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"Se John Textor sair do Botafogo, sairemos todos" - a emocionante carta de lealdade que funcionários escreveram em defesa do dono da SAF alvinegra

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  • Tentativa de afastar Textor do comando da Eagle Football mobilizou resistência no Botafogo

  • Clube associativo e executivos da SAF redigiram manifestações formais de apoio ao americano

  • Textor abriu nova empresa nas Ilhas Cayman para manter controle sobre Botafogo e Molenbeek

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  • O QUE ACONTECEU?

    Na última semana, um movimento interno da Eagle Football — holding multinacional criada por John Textor — tentou afastar o americano do controle de todos os clubes da rede, incluindo o Botafogo. A tentativa foi liderada pela empresária sul-coreana Michele Kang (nova presidente do Lyon) e representantes da Ares Management, grupo que financiou a compra do clube francês em 2022. No entanto, no caso do Botafogo, a tentativa esbarrou em apoio institucional: além da diretoria da SAF, o clube associativo — sócio minoritário da SAF — também se posicionou de forma firme contra a ideia. Para formalizar a resistência, duas cartas foram enviadas aos demais acionistas da Eagle: uma escrita pelo clube associativo e outra assinada pela cúpula da SAF, mais enfatica e emotiva, com forte tom de lealdade e ameaça de demissão coletiva caso Textor seja afastado.

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  • O CONTEXTO

    A crise nasceu do rompimento entre Textor e os novos gestores do Lyon. Depois de renunciar ao cargo de presidente do clube francês, o americano permaneceu como acionista da Eagle, mas perdeu qualquer influência sobre as decisões do Lyon. Os novos controladores, porém, desejam cortar todos os laços com ele — até societários — e articularam uma forma de retirá-lo de toda a holding. A situação se agravou após denúncias de descontrole financeiro no Lyon, o que irritou investidores como o Ares e alimentou uma ofensiva contra o empresário. No Brasil, porém, o Botafogo se uniu em defesa de Textor: além da diretoria da SAF, o clube associativo, representado por João Paulo Magalhães Lins — que tem poder de veto sobre decisões estruturais — também rejeitou a tentativa de afastar Textor e enviou uma carta de lealdade aos acionistas da holding. O documento, mais técnico e com respaldo jurídico, reforça que a saída do americano não seria viável sem o aval do associativo.

  • O QUE A CARTA DE LEALDADE DIZ

    Em seis páginas emocionadas, obtidas pelo ge, os executivos da SAF Botafogo descrevem a importância de John Textor não apenas como investidor, mas como figura essencial para o processo de reconstrução do clube. A carta, liderada pelo CEO Thairo Arruda e pelo diretor de gestão esportiva Alessandro Brito, foi endereçada a todos os acionistas da Eagle Football Holding e recebeu a assinatura de 21 dirigentes. Um dos trechos mais contundentes diz:

    "Se John for forçado a sair, sairemos com ele. Sem ele, não há razão para permanecer. Somos uma equipe. Somos uma família. Permanecemos como um só."

    VEJA A CARTA NA ÍNTEGRA:

    "Prezados acionistas e membros do Conselho da Eagle Football Holding e SAF Botafogo,

    Nós, oficiais estatutários e executivos sênior da SAF Botafogo, em pleno exercício de nossa consciência profissional e pessoal, pleiteamos por meio deste nosso apoio inabalável e incondicional à liderança em andamento do Sr. John Charles Textor em seus papéis como Diretor Executivo, Presidente do Conselho de Diretores, e líder da SAF Botafogo.

    Essa não é meramente uma declaração de alinhamento profissional.

    Esse é um compromisso emocional, ético e existencial ao Botafogo.

    1) Gratidão pela liderança que reviveu um legado.

    Outrora um titã no futebol brasileiro, um clube que forjou lendas e ajudou o Brasil a conquistar suas três primeiras Copas do Mundo, o Botafogo havia deslizado rumo às trevas. Ruína financeira, instabilidade política e irrelevância esportiva deixaram uma instituição orgulhosa agonizando por ar. A esperança havia se dissipado. A glória havia se apagado. Mas então, contra todas as probabilidades, alguém viu um futuro onde outros viram fracasso.

    Esse alguém foi John Charles Textor.

    Sob sua liderança, o Botafogo fez mais do que se recuperar: renasceu. Do desespero da segunda divisão do Brasil à conquista da Copa Libertadores e do Campeonato Brasileiro em 2024, até orgulhosamente representar o Brasil como o 14º time colocado na Copa do Mundo de Clubes da Fifa, o Botafogo se restaurou à dignidade e relevância. Essas vitórias não foram obra do acaso. Elas foram conquistadas, tijolo por tijolo, pela visão e pelo comprometimento de um líder que acreditou não só no clube, mas em todos nós.

    Ele trouxe profissionalismo para onde havia caos. Estrutura onde havia desordem. Esperança onde existia resignação. Paramos de sobreviver e começamos a sonhar de novo.

    Ele não investiu apenas dinheiro; ele investiu seu coração. E nós o retribuímos com nosso suor, nossas lágrimas e nossa lealdade.

    2) Conquistas mensuráveis, impacto imensurável

    O que a liderança de John Textor nos deu foi não só crença, mas transformação. Algumas das nossas conquistas incluem:

    - Dívida do clube caiu de mais de R$ 1,2 bilhão para R$ 500 milhões por meio de negociações históricas e inovação legal;

    - Aumento da receita de R$ 140 milhões para R$ 719 milhões em 2024, com a expectativa de que 2025 quebre novos recordes

    - Botafogo atingiu R$ 3 bilhões em exposição de mídia em 2025 e completou a maior venda de ativos na história do futebol brasileiro;

    - Em apenas três anos, inscrições de emprego subiram acima de 713%, enquanto o Botafogo se tornou um modelo de profissionalismo;

    - A introdução do campo sintético transformou o estádio Nilton Santos em um hub cultural e de entretenimento, recebendo os maiores atos da música global na cena sociocultural do subúrbio do Rio de Janeiro, reforçando o PIB da cidade.

    Mas mais do que números, o que mudou foi a alma. O Botafogo se tornou um lugar em que as pessoas desejavam estar novamente: um clube que honrou seu passado e construiu seu futuro. E por trás de cada avanço, cada reforma, cada vitória, esteve a visão de um homem: John Charles Textor.

    3) Um futuro glorioso em risco

    Neste momento, o Botafogo está à beira de algo extraordinário. Após décadas de espera, duvidando e sobrevivendo, estamos finalmente construindo um futuro à altura da grandeza do nosso passado.

    Não é mais um sonho. Está acontecendo. Planos estão em andamento. Fundações estão sendo colocadas, literal e figuradamente. Mas nada disso é garantido. Na verdade, tudo está em risco.

    Uma das peças mais ambiciosas desse futuro é o novo Estádio do Botafogo, projetado para receber 40.000 torcedores. Não é qualquer estádio, é uma casa de classe mundial, uma das mais modernas e avançadas do planeta. Um estádio vibrante, com as arquibancadas próximas ao campo. Você consegue imaginar o som alto da nossa torcida? Um lugar construído não apenas para o futebol, mas para orgulho, identidade e pertencimento. Um espaço onde gerações de torcedores: pais, filhos, netos, se reunirão e sentirão o verdadeiramente significa vestir preto e branco. Este não será apenas mais um estádio. Será uma declaração. Uma promessa cumprida.

    Ao mesmo tempo, o Centro de Treinamento do Botafogo se tornará um dos melhores da América do Sul. Seis campos profissionais. Conexão perfeita entre a base e o time principal.

    As mais recentes tecnologias em desempenho, recuperação e desenvolvimento. Um lugar onde sonhos nascerão e lendas surgirão. Um lugar onde o Botafogo constrói não apenas times, mas futuros inteiros. Está acontecendo, mas precisamos continuar nos desenvolvendo.

    Mas aqui está a verdade que não podemos ignorar: nada disso acontece sem John Textor.

    Esses projetos existem por causa de sua visão, sua garra e sua crença no que o Botafogo pode se tornar. Não são apenas planos de construção. Fazem parte de algo maior, algo construído com base na confiança, estabilidade e compromisso de longo prazo.

    Se ele sair, se sua liderança for desmantelada, tudo o que começamos pode ruir. O estádio pode ser arquivado. O centro de treinamento pode perder o impulso. O progresso pelo qual lutamos pode desaparecer tão rápido quanto surgiu.

    É por isso que estamos nos manifestando. Porque este futuro está próximo demais para deixar escapar. Esperamos muito tempo. Nos sacrificamos demais. Sabemos o que estamos construindo e sabemos quem está segurando o projeto. Sem ele, o projeto não apenas desacelera. Ele perde a alma.

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    VOCÊ SABIA?

    John Textor está em processo de “recomprar” a SAF do Botafogo e o clube belga Molenbeek. Para isso, criou uma nova empresa nas Ilhas Cayman, chamada Eagle Football Group, que ficará separada da atual holding com sede em Londres. A operação tem como objetivo garantir maior autonomia ao Botafogo, afastando o clube da crise societária que envolve o Lyon. Com isso, Textor quer listar a nova empresa na Bolsa de Nova York em um IPO (Oferta Pública Inicial), o que pode abrir caminho para novos investimentos e crescimento sustentável.

  • O QUE VEM POR AÍ?

    Nos bastidores, o momento é de cautela, mas também de reformulação. Textor segue no controle da SAF do Botafogo, que deve ser transferida oficialmente para sua nova holding nas Ilhas Cayman conforme o precesso se desenvolver. A tendência é que o americano concentre forças em desenvolver o Glorioso, o Molenbeek e o clube da Flórida — deixando para trás o Lyon e suas disputas internas. A nova fase prevê também uma possível aliança estratégica com Evangelos Marinakis, dono do Nottingham Forest, Olympiakos e Rio Ave. Em paralelo, projetos como o novo estádio de 40 mil lugares seguem no radar. A fidelidade institucional demonstrada com a carta sinaliza que, mesmo com a turbulência, o Botafogo vive uma era de união inédita — e não pretende abrir mão do seu "boss".