Quem é Santiago Giménez, o mexicano do Feyenoord que chama a atenção de gigantes da Europa?

Há apenas um mês, Morris Pagniello afirmou que, embora o pai de Giménez, Christian, um ex-jogador de futebol profissional, represente os interesses do jovem de 22 anos, ele trabalha ao lado deles como consultor há quase 18 meses. Pagniello também afirmou que vários membros da elite europeia estavam interessados em contratar Gimenez.

“Já conversamos com o Atlético de Madrid”, disse ele ao Tuttomercato. “Também conversamos sobre ele com Inter, Milan, Lazio e Napoli. Para mim, ele poderia ser perfeito tanto para o Inter quanto para a Juventus. Seriam as melhores opções para ele. Tenho dito a vários clubes para acreditarem nele, o seu valor passou de 10 milhões de euros para 40 milhões de euros em pouco menos de 12 meses. Agora, os times mais próximos dele são Real Madrid e Tottenham."

Os comentários de Pagniello, compreensivelmente, causaram grande agitação, mas Giménez, que já havia manifestado o seu carinho pelo Real Madrid, bem como a ideia de exercer a sua atividade na Serie A, salientando que tem passaporte italiano, prontamente recorreu às redes sociais para definir alguns as coisas.

“Nas últimas horas, surgiram declarações sobre o meu futuro que surgiram de fontes distantes do meu ambiente”, escreveu ele. “Diante desta situação, gostaria de esclarecer que não tenho representante e que o responsável pela minha carreira é meu pai com a ajuda de Mariel.

“É importante não levar em conta afirmações que não foram feitas por eles ou por mim. Sou muito grato pela compreensão e apoio que todos me demonstram todos os dias. Quando houver alguma novidade para dar, teremos prazer em informá-lo."

As especulações em torno de seu futuro não diminuíram, é claro, e de uma forma engraçada, Giménez só pode culpar a si mesmo, já que conversas sobre transferências são inevitáveis quando um jogador está jogando em um nível tão alto.

Giménez está destruindo a Eredivisie de uma forma nunca vista desde Luis Suárez. A sensação uruguaia marcou 30 gols na Eredivisie em um único ano. Giménez já tem 29 em 2023 – e mais três jogos para trabalhar. Nada mal para um jogador que custou ao Feyenoord apenas 6 milhões de euros, quando saiu do Cruz Azul no verão de 2022.

Vale lembrar também que ele começou devagar. Demorou algum tempo para ele entender o que treinador do Feyenoord, Arne Slot, pedia, especialmente do ponto de vista defensivo. Ele marcou apenas duas vezes durante a primeira metade da temporada 2022/23 da Eredivisie.

No entanto, naquela fase, ele estava sendo usado principalmente como reserva imediato, com Slot muitas vezes preferindo começar com Danilo na frente. No entanto, houve lampejos do enorme potencial de Giménez, principalmente na derrota na Liga Europa para a Lazio, quando ele marcou duas vezes em uma participação especial aos 27 minutos.

Além disso, quanto mais a temporada passava, mais confortável e, portanto, confiante ele se tornava na liderança de Slot. Giménez se tornou o atacante titular do Feyenoord em fevereiro e foi fundamental para a conquista do título, marcando em nove jogos consecutivos durante a disputa.

Ele encerrou a campanha com um recorde de 23 gols em 45 partidas (apenas 27 delas como titular) - e sua boa forma, sem surpresa, o levou a ser incluído na seleção mexicana para a Copa Ouro de 2023.

Giménez foi encarregado de servir como substituto no ataque pelo novo técnico Jaime Lozano - e, dada a sua familiaridade com o papel, ele o desempenhou perfeitamente. Em uma final acirrada e muito disputada contra o Panamá, Giménez só entrou em campo aos 85 minutos. Mas isso não importava. Apenas três minutos depois, ele marcou no jogo ao controlar uma bola no meio-campo, virar contra o marcador e depois partir em velocidade correr para marcar com um chute rasteiro de pé esquerdo.

Foi a ilustração perfeita de tudo o que ele tem no armário: excelente técnica, força, velocidade e cabeça fria. Para Giménez, foi um momento lindo que também pareceu uma justificativa por escolher representar o México em vez da Argentina.

As pessoas disseram que ele era louco - e pior - por recusar a terra onde nasceu. No entanto, para Giménez, o México sempre foi um lar. Ele viveu lá quase toda a sua vida após seu pai ter trocado o Independiente pelo Veracruz em 2004, quando Gimenez tinha apenas três anos, antes de passar os 14 anos restantes de sua carreira profissional em clubes mexicanos.

O Cruz Azul foi um desses clubes e foi aí que Giménez deu os primeiros passos rumo ao estrelato. Ele começou como meio-campista, mas apesar de ser considerado um pouco tímido e desajeitado no início, tornou-se um artilheiro letal, marcando 100 gols em quatro temporadas em níveis menores. Ele fez sua estreia profissional com apenas 16 anos e já há algum tempo se falava que o menino estava destinado a jogar na Europa um dia.

A mudança para o Feyenoord ainda foi uma surpresa e Giménez não se convenceu a princípio. Foi o seu pai quem sentiu que a Holanda seria o lugar perfeito para ele se desenvolver como jogador, e ele acertou em cheio.

Ainda existem algumas falhas no jogo de Giménez – o que é totalmente compreensível para alguém tão jovem. Slot ainda quer mais dele defensivamente. O treinador sente que Giménez pode ocasionalmente perder a concentração e, assim, sair de posição quando o adversário está com a posse de bola. “Ele ainda quer seguir a bola às vezes”, disse Slot, no fim de semana passado, enquanto o holandês também acredita que a finalização de Giménez pode melhorar ainda mais.

Ainda assim, o ritmo da sua melhoria desde que chegou ao time é impressionante. “Você sempre precisa de tempo para se ajustar quando se muda para o outro lado do mundo”, disse Dirk Kuyt, ex-atacante do Feyenoord. “Na verdade, ele se adaptou muito rapidamente e não ficou chateado quando não jogou todas as partidas no início."

“Ele ouviu Arne Slot com muita atenção e se perguntou: 'Ei, o que o treinador espera de mim?' Com a posse de bola, os jogadores costumam saber o que fazer, mas ele também se tornou muito importante para a equipe quando perde a bola. Ele se desenvolveu incrivelmente bem, mas ainda há muito mais por vir.”

Um hat-trick contra o Excelsior - o segundo da temporada depois de um contra o Ajax em setembro - significa que ele tem agora 16 gols em apenas 13 jogos no campeonato. Na Holanda, já se fala que ele quebrou o recorde de todos os tempos em uma única temporada (43).

O hype não está apenas relacionado à sua taxa de acertos. Seu jogo versátil também melhorou enormemente, com o ex-zagueiro do Feyenoord, Rinus Israel, chegando ao ponto de compará-lo ao atacante sueco Ove Kindvall. Ele já tem mais assistências nesta temporada (três) do que conseguiu em toda a campanha de 2022/23 (duas), e Slot está confiante de que Giménez pode se tornar o tipo de atacante completo que cria quase tantos gols quanto marca.

É claro que existe uma preocupação entre os torcedores de que ele possa ser vendido em janeiro, se um dos clubes mais ricos da Europa fizer ao Feyenoord uma oferta que eles simplesmente não poderão recusar. Mas a intenção é manter o seu bem mais precioso até o final da temporada, principalmente se chegar à fase de mata-mata, agora, da Liga Europa

No entanto, não há como fugir do fato de que outras exibições estelares apenas tornaria mais difícil para o Feyenoord manter uma sensação impressionante na Eredivisie que, neste momento, definitivamente parece seguir os passos de Van Persie.