Salário, exigências e arestas aparadas: os bastidores da volta de Mano Menezes ao Corinthians

As conversas entre Corinthians e Mano Menezes não demandaram muito tempo para um desfecho. O estafe do técnico só recebeu o primeiro contato na manhã desta quinta-feira (28). No decorrer da conversa inicial, feita ainda de forma remota, foi alinhavado o acordo. Uma reunião presencial, no início da tarde, no CT Joaquim Grava, selou o negócio.

Não houve entraves nas tratativas — os dois lados demonstraram interesse em um desfecho positivo. Mano Menezes estava disposto a trabalhar pela terceira vez pelo Corinthians, e a atual direção o tratava como a melhor opção depois da negativa de Tite.

O presidente Duilio Monteiro Alves e o técnico Mano Menezes tiveram uma divergência quando o mandatário atuava na direção de futebol do clube, na gestão de Mário Gobbi, em 2014. Para que a volta acontecesse, foi preciso colocar panos quentes no ocorrido de nove anos atrás.

O encontro na tarde desta quinta-feira serviu para que as partes selassem a paz. O presidente corintiano e o novo treinador se entenderam em relação às divergências e se acertaram. Aparar as arestas foi fundamental para que a negociação tivesse um desfecho positivo.

Mano Menezes fez ao menos duas exigências à diretoria do Corinthians: a contratação de Sidnei Lobo como auxiliar técnico e autonomia para buscar reforços no mercado da bola. Os dois pedidos do comandante foram atendidos pela cúpula, mesmo que esteja prevista uma mudança a partir de novembro — haverá eleição presidencial no dia 25 deste mês.

Em caso de vitória da situação — André Negão é o candidato —, Mano Menezes deve permanecer como treinador do Corinthians para a próxima temporada. O treinador tem contrato até 31 de dezembro de 2025. A situação, no entanto, não tem o mesmo panorama em uma eventual vitória de Augusto Mello.

Se permanecer no Corinthians, Mano Menezes terá autonomia para buscar reforços para a próxima temporada. O técnico, na verdade, poderá indicar nomes ao departamento de futebol para que sejam integrados ao elenco.

O contrato de Mano Menezes determina pagamento de salário de R$ 800 mil por mês. O vínculo do treinador de 61 anos tem multa rescisória a partir de janeiro de 2024, como soube a GOAL. Antes disso, nos três primeiros meses — de outubro até dezembro de 2023 —, é possível que ele deixe o clube sem a necessidade de onerar os cofres.

A cláusula foi colocada desta forma no contrato para que o próximo presidente pudesse definir a situação do técnico para a temporada seguinte. Isso significa que o vencedor das eleições presidenciais pode definir quem seria o nome ideal para o cargo a partir do início do mandato.