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Taffarel 16x9GOAL

Sai que é sua! Título da Copa do Mundo de 1994 ajudou Taffarel a virar o maior símbolo de goleiro na seleção brasileira

Ter uma seleção pentacampeã mundial é um privilégio, mas também apresenta alguns desafios. Quem é o melhor goleiro do Brasil na história das Copas? A resposta pode variar pelo maior número de argumentos possíveis.

Gilmar dos Santos Neves, ídolo de Corinthians e Santos, é o único bicampeão mundial e forte candidato ao posto. Não se surpreenda em ver gente até citando os arqueiros das Copas mais recentes, apenas sob o argumento de que a posição é a que mais evoluiu ao longo dos anos.

A memória mais recente, e o feito que importa de verdade – o título mundial – vão levantar as ótimas atuações de Marcos na campanha do Penta em 2002. Mas é difícil não escolher Taffarel. Campeão em 1994 e herói na semifinal de 1998, o gaúcho pode até não ter sido tecnicamente o melhor de todos. Cada um vai ter sua opinião. Algo mais próximo de uma certeza, contudo, começa a aparecer se mudarmos a pergunta: quem é o maior, não em estatura, mas em simbologia?

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  • TaffarelGetty/Chris Cole

    Um bordão para a eternidade

    Para início de conversa, nenhum goleiro na história do futebol brasileiro é tão ligado a um bordão quanto Taffarel. Mesmo estando aposentado dos gramados há décadas, o “Sai que é sua Taffarel!!!” segue intimamente ligado ao ex-arqueiro.

    A frase, eternizada na voz de Galvão Bueno, começou como um reflexo de toda a tensão que existia naquele momento da seleção... e terminou como um símbolo da segurança que o camisa 1 passou a representar quando atuava pelo Brasil.

    "O Taffarel foi o maior goleiro que eu já vi jogar na vida, na seleção brasileira. Somos amigos e virou uma loucura isso. Ele sempre foi fantástico, mas a bola passava pra cá, passava pra lá e ele não saia do gol: 'P..., Taffarel, sai que é sua'”, relembrou o próprio Galvão, em 2021, durante entrevista para o Fantástico, da TV Globo, ao falar como criou a frase que ganhou o país.

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  • Taffarel Roberto Baggio, 1994Getty Images

    Foco sobre os goleiros

    O foco extra de Galvão sobre Taffarel não era à toa. Titular na campanha ruim de quatro anos antes, em 1990, o goleiro foi um dos jogadores mais criticados no ciclo de Copa do Mundo até 1994. Apenas Dunga, bode expiatório na figura do termo “Era Dunga”, ficou mais marcado pelos resultados ruins que o Brasil teve até finalmente estrear nos Estados Unidos em 1994.

    Muito além destas críticas, balizadas também por uma falha na derrota histórica contra a Bolívia, nas Eliminatórias, Taffarel viveu a maior mudança na regra da dinâmica do futebol moderno: a proibição do goleiro em pegar recuo de bola com as mãos.

    A partir de 1992, se um companheiro de time devolvesse a bola para o seu próprio gol, o arqueiro seria obrigado a utilizar os pés. O jogo ficou mais acelerado, e ver goleiro atuando com os pés era raridade quase absoluta naquela época. Até mesmo pela novidade na regra, muito do foco – e da tensão – passou a ficar, naquele momento, concentrado também nos goleiros.

  • Taffarel Brasil 1994 30082016GABRIEL BOUYS/Getty Images

    Rei dos pênaltis

    E se já estava consagrado pelo bordão icônico de Galvão Bueno, Taffarel terminou de construir seu mito na seleção brasileira como referência vitoriosa na situação que mais consagra goleiros: as decisões por pênaltis.

    No contexto do Brasil, era algo importante. Em Copas do Mundo, até 1994 disputas alternadas não eram motivo de boas lembranças por causa da eliminação em 1986, para a França.

    Ao cair para o seu lado esquerdo, defendendo o chute do italiano Massaro na final realizada nos Estados Unidos, Taffarel já garantia um lugar na história como primeiro goleiro da seleção brasileira a defender um pênalti em Mundiais. O título sacramentado ali, após Roberto Baggio chutar sua penalidade por cima do gol, pôs Taffarel em um hall praticamente inalcançável.

    Quatro anos depois, na emocionante vitória nos pênaltis contra a Holanda, na semifinal da Copa do Mundo da França, o desempenho extraordinário de Taffarel em cobranças de pênaltis fez Galvão Bueno exclamar de tal forma, que o alcance da voz do narrador causaria inveja aos mais dedicados vocalistas de heavy metal. O grito estridente de “Taffareeeeeeeeeeeeeeeeeeel” virou outra marca do legado do camisa 1.

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  • Claudio Taffarel Roberto Baggio 94 World Cupgettyimages

    Legado pela seleção

    Exceção a um título, qual emoção de Copa do Mundo é maior do que vencer uma disputa por pênaltis? Pois Taffarel completou tranquilamente estes dois itens. No período que simbolizou o nascimento do goleiro moderno, Taffarel escreveu sua redenção enquanto se transformava em uma figura mitológica para a seleção brasileira.

    Goleiro com mais jogos pelo Brasil em Copas do Mundo (18), herói dos pênaltis, símbolo de segurança, dono de um dos maiores bordões da história da narração esportiva. Taffarel é tranquilamente o goleiro mais emblemático da seleção brasileira em Mundiais por tudo isso, mas especialmente pelo título de 1994.

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