Suspensão e gol perdido absurdo: Cristiano Ronaldo tem culpa na crise do Al Nassr

O ano de 2024 não tem sido gentil com o Al Nassr até agora, com o time vencendo apenas dois de seus quatro jogos na liga desde fevereiro. Após vitórias sobre Al Fateh e Al Shabab, a forma caiu alarmantemente, com primeiro ficando no empate em casa contra o lanterna, Al Hazm, antes de uma derrota também nos seus domínios, por 3 a 1, para o modesto Al Raed - extinguindo praticamente suas escassas esperanças de alcançar o líder invicto da liga, o Al Hilal.

A Liga dos Campeões vinha sendo a boa notícia, mas ninguém contava com a eliminação diante do Al Ain, nas quartas de final, após perderem três cobranças na disputa de pênaltis, revertendo uma desvantagem de 3 a 0 no agregado durante o tempo regulamentar.

E, apesar de tudo o que ele fez pelo clube em seu breve período no Oriente Médio, há um homem que deve assumir a responsabilidade pelos problemas de seu clube.

Apesar da ridícula média de gols em 2024, foram duas semanas terríveis para Ronaldo. A sorte do Al Nassr começaram a mudar no final de fevereiro, quando o atacante respondeu de maneira infantil a provocações de torcedores adversários, durante a vitória sobre o Al Shabab, fazendo gestos obscenos na virilha após marcar um gol de pênalti. O nome de Lionel Messi foi entoado.

A reação fez com que o jogador de 39 anos caísse nas graças das autoridades sauditas, que implicou uma suspensão de um jogo após uma investigação. "Eu sempre respeitarei as culturas de todos os países, como respeitei até hoje, mas nem sempre o que as pessoas veem é a realidade", disse ele, posteriormente. "É óbvio que não farei isso novamente neste país, mas, na Europa, é muito normal. Às vezes, a paixão e a empolgação do jogo nos levam a cometer alguns erros".

Sem seu jogador principal, o Al Nassr ficou no empate em casa com o lanterna. Não é injusto presumir que as coisas poderiam ter sido completamente diferentes para os anfitriões com Ronaldo em campo.

Ronaldo retornou para o jogo de ida das quartas de final da Liga dos Campeões, contra o Al Ain, mas passou em branco na derrota por 1 a 0 fora de casa. Ele seguiu com uma exibição pouco produtiva na derrota seguinte, na liga, para o Al Raed, com duas bolas na trave.

O português voltou a marcar, no segundo jogo contra o Al Ain, de pênalti, no último minuto da prorrogação para forçar uma disputa de penalidades - mas ele poderia ter sido o herói com uma contribuição ainda mais significativa anteriormente na partida. Ainda quando o placar estava empatado em 2 a 2, com o Al Ain liderando no agregado, Ronaldo desperdiçou uma chance absurda, a apenas três metros de distância.

Embora ele tenha marcado o gol que garantiu a disputa de pênaltis, Ronaldo poderia ter ajudado sua equipe a garantir uma vitória heroica ainda no tempo normal se seus instintos habituais não o tivessem abandonado.

Agora, o Al Nassr se encontra 12 pontos atrás do Al Hilal na Liga Saudita e sem qualquer chance de sucesso continental em 2023/24. Agora é uma questão de garantir que a temporada não se esvazie, e figuras experientes como Ronaldo serão fundamentais para garantir que isso não aconteça.

O time de Riade está praticamente garantido na próxima Liga dos Campeões, já que os três primeiros colocados do Sauditão se classificam automaticamente para a competição, e eles ainda estão na disputa por duas taças domésticas - a Copa do Rei e a Supercopa. No entanto, dificilmente são favoritos para a última, tendo justamente o Al Hilal pela frente nas semifinais.

No entanto, a preocupante sequência de resultados ainda pode trazer graves consequências para o técnico Castro. Todos os principais veículos de imprensa sauditas e fontes próximas ao clube acreditam que ele está praticamente condenado à demissão, e que agora seria apenas uma questão de 'quando' - e não 'se' - ele será dispensado, considerando o grande investimento canalizado para a construção deste elenco.

Falando após a eliminação para o Al Ain nos pênaltis, o português parecia, porém, não acreditar na possibilidade. "A justiça no futebol não esteve do nosso lado", disse ele. "Praticamos cobranças de pênaltis e os jogadores têm a responsabilidade de convertê-las. Os erros individuais são de nossa responsabilidade, incluindo lesões e suspensões".

Ele acrescentou: "Minha única tristeza é não poder fazer os torcedores do Al Nassr irem para casa felizes. Ainda podemos vencer a Copa do Rei e a Supercopa, mas também podemos não vencer. Se você quer saber se meu trabalho é bom ou ruim, pergunte aos jogadores sobre meu trabalho. Não tenho medo de ser demitido. Estou aqui por causa do meu trabalho árduo, e não apenas pelos resultados. O mundo árabe debate resultados, não ações. A vida não é apenas isso".

No entanto, Castro ainda pode ter uma última chance - embora a demissão já pareça certa. O Al Nassr enfrentará o Al Ahli, terceiro colocado na liga, na sexta-feira (15). Se eles não conseguirem garantir nada menos que uma vitória para consolidar a segunda posição e aumentar a vantagem sobre seus adversários para nove pontos, este quase certamente será o fim da linha para Castro.

O destino do treinador está pendurado por um fio, e Ronaldo pode muito bem estar jogando para salvar o emprego de seu compatriota. Nas próximas semanas, o Al Nassr precisará de seu craque em plena forma para resgatar uma temporada em sério perigo de se tornar um fracasso completo.