Super Mundial de Clubes da FIFA em 2025 tem chance de ser um super fracasso: ameaça de greves e pouco interesse de TV’s

Com apenas nove meses restantes até o início programado do torneio em junho de 2025, várias questões críticas continuam sem resolução. Esses desafios levantaram sérias dúvidas sobre a viabilidade do evento, com preocupações relacionadas aos direitos de transmissão, à escolha dos locais e à participação dos jogadores, colocando a FIFA em uma situação delicada.

Uma das preocupações mais urgentes é a ausência de acordos para a transmissão do evento. Segundo a La Gazzetta dello Sport, a FIFA iniciou negociações com a Apple para fechar uma parceria global de streaming para o Mundial de Clubes, mas o acordo não se concretizou, deixando a organização em busca de alternativas. Em julho de 2024, a FIFA lançou uma licitação internacional para atrair patrocinadores de transmissão para as edições de 2025 e 2029 do torneio. No entanto, até o recente prazo final, não foram recebidas propostas de vários mercados importantes, incluindo Américas, Ásia, Oriente Médio e região do Oriente Médio e Norte da África.

Em resposta, o presidente da FIFA, Gianni Infantino, convocou uma reunião de emergência com executivos de televisão globais para aumentar o interesse na transmissão do torneio, mas até agora, seus esforços não surtiram efeito.

Além da questão da transmissão, a FIFA tem encontrado dificuldades em atrair patrocinadores para o torneio de 2025. Assim como as emissoras, os patrocinadores estão hesitantes devido à incerteza em relação aos locais e os centros de treinamento, que ainda não foram revelados. Sem essas informações essenciais, os potenciais patrocinadores têm dificuldade em avaliar o nível de exposição e o valor que poderiam obter com o torneio. A FIFA parece estar apostando na Arábia Saudita, na esperança de que Riade mantenha seu interesse em sediar a competição de clubes.

O treinador do Real Madrid, Carlo Ancelotti, afirmou que o valor que a FIFA está oferecendo aos clubes é equivalente ao que algumas equipes arrecadam em apenas um jogo.

"Um dos nossos jogos vale vinte milhões de euros; a FIFA quer nos dar esse montante por toda a competição", disse Ancelotti ao Il Giornale no início de junho. "A FIFA pode esquecer isso, jogadores e clubes não participarão desse torneio."

Posteriormente, o treinador esclareceu que seus comentários foram mal interpretados. Contudo, os clubes ainda não receberam uma resposta definitiva da FIFA sobre como a entidade planeja gerar receita suficiente para tornar a competição atraente.

Para complicar ainda mais a situação da FIFA, várias associações de jogadores estão apresentando crescentes contestações legais. A Associação de Jogadores Profissionais da Inglaterra (PFA), junto com suas equivalentes da Itália (AIC) e da França (UNFP), entrou com uma reclamação alegando que a expansão do Mundial de Clubes levará os atletas ao limite. As associações argumentam que a adição de um torneio com 32 equipes ao já sobrecarregado calendário após a temporada de 2024/25 viola os direitos dos jogadores sob as leis trabalhistas da União Europeia.

A FIFPro, o sindicato global de jogadores, está apoiando essa ação legal, que será levada ao Tribunal de Comércio de Bruxelas. Com a aproximação de junho de 2025, a FIFA enfrenta uma pressão crescente para resolver essas questões cruciais, enquanto cresce a discussão sobre uma possível greve dos atletas caso não sejam tomadas medidas para aliviar a carga do calendário em breve.