Rasmus Hojlund pode ser a chave para salvar a temporada do Manchester United

"Não, foi apenas uma vitória", disse Ten Hag, relembrando o mês anterior à pausa para a data Fifa, quando o United registrou seu pior início de temporada na Premier League.

"No último bloco [de jogos], não vencemos o suficiente, mas só perdemos um jogo... Então, a única coisa que precisávamos fazer era marcar gols. Estávamos em boas posições, mas não fomos clínicos e determinados o bastante", disse ele. "O que não ajudou foi o Rasmus Hojlund estar lesionado no início da temporada, mas agora ele está de volta."

Ele tinha razão, Hojlund realmente estava de volta, coroando uma excelente atuação individual contra o Brentford com uma finalização fria e precisa, que garantiu a vitória.

Foi o primeiro gol de Hojlund na Premier League nesta temporada, mas em apenas sua segunda partida como titular, após uma lesão inoportuna na pré-temporada atrasar sua campanha em dois meses. Sua atuação deu ao United uma esperança genuína de que sua má fase talvez estivesse prestes a mudar.

O tempo de Hojlund no United tem sido marcado por longas ausências, e, pela segunda temporada consecutiva, ele teve que perder o início após sofrer uma lesão no tendão na primeira partida da turnê de pré-temporada contra o Arsenal, o mesmo jogo em que Leny Yoro, principal contratação do verão europeu, lesionou os ligamentos do tornozelo.

Em sua primeira temporada, Hojlund chegou com uma lesão nas costas, o que fez com que ele só estreasse como titular em meados de setembro. Em novembro, lesionou um músculo contra o Luton, e, quando estava começando a se firmar na liga em fevereiro, marcando em cinco jogos consecutivos, sofreu uma lesão no tendão que o afastou por mais quatro jogos.

Não é de se surpreender que ele tenha descrito sua lesão mais recente, que ocorreu poucos dias após se juntar ao elenco do United depois da Euro 2024, como "irritante". Sempre que se machuca, Hojlund demora algumas semanas para voltar ao ritmo normal.

Ele teve pouca participação no empate sem gols contra o Aston Villa antes da pausa internacional. Mas, depois de jogar duas vezes pela Dinamarca, voltou a se destacar contra o Brentford, e não apenas por ter marcado o gol da vitória.

Hojlund se combinou bem com Marcus Rashford e Alejandro Garnacho, que teve uma maneira curiosa de descrever a atuação de seu companheiro de ataque.

"Acho que o gol foi a pior parte da sua performance, porque ele segurou a bola muito bem e deu fôlego ao time", disse o argentino. Hojlund concordou, admitindo que evitou o lado físico e se concentrou em usar a bola de forma eficiente.

"Foi apenas uma questão de tentar não lutar muito com os defensores", explicou. "Tive uma boa situação onde girei em cima dele [Ethan Pinnock], e continuei tentando fazer isso, focando em baixar a bola, segurá-la e jogar a partir daí. Funcionou muito bem e estou muito satisfeito com o desempenho do time e o meu."

Ten Hag destacou o lado mais simples do jogo de Hojlund e a razão principal pela qual o United pagou £72 milhões de libras para contratá-lo da Atalanta há dois verões. "Ele sempre vai marcar", disse o técnico. "O importante é que ele continue saudável. Ele teve muitas lesões na primeira temporada, e, quando está em forma, ele vai marcar gols, porque isso está provado em suas estatísticas."

Hojlund terminou sua primeira temporada com 16 gols em todas as competições, um número razoável considerando seus problemas físicos e o fato de que ele estava se adaptando à sua primeira temporada na Inglaterra. No entanto, ainda parecia decepcionante, dado seu alto preço e porque não se comparava aos 44 gols de Harry Kane, o principal alvo do United naquele verão.

O fato de Hojlund ter sido o artilheiro do United na última temporada, mesmo com essa contagem, foi um indicativo das dificuldades gerais da equipe no ataque, e foi por isso que muitos comentaristas pediram ao clube que contratasse outro atacante na janela de transferências.

O United realmente contratou outro atacante, Joshua Zirkzee, mas ele sempre teve a reputação de ser mais um facilitador do que um finalizador. Desde que marcou em sua estreia contra o Fulham, o holandês não conseguiu balançar as redes em suas últimas 10 partidas.

A chegada de Zirkzee fez pouco para aliviar o peso dos gols sobre Hojlund, e, ao substituir o atacante contra o Brentford, ele desperdiçou uma ótima oportunidade de garantir a vitória ao dar um toque pesado na bola.

A longa ausência de Hojlund da equipe pode ajudar a explicar o desempenho ruim do United no ataque, que foi resumido pelo fato de que, quando o apito do intervalo soou no sábado, a equipe de Ten Hag era a que menos marcava na Premier League. Ou que, quando Danny Welbeck fez seu quinto gol da temporada para colocar o Brighton à frente no Newcastle, ele tinha o mesmo número de gols que todo o elenco do United. O atacante do Brentford, Bryan Mbuemo, tinha um a mais.

Os gols de Garnacho e Hojlund no segundo tempo elevaram o total insignificante do United, e sua vibrante performance após o intervalo foi um dos melhores momentos do clube sob o comando de Ten Hag.

O desafio agora é manter o ritmo, seguindo o empate contra o Fenerbahçe de José Mourinho na Europa League e, em seguida, vencendo o West Ham no domingo (27). Hojlund é central para esses planos. Afinal, o United não está tendo dificuldades para criar chances.

No sábado, eles tiveram 23 chutes, sendo 11 no alvo. O Brentford teve apenas dois chutes a gol. Na Premier League, o United está classificado em quinto lugar em chutes a gol por jogo e em nono em chutes totais. Mas, em termos da métrica mais importante, gols marcados, estão em 16º lugar, com apenas sete gols.

Eles não conseguiram marcar em quatro dos oito jogos da liga. Se conseguirem continuar criando chances nesse ritmo, mas melhorarem na conversão, voltarão a subir na tabela e entrarão na briga pelo top-4.

Portanto, Hojlund detém a chave para transformar essa alta taxa de chutes em gols e para tornar o ponto de virada que desejam uma realidade, em vez de mais uma promessa vazia.