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Lucho Acosta Berhalter GFXGOAL

Quem é Luciano "Lucho" Acosta, o outro argentino que brilha na MLS e pode ser a estrela dos Estados Unidos na Copa do Mundo

Não há dúvida sobre quem é a maior estrela na MLS agora. Lionel Messi seguirá ostentando esse título enquanto jogar pelo Inter Miami, atraindo multidões por onde quer que vá. Ele pode não ter conseguido levar seu novo time aos playoffs em 2023, mas, mesmo sem ele, a liga estadunidense continua agitada. E o prêmio de MVP (Jogador Mais Valioso da temporada regular) já tem dono. E não é Messi - é Lucho Acosta.

Acosta liderou a melhor temporada regular da história do FC Cincinnati, que foi coroado campeão do Supporters' Shield e chegou às semifinais da US Open Cup, para ser eventualmente derrotado por Messi e o Miami.

Acosta marcou 17 gols e distribuiu 14 assistências até aqui, e, como resultado, recebeu a honra do MVP. Ainda no processo de adquirir sua cidadania americana, o jogador de 29 anos também busca espaço na seleção dos EUA para, potencialmente, ser convocado para a Copa do Mundo de 2026, em solo americano.

O que o pequeno Acosta falta em tamanho, compensa em habilidade, inteligência e consciência em todo o campo. Se Gregg Berhalter tiver a oportunidade de ter Acosta em sua equipe, automaticamente elevaria os padrões da seleção americana.

De uma mudança transferência para o Paris Saint-Germain a turbulências com o DC United, e agora MVP, Acosta se adaptou e continua a se destacar na MLS. Agora, finalmente, ele está sendo reconhecido por sua genialidade.

  • Wayne Rooney Lucho Acosta DC UnitedGetty Images

    Onde tudo começou

    Acosta não poderia ter sido revelado por um clube mais tradicional que o Boca Juniors. Com apenas 21 anos, Acosta mudou-se para os Estados Unidos, ingressando no DC United, emprestado, em 2016, pelo seu amado Boca. Ele exerceu impacto imediato, com três gols e oito assistências em sua primeira temporada, e o United acabou o comprando.

    Dois anos depois, Acosta era considerado um dos melhores jogadores na MLS, e sua rendimento só cresceu depois que o DC acertou a chegada de Wayne Rooney, que chegou a afirmar que Acosta era "um dos melhores com que já joguei". A dupla, aliás, marcou um dos gols mais famosos da história da liga.

    No entanto, após não conseguir se transferir ao PSG, Acosta deixou o United, em 2020, como agente livre, acertando com o Atlas, time do México. No ano seguinte, porém, retornou à MLS, após assinar com o Cincinnati. Agora, dois anos depois, levou o FC Cincy da mediocridade à disputa pelo título.

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  • Lucho Acosta DC United 2019Getty Images

    Sonhos parisienses vão por água abaixo

    Em janeiro de 2019, Acosta já era o queridinho da MLS. Prosperando ao lado de Rooney, ele se firmou como um dos jogadores mais promissores da liga. Enquanto isso, com Miguel Almirón acertando transferência para o Newcastle, todos os olhos estavam voltados para ver quem seria o 'próximo Almiron'.

    O PSG certamente achava que Acosta se encaixava no perfil, e eles o perseguiram como um falcão no final da janela de transferências da MLS daquele ano. Segundo o The Athletic, o então diretor do D.C. United, Dave Kasper, viajou com Acosta para Paris para se encontrar com os gigantes franceses por meio de um 'intermediário não identificado' - mas foi aí que o acordo começou a desmoronar.

    O intermediário pareceu fornecer informações falsas para ambas as partes com antecedência, e os dois lados não conseguiram chegar a um acordo em relação aos valores por Acosta. O United queria algo entre 13 e 15 milhões de dólares (hoje, algo entre R$ 63,6 mihões e R$ 73,4 milhões) , enquanto a oferta do PSG era de 9,1 milhões de dólares (cerca de R$ 44,5 milhões atualmente).

    Se Acosta teria se destacado em um gigante europeu é difícil dizer, mas o interesse do PSG destaca o nível de talento do qual estamos falando aqui.

  • Luciano Acosta Supporters' Shield FC Cincinnati 2023Getty Images

    Capitão e campeão

    Quando o FC Cincinnati ingressou na MLS, em 2019, tratava-se de uma equipe ruim. Bem ruim. Não há sentido em tentar ser educado aqui. O time era terrível, e não foi apenas por um ano - foram três temporadas consecutivas terminando como o pior da MLS, conquistando apenas 14 vitórias na liga nesse período.

    A sorte mudou, no meio desse terceiro ano, no entanto. Acosta chegou, e o Cincinnati construiu um elenco em torno de um jogador que já havia mostrado muito potencial na MLS. Chegando a 2022, a primeira temporada completa de Acosta com o Orange and Blue, ele foi nomeado capitão, e levou a franquia aos playoffs pela primeira vez em sua história. Progresso.

    2023, no entanto, foi ainda mais incrível. O Cincy ficou invicto nos sete primeiros jogos da temporada e sofreu apenas uma derrota em seus primeiros 22 jogos em todas as competições. Acosta continuou marcando, dando assistências e liderando-os para vitórias, e o argentino recebeu as honras de capitão pela MLS, no jogo das estrelas de 2023, contra o Arsenal, em julho.

    A campanha regular de 2023 entrou para a história da liga como uma das melhores de todos os tempos, ficando apenas atrás do New England Revolution, em 2021. Acosta foi indicado para o prêmio de MVP de 2023 e agora é o primeiro vencedor do prêmio da história do time. Praticamente sozinho, transformou a franquia.

  • US Head coach Gregg Berhalter 1Getty Images

    Novo 'agente duplo' de Berhalter?

    Ainda estamos a mais de dois anos da Copa do Mundo de 2026, mas o planejamento da seleção dos EUA para o torneio começou no momento em que a equipe foi eliminada nas oitavas de final do mundial no Qatar.

    Um aspecto desse planejamento, que começou antes mesmo do fim do ano passado, foi a persuasão de jogadores com dupla nacionalidade a se comprometerem a integrar o elenco do técnico Gregg Berhalter. Berhalter tem sido parte treinador e parte recrutador nos últimos anos e garantiu os serviços de jogadores suficientes para tornar seu elenco um dos mais talentosos do mundo.

    Christian Pulisic, Timothy Weah, Yunus Musah, Antonee Robinson, Malik Tillman, Cameron Carter-Vickers e Jesus Ferreira são apenas alguns dos nomes de destaque que se comprometeram com a causa dos EUA nos últimos tempos. Folarin Balogun, que rejeitou as investidas da Inglaterra, Kristoffer Lund, Kevin Paredes e Lennard Maloney são os mais recentes a também entrarem na lista.

    O próximo alvo de Berhalter é Acosta, que, no início deste ano, iniciou o processo de obtenção de sua cidadania americana. Em junho, Acosta disse ao The Athletic que "obviamente" aceitaria uma convocação para a seleção americana. O meio-campista argentino acrescentou: "É uma das razões pelas quais iniciei o processo [de obtenção de cidadania americana]".

    Garantir os serviços de Acosta ofereceria aos EUA uma presença mais veterana em seu ataque incrivelmente jovem, oferencendo alternativa a Gio Reyna na posição de camisa 10. O histórico de lesões de Reyna é motivo de preocupação, e não há uma clara opção ao jovem do Borussia Dortmund no atual elenco. Acosta preenche todas essas lacunas.

  • Gio Reyna Lucho Acosta USMNT splitGetty Images

    Como Acosta encaixaria na seleção dos EUA

    Há quem argumente que, mesmo que Acosta entre consiga liberação para jogar pelos EUA, não conseguiria um lugar no time titular. No entanto, um jogador de sua experiência e calibre seria crucial para lidar com a pressão de sediar uma partida da Copa do Mundo em solo americano. Como ele se encaixaria dentro de campo depende de Reyna e seus minutos em campo, considerando, sobretudo, sua saúde.

    Quem se sairia melhor entre Pulisic e Weah, atrás de Balogun, é discutível. Reyna tem a seu favor sua idade e experiência europeia de alto nível, mas, no momento, Acosta tem números mais consistente em campo. Presumindo que o último eventualmente se comprometa com os EUA, essa será uma batalha empolgante para acompanhar.

  • Lucho Acosta FC Cincinnati 2023Getty Images

    E agora?

    Durante este período de playoffs, é tudo ou nada para Cincinnati e Acosta, favoritos para conquistar a liga e que já chegaram às finais da Conferência Leste. Quando exatamente o argentino vai receber a confirmação de sua cidadania dos EUA é difícil dizer. Quanto mais isso se arrastar, porém, menos provável que ele conseguirá defender os EUA para a Copa América de 2024. Ainda assim, às vésperas da intertemporada, tudo é possível.

    Para a Copa do Mundo, no entanto, ainda há tempo de sobra para que Acosta conquiste lugar na equipe de Berhalter. Se conseguir manter a boa forma em 2023,terá todo o potencial para elevar o nível da seleção dos EUA - embora não seja exatamente no mesmo nível de Messi em Miami.