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Sepp Blatter critica comando atual da Fifa e diz que futebol está sendo vendido: "Criei um monstro"

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  • Blatter liderou a Fifa por 17 anos até 2015
  • Entidade governante se tornou um gigante comercial
  • O ex-presidente lamenta a direção que a entidade está tomando
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  • O QUE ACONTECEU

    Blatter, que foi presidente da Fifa por 17 anos até sua remoção em 2015, explicou como a organização passou de uma entidade financeiramente problemática para um gigante econômico. Ao refletir sobre seus primeiros dias como diretor de programas de desenvolvimento da entidade, em 1975, Blatter afirmou que, naquela época, a organização estava longe de ser a potência financeira que é hoje, e até mesmo grandes patrocinadores como a Adidas tinham dificuldades em fornecer recursos financeiros.

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  • Fifa Club World Cup Trophy

    O QUE BLATTER DISSE?

    Em uma entrevista à Watson, Blatter afirmou: "Eu criei um monstro. A Fifa era pobre quando comecei lá como diretor de programas de desenvolvimento em 1975. Patrocinadores como a Adidas não pagavam dinheiro, apenas forneciam bolas e camisas. O primeiro contrato de patrocínio que realmente trouxe dinheiro foi com a Coca-Cola, em 1976. Depois, surgiu a televisão pública, que permitiu a publicidade. O futebol se tornou um superproduto para a televisão, um grande espetáculo que podia ser vendido por muito dinheiro. A primeira Copa do Mundo que realmente trouxe lucro foi a de 2010, na África do Sul. Quando (Gianni) Infantino se tornou presidente em 2016, ele encontrou um ninho pronto; a máquina de dinheiro estava funcionando. Agora, ele está alimentando-a cada vez mais."

  • O CONTEXTO

    Blatter expressou profunda preocupação com o que vê como uma saturação excessiva das competições de futebol e seus efeitos prejudiciais no esporte, criticando a expansão de torneios internacionais e de clubes sob a Fifa e a Uefa.

    "Estamos testemunhando a venda do futebol", disse ele. "Veja a Uefa, por exemplo. Antes havia uma Taça dos Campeões, uma para os vencedores das taças e outra para as cidades de feiras comerciais. Hoje, temos uma Champions League com 36 equipes, uma Europa League com 36, uma Conference League com 36. E ainda há a Liga das Nações."

    A próxima Copa do Mundo, em 2026, contará com 48 equipes, representando quase um quarto das associações-membro da Fifa. Além disso, o Mundial de Clubes está programado para expandir para 32 equipes em 2025. Embora essas mudanças sejam celebradas por gerarem uma receita imensa, Blatter alertou que correm o risco de alienar os fãs.

    "Quarenta e oito países já estarão na Copa do Mundo de 2026, o que representa quase um quarto de todos os países membros da Fifa", disse ele. "Além disso, a partir de 2025, teremos o Mundial de Clubes com 32 equipes. Todos aplaudem porque há muito dinheiro envolvido. Mas essa saturação está levando a um interesse decrescente no futebol, e eu mesmo percebo isso. Quo Vadis, futebol?"

  • VOCÊ SABIA?

    Blatter também apontou os custos crescentes para os fãs e o aumento da violência, tanto dentro quanto fora do campo, como indicadores da trajetória preocupante do esporte. Ele lamentou como o futebol, que antes era uma atividade sociocultural que ensinava lições de vida, se transformou em um campo de batalha em todos os aspectos.

    "Quase em toda parte, o futebol está indo na direção errada no momento", disse ele. "Os ingressos estão ficando cada vez mais caros. Com a crescente comercialização, há mais violência em todos os níveis, dentro e fora do campo. Em vez de continuar sendo o que era, um patrimônio sociocultural, um lugar onde se aprende a ganhar, mas também a perder, o futebol está se tornando cada vez mais um campo de batalha em todos os aspectos."

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    O QUE VEM AÍ?

    A luta contínua da Fifa para garantir os direitos de transmissão para o próximo Mundial de Clubes pode ser um indicativo do interesse decrescente no esporte. Apesar da data de início do torneio em 15 de junho e das altas expectativas, nenhum acordo foi alcançado para os direitos de transmissão global. Embora relatórios indiquem que a Apple teria oferecido US$ 1 bilhão pelos direitos, esse valor está significativamente abaixo das expectativas da entidade.