Thiago Motta, o brasileiro que virou sensação na Europa como técnico no Campeonato Italiano

A fluidez, combinada a um talento que exploraremos em breve, levou o Bologna a ser um grande destaque na temporada.

As oito primeiras temporadas na Serie A, desde que saiu da segunda divisão, eram praticamente sempre as mesmas: as equipes de Milão, as de Roma mais a Juventus, Napoli, Fiorentina e Atalanta.

O Bologna, há algum tempo, possui um projeto para entrar no clube de elite, especificamente no grupo que frequenta campeonatos europeus. Tomando como exemplo o projeto da Atalanta, o Bologna teve uma fase inicial um pouco mais lenta: nas últimas temporadas, o clube precisou batalhar muito para sair dos status "fugir do rebaixamento", para "time de meio da tabela".

Agora, a mira está na Europa, e logo no maior de todos... A Champions League!

Este Bologna tem muito talento, as contratações de Ferguson, Ndoye, Beukema, Posch e Moro são atletas que sabem "desfilar em campo", encantar e desenvolver a qualidade da equipe.

Além disso, a chegada de Riccardo Calafiori, um dos melhores defensores da Serie A, por quatro milhões de euros, é um verdadeiro golpe de mestre.

Isso não é por acaso, algo já está sendo construído, não à toa, o Bologna apresenta a terceira equipe mais jovem da Serie A (idade média de 25,4 anos), atrás de Frosinone e Lecce.

O Bologna de Motta, muitas vezes parece um carrossel. Funcionando maravilhosamente bem, no qual os jogadores estão em movimento constante, harmônico e organizado.

E, no fundo, o Bologna de Thiago Motta parece um parque de diversões, seja qual for o ponto de vista, do público que assiste dentro do estádio ou pela TV, ou até mesmo de dentro, com jogadores e equipe unidos por um projeto técnico e uma visão clara de futebol.

Thiago dá confiança aos seus jogadores, mas acima de tudo, desenvolvimento técnico. Calafiori era originalmente lateral, hoje é um zagueiro de alta qualidade, apenas para citar um exemplo. O emblema deste trabalho, no entanto, que melhora tanto a equipe quanto o atleta, tem nome e sobrenome, Joshua Orobosa Zirkzee.

Vamos voltar algum tempo para trás, na última janela de transferência de 2023. O Bologna se despede de Arnautovic, e foi preciso entender quem seria o camisa 9 de Thiago Motta. No final das contas, o mercado não trouxe nenhum nome. A opção que restou, foi utilizar quem já estava no elenco, Joshua Zirkzee. Talentoso, mas com muito trabalho a ser feito. O holandês que chegou do Bayern de Munique em 2022 deu a impressão de estar pronto, mas não passava a segurança necessária.

No entanto, a passagem de bastão foi fundamental para Zirkzee, como se o peso da responsabilidade tivesse despertado seu verdadeiro talento. Os sete gols marcados mostram que "Joshua se tornou Zirkzee", demonstrando que apesar de cru, se encaixou perfeitamente no plano de Thiago. Além dos gols, também contribuiu com duas assistências, totalizando nove participações em gols: apenas Lautaro, Berardi, Dybala, Thuram e Giroud possuem números melhores na Serie A.

Os números nunca mentem, e isso só ajuda a comprovar o fato de que este Bologna é um verdadeiro carrossel. O clube é a quarta equipe em número de passes feitos na Serie A (8161) e quinta em percentual de passes bem-sucedidos (87,4%, atrás de Monza, Inter, Milan, Napoli).

A equipe de Motta, é também a quinta por toques na área adversária (217), significa dizer que o time circula muito com a posse da bola, achando brechas para alcançar seu objetivo, até encontrá-lo.

Tem paciência e elegância, evitando a verticalização frenética das jogadas, no intuito de prejudicar os adversários e o andamento de jogo.

E todos jogam no time de Motta, realmente todos. De Saelemakers à doye, que apesar de não ter marcado gols até o presente momento, atuam como protagonistas vitoriosos.

O que está acontecendo em Bolonha não é fruto do acaso, mas a concretização de um projeto iniciado há três anos. O futuro, apesar de incerto, pode reservar ao clube momentos de grandeza, tanto nacionais quanto internacionais.

E isso vai se demonstrando nos detalhes, como, por exemplo, as quase 15 mil assinaturas de sócios na última inter temporada, além de uma média de presença de 25 mil no Dall'Ara.

E, falando no estádio, o início das obras de modernizarão está próximo. Em 2024, começarão os trabalhos para elevar a infraestrutura temporária, o que acarretará na reforma que fechará a casa nas temporadas 2025/26 e 2026/27.

Com um novo estádio surgindo dois anos depois, também será uma peça fundamental para os sonhos de alcançar o patamar europeu.