Mohamed Salah:
Não é de se espantar que a última palavra do jogo tenha sido da estrela do Liverpool. Toda a construção se concentrava no homem gol do Manchester City, mas enquanto Erling Haaland não conseguiu marcar - apenas pela segunda vez na temporada -, Salah deixou o seu no clássico. O egípcio, mais uma vez, foi o grande vencedor em uma partida tão importante em Anfield.
E que gol marcou Salah - com muito crédito para Alisson, pela assistência. O goleiro deu um chute longo que encontrou o egípcio, que ainda teve um trabalho antes de mandar para as redes de Ederson. Primeiro, precisou usar a força para segurar João Cancelo, algo que faz com bastante frequência. Depois, um toque, girando 360 graus para sair livre de marcação. E, por fim, a finalização. Antes disso, ele havia perdido um na mesma meta, defendido pelas pontas dos dedos do arqueiro do City, mas dessa vez entrou.
O gol fez Anfield explodir em uma comemoração adequada à ocasião, para um gol adequado ao tamanho do jogo. E pensar que pouco antes o número de Salah havia aparecido na placa do quarto árbitro, que errou na hora de indicar o jogador que estava sendo substituído - e causou muita confusão nos torcedores que se assustaram com a possibilidade da saída de seu herói.
Joe Gomez:
Mas se Salah foi o grande vencedor, o homem do jogo foi Joe Gomez, que entregou uma de suas melhores performances em sete anos com a camisa do Liverpool. Com a lesão de Konaté, o inglês foi improvisado como dupla de Van Dijk na zaga, e James Milner foi o escolhido para cobrir sua vaga na lateral. Isso causou um certo medo nos torcedores dos Reds, mas acabou que foi em vão.
Milner foi soberbo, usou toda sua experiência e força para parar Phil Foden, enquanto Gomez jogou de terno. O jogador de 25 anos nem sempre é o mais agressivo na defesa, mas desta vez exerceu seu papel com maestria, fez ótima leitura da partida e ficou concentrado o tempo inteiro - além de ter dado ótimos passes que quebraram a linha do City. Seu ótimo jogo também foi uma boa notícia para Van Dijk, que adora jogar ao seu lado, e mostrou isso com um abraço de missão cumprida no final da partida.
Gareth Southgate estava de olho? Pois deveria. A seleção inglesa tem ótimos zagueiros para escolher, mas poucos conseguiriam uma atuação com esta, em uma partida como esta, com um adversário como o City. Bravo, Joe.
James Milner:
Quando é que o futebol vai aprender a respeitar os mais velhos? Aos 36 anos, Milner continua sendo de extrema importância para seu clube, e mais uma vez se intensificou na hora de necessidade. Sempre criticado na lateral, mas sempre joga com o coração. E desta vez não foi diferente.
Improvisado e sem jogar há cinco semanas, conseguiu se impor contra Phil Foden e cia, foi corajoso, agressivo e usou muito bem sua experiência. Se manteve concentrado, entrou firme quando precisou e manteve a compostura durante todo o agitado jogo.
Os torcedores do Liverpool não querem vê-lo muito na lateral, e nem Milner quer jogar por lá, mas verdade seja dita, ele pode se orgulhar da partida de hoje, que provou que idade nada mais é do que um número.