Raphinha dispara contra Mundial de Clubes e revela incômodo com calendário: “Ninguém perguntou sobre abrir mão de férias"

Durante evento em São Paulo, nesta sexta-feira (27), Raphinha, atacante do Barcelona e da seleção brasileira, criticou o calendário do futebol internacional e a criação do novo formato do Mundial de Clubes da Fifa. Mesmo sem estar na disputa, o jogador se solidarizou com atletas de clubes europeus que precisaram abrir mão das férias para participar da competição. Segundo ele, os jogadores não foram consultados sobre a inclusão do torneio no calendário, o que, na sua visão, desrespeita o direito de descanso dos profissionais.

A crítica de Raphinha acontece em meio à primeira edição do Mundial de Clubes da Fifa com 32 participantes, disputado nos Estados Unidos. A competição ocorre logo após o fim da temporada europeia, o que forçou atletas como Marquinhos e Beraldo (PSG), que disputaram a final da Champions e a Data Fifa com a seleção brasileira, a emendar o calendário direto no torneio.

Para Raphinha, a falta de férias é uma consequência direta da má organização do futebol internacional e da ausência de escuta por parte da entidade.

Raphinha falou à imprensa em um evento realizado em São Paulo:

"Particularmente falando, como alguém que joga em um time europeu, eles estariam de férias, né? Marquinhos e Beraldo do PSG, por exemplo, eles jogaram a final da Champions, depois se apresentaram à seleção brasileira e agora estão disputando esse torneio. Eles não pararam. Muitos dizem que é uma desculpa, mas abrir mão de férias por obrigação é muito complicado. É um direito do jogador. Ter que abrir mão das férias para jogar algo que você é obrigado, é muito ruim."

O PSG pode terminar a temporada 2024/25 com até 65 partidas oficiais, caso avance à final do Mundial. Isso se soma à participação na Champions League, no Campeonato Francês, em copas nacionais e nas Datas FIFA. Em 2026, o cenário tende a se agravar com a Copa do Mundo no calendário.

Com os clubes brasileiros já classificados às oitavas de final do torneio — incluindo duelos como Palmeiras x Botafogo, Flamengo x Bayern de Munique e Fluminense x Inter de Milão —, a fala de Raphinha pode reforçar o debate sobre o futuro da competição.

A expectativa é que entidades como Fifa e Uefa sejam pressionadas por sindicatos de atletas e clubes europeus a repensar o volume de jogos e o período de descanso dos jogadores, especialmente em anos com grandes torneios internacionais.