Havia uma cena quase cômica que se repetia várias vezes a cada jogo quando Sergio Busquets chegou à MLS. Ele fazia aquele movimento típico, recuando do meio-campo para receber a bola mais atrás. Quem acompanha futebol sabe como funciona: os zagueiros se abrem, Busquets volta mancando em direção ao próprio gol, na hora exata do passe. Ele recebe de costas para o campo, gira as pernas ágeis, pivota o quadril e desliza o corpo para frente. Era a essência do que o tornava tão genial no Barcelona — o modelo perfeito de volante moderno.
No entanto, a dificuldade na La Liga era o aperto constante dos adversários. Os times já tinham descoberto que, para sufocar o Barça, cortar a saída de bola para Busquets era um bom começo. Mas ele sempre se adaptava. O passe chegava, um defensor avançava, e Busquets simplesmente se livrava da pressão e iniciava a jogada. Muitas vezes — especialmente no auge do Barça — a bola terminava no fundo da rede rival.
Quando chegou à MLS, Busquets esperava algo parecido. No seu primeiro jogo como titular pelo Inter Miami, contra o Atlanta United na Leagues Cup, ele fez sua rotina conhecida: correr, receber, se livrar da marcação. Mas, ao girar o corpo, quase esperando o contato, ele percebeu que não havia ninguém ali. Estava surpreendentemente livre. Esse instante único acabou definindo seu estilo na MLS. Enquanto na Espanha e na seleção ele era o mestre de jogar sob pressão e desacelerar o ritmo louco do jogo, com ou sem a bola, em Miami sua missão era outra: criar jogadas, alimentar Messi e fechar os espaços.
E agora, tudo isso está chegando ao fim. Busquets anunciou na quinta-feira que vai se aposentar do futebol profissional ao final da temporada. E mesmo que ele não vá encerrar a carreira com o tiki-taka perfeito que o consagrou, parece o momento certo de dar adeus.
| 📱Veja a GOAL direto no WhatsApp, de graça! 🟢 |
.jpg?auto=webp&format=pjpg&width=3840&quality=60)



.jpg?auto=webp&format=pjpg&width=3840&quality=60)



