vitória sobre o Eintracht Frankfurt e chegou a impressionantes 11 gols em apenas seis rodadas, um novo recorde.

“Vejo o time evoluindo semana após semana”, afirmou Kane após a partida. Um aviso preocupante para os rivais: o Bayern já abriu quatro pontos de vantagem, marcou 25 gols (recorde do torneio até aqui) e sofreu apenas três.

Rasmus Hojlund não deixou saudades no Manchester United, mas sempre houve a sensação de que Antonio Conte poderia resgatar seu futebol, como fez com outro ex-United, Romelu Lukaku. E, até agora, o dinamarquês não decepcionou.

Depois de marcar dois gols na vitória do Napoli sobre o Sporting, pela Champions League, Hojlund voltou a ser decisivo no fim de semana, garantindo o triunfo por 2 a 1 sobre o Genoa com um gol aos 30 minutos do segundo tempo, resultado que recolocou os napolitanos na liderança da Série A.

Com isso, o atacante já soma o mesmo número de gols em seis jogos pelo Napoli em todas as competições quanto marcou durante toda a temporada passada na Premier League (quatro).

“Não acho que eu tenha mudado muito”, disse Hojlund à DAZN Itália. “Apenas faço meu trabalho e tento dar o melhor de mim dia após dia, contribuindo com o time.” Pelo visto, ele está cumprindo essa missão com excelência, e, no ritmo atual, Lukaku vai ter trabalho para recuperar a vaga no time titular de Conte.

Talvez tenha sido o gol mais “suado” da carreira de Jack Grealish. Nada plástico, nada bonito. Mas, em termos de importância, foi enorme. Aos 47 minutos do segundo tempo, o meia garantiu a vitória por 2 a 1 do Everton sobre o Crystal Palace, encerrando uma invencibilidade de seis meses e 12 jogos dos rivais na Premier League.

“Sabe o que é louco? Nos últimos jogos aqui, sempre estávamos empatando, e eu ficava pensando lá pelos 40 minutos: ‘Vai, Jack, tenta fazer um gol agora. Imagina se sai um gol nesse momento’”, contou o camisa 10. “Pensei isso contra o Aston Villa, pensei isso contra o West Ham e não deu certo. Mas hoje pensei de novo, e dessa vez saiu! Fui direto comemorar com meus pais.”

Grealish já havia caído nas graças da torcida com quatro assistências em suas duas primeiras partidas como titular, mas o gol salvador no apagar das luzes o consagrou de vez como o primeiro grande ídolo do novo estádio do clube, o moderno Hill Dickinson Stadium. O estádio à beira do rio começa, enfim, a se tornar um verdadeiro lar para o time de David Moyes, que segue invicto em casa e agora tem uma vitória épica para recordar.

Arrependido pela forma como se comportou em sua passagem apagada pelo Manchester City, Grealish parece ter reencontrado o prazer de jogar e o protagonismo em sua nova fase como o “maverick” do Everton.

O fim de semana foi complicado para os maestros de meio-campo de Manchester City e Arsenal. Tanto Odegaard quanto Rodri chegaram aos seus jogos com preocupações físicas e acabaram deixando o campo ainda no primeiro tempo, devendo agora desfalcar suas equipes por um período.

No caso do norueguês, que vinha tratando um problema no ombro, surgiu uma nova lesão: durante a vitória do Arsenal por 2 a 0 sobre o West Ham, ele levou a pior em uma dividida com Crysencio Summerville e machucou o ligamento colateral medial do joelho.

Ødegaard entrou para a história da Premier League de um jeito indesejado: tornou-se o primeiro jogador a ser substituído ainda no primeiro tempo em três partidas consecutivas. Além de perder os próximos compromissos da Noruega, um jogo decisivo nas Eliminatórias contra Israel e um amistoso com a Nova Zelândia, ele é dúvida para os próximos duelos do Arsenal, contra Fulham e Atlético de Madrid, após a Data Fifa.

Rodri também se lesionou: o espanhol saiu sentindo a coxa na vitória sobre o Brentford, apenas dias depois de Pep Guardiola alertar que o vencedor da Bola de Ouro de 2024 não estava em condições ideais para atuar três vezes por semana. O volante tranquilizou os torcedores dizendo que “não é nada grave”, mas sua sequência de pequenas lesões nesta temporada, depois de quase perder toda a anterior, já preocupa o City, especialmente em relação à sua durabilidade a longo prazo.

Estevão vinha sendo o “bode expiatório” do Chelsea nas últimas rodadas: foi substituído logo aos seis minutos contra o Manchester United, após a expulsão do goleiro Robert Sánchez, e voltou a sair cedo diante do Brighton, quando Trevoh Chalobah levou o cartão vermelho. Desta vez, no entanto, começou no banco e terminou como herói.

Entrando no segundo tempo contra o Liverpool, o garoto de 18 anos mudou o jogo. Antes mesmo do gol, já havia assustado duas vezes: cruzou para Enzo Fernández acertar a trave e finalizou com perigo para defesa de Mamardashvili. Mas o momento decisivo veio nos acréscimos, quando ele invadiu a área em velocidade para completar o cruzamento rasteiro de Marc Cucurella e selar a vitória por 2 a 1, a primeira dos Blues em quatro partidas.

No apito final, recebeu um cumprimento animado de Cole Palmer, que o esperava no banco com uma jaqueta estilosa. A dupla promete ser um trunfo empolgante para o Chelsea nas próximas rodadas, misturando velocidade e criatividade para o ataque londrino.

Virgil van Dijk pediu calma à torcida do Liverpool após duas derrotas seguidas para o Galatasaray. Mas o time foi lá e perdeu a terceira consecutiva. A equipe que no início da temporada se especializava em vitórias no último minuto agora sofre do mesmo mal: gols sofridos nos acréscimos. Depois do tento de Eddie Nketiah aos 51 minutos contra o Crystal Palace, foi a vez de Estevão marcar aos 50 minutos para o Chelsea, mais um golpe duro.

O Liverpool vive sua pior sequência desde o primeiro semestre de 2023, e Arne Slot tem muito o que repensar durante a pausa internacional. O técnico viu o Arsenal assumir a liderança da Premier League, enquanto suas principais contratações, Alexander Isak e Florian Wirtz, ainda não mostraram a que vieram. E o craque Mohamed Salah atravessa um momento terrível: perdeu um gol feito no segundo tempo contra o Chelsea e praticamente não criou perigo o jogo inteiro.

A defesa também preocupa. Contra o Chelsea, Slot precisou trocar três dos quatro defensores titulares em apenas dez minutos e improvisar Ryan Gravenberch como zagueiro após a lesão de Ibrahima Konaté. O próximo compromisso, em casa, contra o Manchester United, pode ser o ponto de virada. No entanto, outro tropeço, principalmente diante de um rival em crise, será difícil de justificar.