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 What next for RodrygoGetty

E agora, Rodrygo? Brasileiro vive incerteza no Real Madrid e na seleção brasileira após terminar janela de transferências na mesma

Carlo Ancelotti disse a Rodrygo que, se tivesse alguma dúvida, poderia ligar para ele. A fala veio no dia seguinte à convocação da seleção brasileira para as Eliminatórias da Copa do Mundo — e o atacante não estava na lista. Vinicius Jr. também ficou de fora, mas a ausência de Rodrygo chamou mais atenção. Muitos entendiam que Vini precisava de descanso, mas o mesmo não se aplicava a Rodrygo, que vive outra fase da carreira e precisa jogar.

Mesmo assim, Ancelotti evitou polêmica com os jornalistas: "Não falei com o Rodrygo. Se ele quiser explicações, ele pode me ligar. Ele sabe como me encontrar."

A declaração resumiu bem o momento do jovem. Há um ano, ele era considerado peça-chave no Real Madrid. Não era exatamente a melhor opção pela ponta direita, mas tinha qualidade demais para ficar de fora. Nos últimos meses, porém, sua carreira deu uma freada.

Primeiro, perdeu espaço com Ancelotti. Depois, foi envolvido em rumores de saída. Agora, segue no clube, mas com poucos minutos em campo — vivendo uma espécie de “limbo” no futebol, sem que ninguém saiba ao certo o que vem pela frente.

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  • Liverpool FC v Real Madrid: Round of 16 Leg One - UEFA Champions LeagueGetty Images Sport

    Sucessos originais

    Ser um jovem brasileiro no Real Madrid nunca é fácil. A pressão e as expectativas são enormes. Depois de deixar Neymar escapar, o clube espanhol passou a mirar em praticamente todo talento brasileiro que aparecia. Rodrygo chegou em 2019, com alto investimento, mas sem a cobrança imediata de ser titular. O time não tinha tanta necessidade de um atacante aberto naquele momento, e ele pôde amadurecer com calma.

    Ele aproveitou bem essa chance. Começou como “super-reserva”, depois virou peça importante no time. Dois gols decisivos contra o Chelsea na Champions League entraram para a história e ajudaram na conquista da 14ª orelhuda. A partir daí, ganhou cada vez mais espaço: disputou posição com Benzema e também atuou pela direita. No fim da temporada 2022/23, já era considerado um titular consolidado do Real.

    Ainda assim, alguns sinais de insatisfação apareceram. Rodrygo sempre deixou claro que não gosta de jogar na ponta-direita. Em 2024, chegou a dizer: “Atrás do centroavante é onde mais gosto de atuar. Sempre falo disso com o treinador. Posso jogar em várias posições, mas é ali que me sinto melhor.”

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  • Real Madrid CF v Sevilla FC - La Liga EA SportsGetty Images Sport

    Onde começaram os problemas

    Essa declaração só confirmou o que muita gente já desconfiava: apesar do talento, Rodrygo não é um ponta-direita de origem. Ele sempre se sacrificou pelo time, mas estava claro que não se sentia confortável na função.

    Na última temporada, isso ficou evidente. Muitas vezes, Rodrygo caía para a esquerda — justamente o lado onde também jogavam Vinícius Júnior e, depois, Mbappé. O resultado era um time sem um ponta-direita fixo, dependendo de improvisos com Lucas Vázquez para cobrir o setor. No fim, Ancelotti mudou o esquema para o 4-4-2, deixando Vini e Mbappé no ataque e sem espaço para Rodrygo.

    As especulações de uma possível saída aumentaram. Não é novidade ver seu nome ligado a outros clubes, até porque se espera que um jogador do seu nível seja protagonista. E não está descartado que ele venha a ser a grande estrela de uma equipe que lute pela Champions League.

  • Where next for RodrygoGetty

    Uma janela de oportunidades desperdiçadas

    O último mercado parecia perfeito para uma mudança na carreira de Rodrygo. O Real Madrid tinha um novo técnico chegando e, depois de investir pesado em Franco Mastantuono — outro jogador que também prefere a esquerda — já tinha alternativas para o setor. Assim, começaram as especulações: Arsenal, que buscava reforço para a vaga de Martinelli (mas contratou Ebere Eze); Liverpool, que precisava repor a saída de Luis Díaz (e acabou trazendo Hugo Ekitike e Alexander Isak); e até o Manchester City entrou na conversa, simplesmente por ser o City.

    No fim, nada aconteceu. Apesar dos rumores, Rodrygo nunca se pronunciou. O novo treinador, Xabi Alonso, garantiu várias vezes que ele ficaria. Nas redes sociais, o atacante mostrava estar feliz em lutar por espaço. Além disso, foi utilizado no Mundial de Clubes, o que passou a ideia de que não haveria uma saída imediata.

    Outro ponto é o preço: o Real Madrid só aceitaria negociá-lo por algo próximo de 100 milhões de euros. Poucos clubes no mundo podem pagar isso — e, ainda assim, não havia necessidade clara de gastar tanto. No fim das contas, Rodrygo acabou preso nessa situação.

  • Xabi Alonso Real Madrid 2025Getty Images

    Onde Alonso não o utilizou

    Quando assumiu, Xabi Alonso testou alguns esquemas, mas acabou voltando ao 4-3-3 que Ancelotti já usava. E, nesse desenho, precisava de um ponta-direita. Em vez de Rodrygo, deu chances a Mastantuono e Brahim Díaz.

    O brasileiro jogou pouco, quase sempre deslocado para a esquerda quando Vinícius Júnior era poupado ou quando havia ajustes no time. Mas, mesmo assim, não convenceu. Na única partida em que começou como titular pela esquerda, teve uma atuação apagada.

    Isso deixa Rodrygo em um dilema: ele é um atacante talentoso, mas sempre usado fora da posição onde se sente mais à vontade. E quando finalmente tem chances ali, elas são curtas demais para provar que pode ser o dono do setor. Hoje, vive à espera de minutos e de uma definição no Madrid.

  • Brazil Press Conference & Training SessionGetty Images Sport

    Ancelotti e seleção brasileira

    Havia a sensação de que Rodrygo sempre teria espaço na seleção brasileira. Afinal, o técnico é Carlo Ancelotti — que, mesmo com algumas diferenças no passado, sempre valorizou o talento do atacante. A expectativa era de que, mesmo com altos e baixos no Real Madrid, ele seguisse sendo peça importante no Brasil. Mas não foi o que aconteceu.

    Vale lembrar que essa convocação tem um detalhe: Ancelotti poupou vários jogadores que devem ser titulares na Copa do Mundo de 2026, já que a vaga está garantida. Ainda assim, sem Vinicius 100% fisicamente, Neymar fora de combate e Estevão ainda em fase de maturação, parecia natural que Rodrygo assumisse protagonismo. Seu histórico na seleção é bom e, com sua qualidade, ele deveria ser uma escolha óbvia.

    Mas a ausência levantou dúvidas. Talvez o que Rodrygo precisasse agora fosse confiança, respaldo público do treinador. Em vez disso, ficou a incerteza. Hoje, seu espaço na seleção já não parece garantido.

  • Brazil v Peru - FIFA World Cup 2026 QualifierGetty Images Sport

    Meses decisivos pela frente

    Faltam nove meses para o início da Copa do Mundo nos EUA, Canadá e México — e esse será um período crucial para a carreira de Rodrygo, tanto no Real Madrid quanto no Brasil.

    No clube, Xabi Alonso ainda não definiu quem será o dono da ponta-direita, e o brasileiro precisa aproveitar essa brecha para se firmar. O técnico gosta de testar variações, mas Rodrygo precisa transformar isso em chance real de ser titular.

    Se nada mudar até janeiro, pode surgir a necessidade de uma decisão drástica. Uma venda definitiva parece improvável, mas até um empréstimo de curto prazo pode entrar na mesa. No fim das contas, as chances de Rodrygo estar na Copa vão depender diretamente de como Ancelotti o enxerga daqui em diante.

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