Mais respeito à Liga Saudita, problemas nos EUA e função de Kylian Mbappé: as discussões que o Mundial de Clubes já levanta

Agora há algo que todos deveríamos ter previsto, certo? Ok, um time da Liga Saudita entre os oito finalistas pode não ter estado na cartela de bingo de todos, mas todas as peças estavam lá. O Al Hilal lidou com isso muito bem. Eles resistiram à tentação de buscar uma grande estrela após a saída de Neymar, contrataram um treinador excelente em Simone Inzaghi e entraram no confronto com o Manchester City com um plano de jogo claro. Revolucionário, isso.

O grande objetivo de Pep Guardiola é que ele está absolutamente apavorado com contra-ataques. Bem-vindo à tempestade perfeita. Aqui está um 3-4-3 que adora contra-atacar. Sim, levou à prorrogação, mas o Al Hilal fez exatamente certo. Isso significa que a Liga Saudita é a melhor coisa de sempre? Provavelmente não, mas é uma vitória muito boa.

Lautaro Martinez não poupou críticas em suas declarações após a derrota da Inter de Milão para o Fluminense no meio da semana:

“Quero dizer que você tem que querer estar aqui. Estamos lutando por certos objetivos, aqueles que querem estar aqui ficam, os que não querem podem ir embora. Eu vi coisas que não gostei. Quero lutar para vencer porque estamos em um time importante, um time que trouxemos de volta ao topo e devemos continuar fazendo isso,” disse ele à imprensa após o jogo.

Parte disso, claro, foi a emoção de um capitão e competidor que já conquistou troféus pelo clube e pela seleção argentina. Mas também não é uma boa imagem para o time italiano, que tem desmoronado ultimamente. Todos a bordo do trem das más vibrações, pessoal.

Lembra do Malcom? Aquele do Barcelona? O cara em quem eles gastaram uma parte do dinheiro da venda de Neymar, só para ele ser um desastre total no Camp Nou? Pois bem, ele acabou de eliminar o Manchester City do Mundial de Clubes. A zebra do Al Hilal foi maravilhosa, e foi liderada por um cara que foi engolido e cuspido pela máquina da elite global do futebol.

A Liga Saudita não é um canto esquecido e subestimado onde se joga só por amor ao futebol, mas é legal ver um jogador se vingar de toda uma federação que o descartou.

Existe toda a chance de Mbappé marcar 50 gols no ano que vem, o Real Madrid ganhar três títulos e ele conquistar a Bola de Ouro após levar a França à Copa do Mundo de 2026.

Mas os primeiros sinais de Mbappé no sistema de Xabi Alonso foram bem ruins. Ele não se movimentava. Não entrou na área. Fez as corridas erradas, recusou-se a pressionar e passou os seus 30 minutos em campo principalmente irritado com todo mundo ao redor. Gonzalo García, que não custou nada e tem 21 anos, pareceu mais eficaz, e isso diz tudo que você precisa saber.

Sim, o clima é um problema. Continua absolutamente impressionante que ninguém tenha se sentado para pensar “ei, talvez não devêssemos ter jogos à tarde no meio do sufocante verão americano.” Spoiler: este lugar é muito, muito quente.

O resultado foram atrasos causados por diversos fatores climáticos. Calor, chuva, raios, ventos fortes. Talvez o mais engraçado, porém, tenha sido Chelsea e Benfica precisando de quase 5 horas para terminar a partida. FIFA, resolvam isso.

Há uma história engraçada em que Gary Neville, então técnico do Valencia, viu seu time ser derrotado pelo Barcelona de Luis Enrique na Copa do Rei em 2016. O Valencia estava com 10 jogadores e perdia por 4 a 0 no intervalo. Neville pensou que o técnico espanhol instruiria seu time a diminuir o ritmo. Eles não fizeram isso, e o Barça venceu por 7 a 0.

Parece que o técnico envelheceu graciosamente desde então, porque no início desta semana, contra o Inter Miami, ele basicamente disse aos seus jogadores para pararem. O PSG estava vencendo por 4 a 0 no intervalo. O estrago já estava feito. Eles venceram facilmente, eliminaram o último time da MLS no Mundial de Clubes e praticamente tocaram a bola pelos últimos 45 minutos.

Falando em cartões amarelos irresponsáveis, Jobe Bellingham já estava pendurado com um amarelo antes do jogo do Dortmund nas oitavas de final contra o Monterrey na terça-feira. Um cartão nessa partida teria resultado em suspensão contra o Real Madrid e contra seu irmão mais velho, Jude.

Naturalmente, Jobe decidiu dar um carrinho dos mais bobos que você já viu, derrubando um ponta do Monterrey sem pensar duas vezes, levou o amarelo e privou a internet de um ótimo conteúdo — sem falar que prejudicou as chances do seu time de seguir avançando no torneio.

Isso mesmo. Cinco times europeus, dois brasileiros e um clube saudita compõem as quartas de final. Até agora, times brasileiros venceram equipes europeias três vezes, e o Al Hilal eliminou o Manchester City de toda a competição. Será essa a igualdade que todo mundo esperava? Depende. É tudo subjetivo, é claro. Uma boa igualdade provavelmente seria ter River Plate ou Boca Juniors na disputa. Mas mendigos não podem escolher, e essa parece ser uma boa mistura de talentos.

Thomas Müller está saindo do Bayern. Todos nós já sabemos disso. A saída dele dos bávaros é uma história triste no futebol. Ele é um dos verdadeiros ícones de jogador que só vestiu uma camisa na carreira. Eles não fazem mais jogadores como ele. Ver Müller com as cores de outro clube parece errado. Mas essa pode ser uma despedida marcante do Bayern.

A boa notícia, fãs da Premier League, é que certamente não será no Manchester United. Müller tem a chance de uma despedida perfeita no Bayern e confirmou, de forma definitiva, que não jogará nos Red Devils: "Eu não sou o cara certo para eles e eles não são o clube certo para mim. Eles não vão se divertir e eu não vou me divertir, então não é uma combinação."

Ai.

Bem, agora estamos reduzidos a oito. Todos os favoritos iniciais, exceto o Manchester City, estão aqui. Algo realmente mudou desde três semanas atrás? Alguém pode considerar as variáveis, levar em conta o clima, as lesões, os confrontos, e dizer que algo além de uma vitória do PSG ou do Real Madrid parece provável agora? Difícil dizer. Mas agora essas previsões serão colocadas à prova.