Romário, Baggio, Benzema e mais: os astros que foram ignorados em convocações para a Copa

Dono de um dos maiores gols de todos os tempos em Copas do Mundo na final, quatro anos depois, quando capitaneou a seleção, o lendário lateral direito foi surpreendentemente cortado de um elenco inicial de 44 jogadores para a Inglaterra em 1966, apesar de ser altamente cotado.

Djalma Santos, de 37 anos – que também é uma lenda – foi escolhido antes dele e passou a disputar sua quarta Copa do Mundo.

Alberto provavelmente não ficou tão desanimado de perder a competição no final, já que o Brasil teve seu pior desempenho de todos os tempos no maior palco do futebol e foi eliminado na fase de grupos.

Apesar de ter apenas 17 anos, Maradona já estava impressionando pelo Argentinos Juniors, ganhando uma convocação para a seleção argentina sub-20 com a Copa do Mundo em casa se aproximando.

No entanto, o técnico Cesar Luis Menotti não apoiou o talento precoce para lidar com a pressão em torno de uma Copa do Mundo em solo argentino.

Um dos melhores jogadores que a República da Irlanda já teve, a lenda do Arsenal, Liam Brady, nunca representou seu país em um grande torneio.

Este foi mais um caso de auto-sabotagem do então técnico da Itália, vencedor da Euro 2020.

Roberto Mancini - que teve uma relação tempestuosa com os "azzurri" nos seus tempos de jogador - recusou-se a fazer parte do plantel de Arrigo Sachhi para os EUA em 19994, acreditando que o sistema do treinador não tirava o seu melhor. A Itália chegou na final, mas sofreu uma derrota para o Brasil.

Tendo voltado a seleção holandesa de Dick Advocaat após uma ausência de 13 meses, devido a divergências com o treinador, Ruud Gullit, então com 31 anos, retirou-se sensacionalmente da concentração do time na véspera do torneio sem citar uma razão.

Sua saída foi anunciada em uma coletiva de imprensa, com Gullit sentado ao lado de Advocaat com a cabeça baixa. Acontece que, como Mancini, o vencedor da Bola de Ouro questionou os métodos de seu treinador e não acreditou que Advocaat jogaria com seus pontos fortes.

Uma ausência que resultou na lenda da Inglaterra destruindo um quarto de hotel, de acordo com Ian Wright. O técnico da seleção, Glenn Hoddle, fez uma grande ligação, deixando a estrela da Euro 96 fora de seus planos para a Copa do Mundo de 1998 devido a preocupações com sua forma física.

Embora ele tenha lutado a nível de clubes naquela temporada, Gascoigne deu uma contribuição significativa para a qualificação da Inglaterra. Sua ausência sinalizou um fim triste de sua carreira com sua seleção.

Apesar de ajudar a Itália a se classificar para a Copa com um gol impressionante em Wembley, a lenda do Chelsea, Gianfranco Zola, perdeu a competição quando o técnico da Itália, Cesare Maldini, optou por levar Roberto Baggio.

Após uma impressionante primeira temporada completa com o Arsenal com apenas 19 anos, Nicolas Anelka foi incluído na lista reserva da França para a Copa do Mundo, mas o técnico Aime Jacquet tirou o atacante de seu grupo final em favor de Thierry Henry e David Trezeguet, bem como Christophe Dugarry e Stephane Guivarc'h.

O técnico da Argentina, Daniel Passarella, tentou bizarramente impor a proibição de cabelos compridos e brincos durante a qualificação para o torneio, mas Redondo não aceitou. Passarella até tentou abrir uma exceção para uma eliminatória crucial contra a Colômbia, mas Redondo disse que não.

Falando em 1998, Redondo disse: "Talvez em cinco ou 10 anos eu me arrependa disso, mas certas coisas não vou comprometer. Parece que vou assistir a Copa do Mundo da minha poltrona."

Embora isso seja amplamente considerado uma ausência, Romário não se recuperou de uma lesão na panturrilha a tempo para o torneio. Ele caiu em prantos quando a notícia foi transmitida em uma coletiva de imprensa.

O médico da seleção brasileira, Lidio Toledo, disse na época: "Esse tipo de lesão pode levar 10 ou 15 dias ou até um mês para melhorar".

O técnico Mario Zagallo foi forçado a se justificar, dizendo (como citado pelo The Independent): "Este foi um caso especial por causa de seu status e sua importância para a equipe. Esperamos até o último momento possível. Demos-lhe todo o nosso apoio. Fizemos o melhor que pudemos."

Em 2002, foi a vez de Roberto Baggio sofrer a ausência na seleção, mas com o contexto isso não foi uma surpresa.

Baggio havia retornado completamente de uma paralisação de quatro meses após uma cirurgia no joelho, poucos dias antes do anúncio da convocação, e não jogava pela Itália há três anos.

Como resultado, Giovanni Trappatoni optou por deixá-lo de fora. No entanto, Baggio afirmou que deveria ter sido selecionado "mesmo que estivesse em uma cadeira de rodas". "Seria minha quarta Copa do Mundo e eu deveria estar lá", disse ele à Vanity Fair, em 2010.

Apesar de ser talentoso, Riquelme raramente foi utilizado durante o tempo de Marcelo Bielsa no comando da seleção argentina.

Não foi surpresa, então, que o treinador tenha optado por ignorá-lo em sua equipe para a Coreia e o Japão. O jogador revelou mais tarde que ele estava lutando mentalmente na época e não estaria em condições de jogar de qualquer maneira.

Provavelmente um dos desprezos mais controversos desta lista. Apesar de algumas exibições tipicamente virtuosas do Arsenal, Robert Pires foi deixado de fora de três convocações consecutivas da França na preparação para a Copa do Mundo pelo então técnico Raymond Domenech.

A dupla havia entrado em conflito no outono anterior, com Pires admitindo abertamente que Domenech e "suas atitudes, suas palavras e seus comentários o incomodavam".

O ala foi posteriormente deixado de fora dos planos de Les Bleus antes do torneio: "Isso não é surpresa, para ser honesto", disse Pires, ao L'Equipe, na época. "O que posso dizer? Obviamente, o selecionador nacional não se preocupa com as minhas exibições. Ele fez a sua escolha e claramente não faço parte dela."

Apesar de já ter conquistado os torcedores de futebol em todo o mundo, Neymar tinha acabado de completar 18 anos quando a Copa do Mundo de 2010 começou, fazendo sua estreia no Santos apenas cinco meses antes do torneio.

É praticamente por isso que Dunga optou por não levá-lo para a África do Sul, considerando-o muito novo e favorecendo jogadores experientes como Grafite e Nilmar.

Em 2014, Dunga disse: "A história que temos visto com frequência no Brasil é que jogadores com apenas um punhado de partidas nunca corresponderam às expectativas na Copa do Mundo. Em 1966, tínhamos jogadores que em 1970 eram muito melhores, mas em 1966 não tinham experiência. E o Brasil teve um desempenho ruim em 1966."

"Tomamos nossa decisão (em 2010) com base nisso e na equipe que construímos."

Ignorar Neymar não foi a única grande decisão de Dunga. O vencedor da Bola de Ouro de 2005, Ronaldinho, também ficou em casa, apesar de uma temporada muito produtiva no Milan e de alguma pressão do público.

Para ser justo, era evidente que suas habilidades, embora sobrenaturais, estavam diminuindo no segundo semestre de 2009/10, e ele não jogava pela seleção há mais de um ano.

Conhecido por seu pragmatismo, Dunga preferiu a postura combativa e defensiva do meio-campista Felipe Melo.

Você pensaria que, com uma Copa do Mundo se aproximando e sabendo que você está em desvantagem com o técnico da seleção, um jogador estaria fazendo tudo para ser convocado. Mas não foi o caso de Antonio Cassano.

O italiano foi ignorado por Marcelo Lippi por dois anos, mas foi elogiado em meio a uma forte campanha com a Sampdoria. No entanto, Cassano praticamente arruinou suas próprias chances de um lugar na África do Sul ao recusar adiar seu casamento em junho.

O atacante nunca foi popular com Lippi, mas recusou a sugestão de que ele poderia adiar seu grande dia do casamento caso a ligação chegasse.

"De jeito nenhum", ele disse ao The Telegraph. "Pensei na camisa azul desde que nasci, mas não é problema meu."

Às vésperas do triunfo na Liga dos Campeões em 2010, os craques da Inter, Esteban Cambiasso e Javier Zanetti, foram inesperadamente esquecidos por Diego Maradona para a seleção argentina.

Cambiasso ainda não havia jogador com o técnico na época e Zanetti tinha 36 anos, mas essa ainda foi uma decisão que causou alvoroço nos torcedores. Maradona, em vez disso, deu preferência a vários jogadores de casa.

Um dos destaques da França durante o final dos anos 2010 e início de 2010, Samir Nasri ficou de fora da convocação de 2010, apesar de ter sido nomeado o melhor jogador francês da Europa no mesmo ano em reconhecimento por suas façanhas com a camisa do Arsenal.

Normalmente franco, Nasri ficou bravo por sua ausência e exigiu respostas do técnico Domenech (sim, ele de novo!).

O treinador finalmente explicou tudo em 2012, escrevendo em seu livro: "Não chamei (Nasri) em 2010 porque tive os mesmos problemas com ele dois anos antes. Ele sempre aponta qualquer coisa que possa incomodar o grupo - nesse sentido , ele não serve para um esquadrão."

Uma dessas ausências é de Marcelo, então com 22 anos, que foi nomeado como uma das sete opções de reserva, mas não fez parte do torneio.

Dunga preferiu o ex-jogador do Lyon, Michel Bastos, e o ex-zagueiro do Tottenham, Gilberto Melo, como suas opções de lateral esquerdo.

Para ser justo, Marcelo estava apenas fazendo sua estreia no Real Madrid na época. Dunga não conheceria o sucesso brilhante que iria desfrutar o lateral brasileiro.

Indo para o torneio após uma temporada deslumbrante com o Manchester City, foi uma grande surpresa quando Leroy Sané foi deixado de fora da seleção alemã por Joachim Low. Ele marcou 14 gols e deu mais 19 assistências.

Mas essas estatísticas não foram suficientes para convencer Low, que estava em dúvida entre Sane e Julian Brandt, do Bayer Leverkusen. Justificando sua decisão na época, Low disse que Sané "ainda não havia jogado muitas partidas pela seleção.

Brandt foi para a Rússia, onde teve 19 minutos de ação no total, quando a Alemanha caiu na fase de grupos. Você não pode deixar de pensar que Sané poderia ter causado mais impacto...

Afastado da seleção da França desde que foi interrogado pela polícia sobre um escândalo de chantagem com fitas de sexo envolvendo o compatriota Mathieu Valbuena em 2015, Karim Benzema permaneceu afastado quando a Copa do Mundo de 2018 chegou.

Ele atacou o técnico Didier Deschamps quando perdeu a Euro 2016 em casa, além do presidente da Federação Francesa de Futebol (FFF), Noel Le Graet, dois anos depois, quando foi esquecido na final na Rússia.

A estrela do Real Madrid twittou: "Sr. Graet, com todo o respeito, você perdeu a oportunidade de permanecer em silêncio. Descobri seu verdadeiro rosto, e este não é o que disse que me apreciava e não discutiria o assunto das seleções de equipe."

A França, é claro, se saiu muito bem sem o atacante, mas agora ele está de volta como vencedor da Bola de Ouro em 2022, depois de consertar as coisas com Deschamps.