Thierry Henry, como era de se esperar, tinha boa bagagem para falar sobre as chances de Mohamed Salah conquistar a Bola de Ouro após a eliminação, já que o ex-atacante francês entende bem o que é perder o prêmio individual mais prestigioso do futebol. Henry foi, sem dúvida, o melhor jogador do mundo em 2003 e 2004, e simplesmente imparável na Premier League. No entanto, ele não venceu a Bola de Ouro em nenhum dos anos. O motivo? Sua falta de sucesso em competições continentais.
Henry marcou sete gols na Champions League de 2002/03, mas o Arsenal sequer passou da segunda fase de grupos, deixando-o em segundo lugar na votação da Bola de Ouro, atrás de Pavel Nedved, que foi peça-chave na campanha da Juve até a final. Na temporada seguinte, os Gunners foram surpreendidos pelo Chelsea nas quartas, com Henry passando em branco, antes de ter um desempenho abaixo do esperado na Euro 2004. Como resultado, o homem que levou o Arsenal a uma temporada invicta na Premier League sequer chegou ao pódio da Bola de Ouro.
Salah agora deve enfrentar uma decepção semelhante. Ele está, possivelmente, realizando a melhor temporada individual da Premier League desde os tempos áureos de Henry, com 27 gols e 17 assistências em apenas 29 jogos, mas isso provavelmente não será suficiente para conquistar a Bola de Ouro — não com tantos rivais de altíssimo nível na briga pelo título da Champions League.
Como Henry destacou, Raphinha agora lidera a corrida e nomes como Lamine Yamal e Harry Kane também são fortes concorrentes, o que serve como duro golpe para Salah, que sofreu com a marcação de Nuno Mendes nos dois jogos do confronto contra o Paris.
Claro, as lágrimas do egípico de terça provavelmente tiveram mais a ver com a forma da derrota e a possibilidade de ter jogado sua última partida europeia em Anfield — mas a Bola de Ouro provavelmente também estava em sua mente, já deixando claro achar que tem sido subestimado pelos eleitores da premiação há anos.
Há uma grande chance, portanto, de que a eliminação na Champions League pese ainda mais para o Rei do Egito do que para muitos de seus companheiros de equipe. Ele está jogando no auge de sua carreira, mas, aos 32 anos e com contrato se encerrando neste meio de ano, talvez nunca mais tenha uma chance tão boa de vencer a Bola de Ouro.