A transformação de Philippe Coutinho sob o comando de Fernando Diniz no Vasco

O que mudou para Coutinho, então? Dentro de campo, taticamente, ele talvez esteja se aproximando mais do gol adversário, sem precisar recuar muito para auxiliar na construção das jogadas, utilizando o seu talento mais para criar e finalizar. Para levar perigo efetivo ao goleiro, coisa que era sua especialidade em seus melhores momentos.

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Mas a virada de chave também passa por outros ingredientes. Philippe Coutinho melhorou sua condição física, o que por sua vez o ajudou a conseguir uma sequência de jogos em boa intensidade, sem que isso resultasse em lesões, e o ciclo se retroalimentou: tendo esta sequência que, antes, ele não vinha conseguindo ter, Coutinho entregou gols e assistências e vive o seu melhor momento em muito, muito tempo.

Evidente que a melhora de Coutinho também passa pela melhora do Vasco como time: a defesa deixou de tomar tantos gols, houve um salto de confiança após a classificação para as semifinais da Copa do Brasil, após vitória nos pênaltis no clássico contra o Botafogo, e outros jogadores do elenco cruz-maltino também foram ganhando destaque, como Rayan e Nuno Moreira.

Considerando apenas o Brasileirão, Coutinho já conseguiu superar seus números de 2024. A missão não era nada difícil: foram dois gols e uma assistência em 15 jogos pela competição nacional no ano passado. Mas, ainda assim, três dos cinco tentos marcados por ele neste Brasileirão aconteceram nas últimas semanas, assim como uma assistência no empate em 1 a 1 contra o Flamengo.

Se o assunto for a temporada inteira, todas as competições, Philippe faz sua campanha mais artilheira desde a época em que atuou emprestado no Bayern, em 2019/20, quando também marcou 11 gols – e ajudou os bávaros no título daquela Champions League. A diferença é que agora, ao contrário daquele ano na Alemanha, Coutinho é titular absoluto... e que a conta de bolas nas redes tende a aumentar.

Philippe Coutinho tem grandes condições de igualar e até superar seu ano com mais gols marcados. Em 2016/17, ainda sob o comando de Jurgen Klopp, o brasileiro fez 14 tentos com a camisa do Liverpool. Foi o seu auge como jogador, e desde então ele jamais conseguiu fazer algo parecido. A reta final de 2025, com decisões importantes também na semifinal da Copa do Brasil, contra o Fluminense, pode representar um novo ápice. E justamente no clube de seu coração.

Viver uma nova boa fase faz Coutinho entregar bons resultados ao Vasco, mas também entrega ao meia-atacante uma dose importante de confiança. E Philippe Coutinho sempre foi um atleta que precisou muito disso, talvez mais até do que os outros.

Ser decisivo não é apenas fazer gols. Um protagonista se apresenta em momentos de dificuldade. Dentre os seis gols e duas assistências de Philippe Coutinho desde a chegada de Fernando Diniz ao Vasco, todos eles foram ou para empatar ou para colocar o Cruz-maltino em vantagem no placar. Isso sem considerar a cobrança de falta que resultou no gol de Nuno Moreira sobre o Botafogo, nas quartas de final da Copa do Brasil.

Um desempenho destes faz o torcedor sonhar. Faz o Vasco sonhar em um final de temporada mais tranquilo no Brasileirão, e, claro, sonhar com título da Copa do Brasil. Philippe Coutinho não é um jogador qualquer, e parece que enfim está voltando aos trilhos. Continuando deste jeito, será possível ver Coutinho realizando um outro sonho: o de voltar à seleção brasileira a poucos meses da Copa do Mundo de 2026.

Por ora, no entanto, ele só quer saber do próximo jogo pelo Vasco e os objetivos realmente ao seu alcance. Errado, ele não está.