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Johan Cruyff AjaxGetty Images

"Vergonhoso e desrespeitoso": Como o Bayern de Munique destruiu o jogo de despedida de uma lenda

Oficialmente, jogos de despedida não seguem um padrão específico. Extraoficialmente, no entanto, muitos são bastante semelhantes. O foco é o jogador que está se despedindo, o futebol geralmente não é levado muito a sério, as partidas muitas vezes terminam empatadas e o protagonista marca um ou mais gols antes de se despedir sob aplausos ensurdecedores. Mas o jogo de despedida de Johan Cruyff, contra o Bayern de Munique, não foi parecido com nada disso.

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  • Ajax vs Bayern: Uma noite inesquecível - no sentido negativo

    Johan Cruyff, que faleceu em março de 2016, foi nos anos 60 e 70 um dos melhores jogadores do mundo. Com Ajax e Barcelona, o holandês ganhou sete campeonatos nacionais, além de três Liga dos Campeões (1971, 1972, 1973) - para citar apenas os títulos mais importantes de sua carreira.

    Em 1978, anunciou surpreendentemente sua aposentadoria aos 31 anos de idade. O último grande espetáculo do "Rei Johan" havia sido marcado para o dia 7 de novembro, em sua cidade natal, Amsterdã. Para a partida de despedida, o Bayern de Munique, com estrelas como Sepp Maier, Gerd Müller e Paul Breitner, foi convidado. O grande rival do Ajax na Liga dos Campeões foi quem proporcionou a Cruyff uma noite inesquecível - mas no sentido negativo.

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  • Bayern vence o jogo de despedida de Johan Cruyff por 8 a 0

    O Bayern não seguiu o protocolo dos jogos de despedida e nem teve bom senso naquela noite, apresentando-se altamente competitivo e vencendo o jogo por 8 a 0 diante de 68.000 espectadores, com gols de Müller (3), Karl-Heinz Rummenigge (3) e Breitner (2). Cruyff admitiu posteriormente que nunca havia perdido por uma diferença tão grande.

    Após a partida, o Bayern recebeu muitas críticas pelo seu comportamento. Ruud Kaiser, ex-jogador do Ajax, mesmo anos depois se mostrou indignado com o ocorrido: "Concordamos que iríamos passar a bola constantemente para Johan, para que ele pudesse mostrar ao público do que ainda era capaz. Mas o Bayern entrou em campo como guerreiros, como se estivessem jogando uma final de Liga dos Campeões. Foi vergonhoso e desrespeitoso", disse Kaiser, acusando o Bayern de ter colocado Cruyff sob marcação individual durante todo o jogo.

    Essa acusação foi refutada por Kurt Niedermayer em suas descrições sobre a "noite estranha" na revista 11 Freunde. Niedermayer era na época um dos jogadores mais jovens do elenco do Bayern, e relatou que para ele foi uma grande honra poder participar do jogo de despedida de um jogador que ele admirava.

    Niedermayer, agora com 69 anos, também explicou por que o Bayern estava tão motivado para o jogo: "As esquisitices antes do jogo eram evidentes: não fomos recebidos no aeroporto e o hotel revelou-se bastante medíocre. Se não tivéssemos ido, provavelmente ninguém teria se importado. Paul Breitner contou depois que, durante o aquecimento, o público nos xingava de 'porcos nazistas'. Ele disse que no caminho do campo para o vestiário, os espectadores até cuspiram nele. De qualquer forma: em algum momento a paciência acabou."

    Isso foi particularmente relevante para os jogadores mais velhos e experientes do Bayern, como Breitner, Maier, Müller e Branko Oblak. Após uma conversa, eles chamaram os jogadores mais jovens e insistiram que eles "dessem um jogo de verdade aos holandeses". "Talvez os líderes [do time] também tivessem em mente que em 1973 haviam sido derrotados aqui, na Liga dos Campeões, por 4 a 0", especulou Niedermayer.

  • Johan CruyffHulton Archive

    A reação de Johan Cruyff: "Não foi legal"

    O Bayern certamente não fez amigos em Amsterdã naquela noite. Muitos espectadores do jogo estavam tão irritados que jogaram almofadas nos jogadores do clube alemão após o apito final.

    E o que Cruyff disse sobre seu jogo de despedida? "Não foi muito legal. Quando encontrar o Bayern novamente, vou destruí-los", falou anos depois. Em 2006, Karl-Heinz Rummenigge se desculpou pessoalmente com Cruyff pela atuação dos bávaros naquele 7 de novembro de 1978.

    Para Cruyff, seu jogo de despedida, aliás, não foi o último em sua carreira. No início de 1979, ele reapareceu no futebol e assinou um contrato bem remunerado com os Los Angeles Aztecs, na liga profissional norte-americana NASL.

    Seguiram-se compromissos com os Washington Diplomats, UD Levante, Ajax e Feyenoord. Em 13 de maio de 1984, a grande carreira do "Rei Johan" terminou definitivamente - sem outro jogo de despedida.

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