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Qual seleção tem os melhores pontas na Copa do Mundo 2022?

As quartas de final da Copa do Mundo finalmente chegaram e certas tendências táticas surgiram. De fato, Arsene Wenger, o lendário ex-técnico do Arsenal que agora é chefe do Desenvolvimento Global do Futebol da Fifa, revelou em uma entrevista coletiva na semana passada que a quantidade de gols marcados nos cruzamentos em campo aberto no Qatar 2022 subiu 83% em relação ao torneio da Rússia, de 2018.

Consequentemente, o francês acredita que "as equipes com os melhores pontas têm maiores chances de ganhar a Copa do Mundo". "As equipes são agora mais compactas e protegem mais o meio do campo, por isso vemos mais assistências vindas das alas e é também por isso que vemos menos chutes de longa distância".

As estatísticas certamente parecem apoiar esta afirmação. Por exemplo, todos os quatro gols da vitória de 3 a 1 da Holanda sobre os EUA nas oitavas de final vieram de cruzamentos em campo aberto. Dois dos três gols da Inglaterra no 3 a 0 contra Senegal também foram de jogadas pelos lados da grande área. Mas qual das equipes restantes tem os melhores pontas? Veja:

  • Di Maria ArgentinaGetty

    Argentina

    Os comandos de Lionel Scaloni se apoiaram fortemente em Angel Di Maria, seu melhor - e único - ponta, para ganhar a Copa América de 2021. Durante as primeiras partidas no Qatar 2022, seu plano de jogo mais uma vez se concentrou fortemente em bolas longas atrás da defesa adversária para o jogador da Juventus atacar.

    No entanto, Di Maria não jogou contra a Austrália nas oitavas de final por causa de uma pequena lesão. Consequentemente, a maioria das situações ofensivas da Argentina foram criadas no meio do campo e Messi finalmente encontrou algum espaço para fazer as coisas acontecerem.

    Entretanto, ficou claro durante aquela partida, particularmente durante a meia hora inicial, que a Argentina não tem realmente um Plano B para quando Di Maria estiver indisponível, pois nem Papu Gomez nem Angel Correa estão no mesmo nível.

    Scaloni tentou negociar sem o Di Maria mudando para uma formação 3-5-2, para que os alas pudessem fornecer alguma abertura. Mas não há alternativa realmente eficaz como ter o Di Maria em campo. É uma boa notícia, então, que ele deve estar em forma e tranquilo para o confronto das quartas de final de sexta-feira (09), com a Holanda.

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  • Vinicius Brasil Suiza Mundial QatarGetty

    Brasil

    Vinicius Junior é, sem dúvida, um dos melhores pontas do mundo. Ele é rápido, ágil, inteligente, pode criar e pode finalizar, como sublinhado por seu gol e assitência na vitória por 4 a 1 sobre a Coreia do Sul. De fato, o astro do Real Madrid já esteve diretamente envolvido em cinco dos sete gols que o Brasil marcou na Copa do Mundo até o momento.

    Raphinha, no flanco oposto, também impressionou nas oitavas, mas o grande destaque do Brasil é a grande quantidade de opções fantásticas que eles têm em campo. Antony e Gabriel Martinelli podem ambos fazer sérios danos saindo do banco contra pernas cansadas, enquanto Neymar não é qualquer desconhecido para se deslocar para a esquerda e tecer sua magia.

    Se um time com pontas fantásticos realmente vai ganhar a Copa do Mundo, então o Brasil tem todas as chances de adicionar uma sexta estrela a sua camisa no domingo (18).

  • 20221205 Ivan PerisicGetty Images

    Croácia

    A equipe croata jogou contra o Japão com três homens na frente: Andrej Kramaric, Bruno Petkovic e Ivan Perisic. Nenhum deles ocupou os flancos. Eles jogaram basicamente no meio do terço final, procurando aqueles alinhamentos internos que poderiam levar a uma jogada de um contra um com o goleiro.

    Mas essa estratégia não funcionou. Na verdade, seu único gol do jogo - uma cabeçada impressionante de Perisic - veio de um cruzamento em profundidade. A Croácia é, sem dúvida, o time mais fraco do torneio em termos de jogadores amplos, o que significa que, mais uma vez, eles contarão fortemente com a criatividade de Luka Modric no meio-campo para abrir a defesa brasileira em seu confronto das quartas-de-final, no Education City Stadium.

  • Bukayo Saka England WC 2022Getty

    Inglaterra

    O principal ponto de discussão entre os ftorcedores ingleses até o momento é quem Gareth Southgate deve escolher para as pontas. De fato, houve tumulto sobre Phil Foden ter começado no banco nos dois primeiros jogos, mas agora ele está firmemente estabelecido na titularidade dos Três Leões, após impressionantes exibições contra País de Gales e Senegal.

    Ele acrescentou aquela mistura de qualidade e agressão que a Inglaterra vinha perdendo. Bukayo Saka também deve começar contra a França, já tendo marcado três vezes no Qatar. No entanto, o que é mais impressionante na Inglaterra é sua profundidade de ataque.

    Mesmo que Foden e/ou Saka tenha um dia ruim, Southgate pode trazer Marcus Rashford, que marcou dois tentos contra Gales, Jack Grealish ou Raheem Sterling, que voltou ao plantel depois de voar de volta para a Inglaterra na semana passada para estar com sua família após um arrombamento em sua casa.

  • Kylian-Mbappe(C)Getty Images

    França

    Algum outro país tem um par de pontas titulares melhor do que a França? Kylian Mbappé tem sido o jogador do torneio até agora. O astro Paris Saint-Germain parece ser capaz de fazer o que quiser a qualquer momento.

    Ele marcou dois gols incríveis contra a Polônia para levar sua contagem geral a cinco. Mas ele não é apenas um grande finalizador, seu ritmo também é uma arma letal quando se trata de criar chances para os companheiros de equipe. Os adversários podem ter que dobrar a marcação no Mbappé, mas isso é um problema, já que Ousmane Dembélé no flanco oposto é indiscutivelmente tão rápido quanto seu bom colega de equipe.

    Esta é provavelmente a melhor versão do Dembélé que já vimos até hoje e a Inglaterra deve estar ciente de que a ameaça de ataque da França pode vir de ambos os lados do campo. Não esqueçamos também que Didier Deschamps tem Kingsley Coman na reserva.

  • Hakim Ziyech.Getty

    Marrocos

    Sofiane Boufal e Hakim Ziyech desempenharam um papel fundamental na corrida do Marrocos até as quartas de final. A dupla jogou em todos os quatro duelos até hoje. Na verdade, este não é um time que marca muitos gols. Até o momento, eles só marcaram quatro, mas Ziyech esteve diretamente envolvido em dois deles.

    Boufal, por sua vez, é uma saída tremenda para um time que passa muito tempo com recuado. Portugal, portanto, precisará estar atento à ampla ameaça dos dois, já que eles, como a Espanha, a quem o Marrocos incomodou nos pênaltis nas oitavas, preferem jogar a bola nas áreas centrais.

  • Denzel Dumfries Netherlands 2022 World CupGetty

    Holanda

    Esta não é uma equipe holandesa clássica. Louis van Gaal gosta de jogar com três ao fundo, dando às suas laterais a liberdade de avançar o máximo possível. Consequentemente, Denzel Dumfries e Daley Blind foram parte integrante de sua vitória por 3 a 1 sobre os EUA nas oitavs.

    De fato, Dumfries marcou um gol e criou chances de outros dois, incluindo um para Blind. Todos os três gols vieram de cortes, com o jogador escolhendo um companheiro de equipe não marcado. A Argentina precisará estar muito, muito atenta aos laterais e corredores da Holanda que chegam pouco depois à área.

  • Rafael Leao Portugal 2022Getty Images

    Portugal

    Portugal não joga realmente com grande amplitude na frente. Rafael Leão, seu único ala ortodoxo, começou todos os jogos até agora no banco, com Frenando Santos preferindo, ao invés disso, colocar o atacante do Milan mais tarde.

    Funcionou bem até hoje, com Leão marcando gols tanto contra Gana quanto contra a Suíça. A preferência de Portugal por jogar com os atacantes invertendo posições está colhendo recompensas. Mesmo que João Felix, Bruno Fernandes e Bernardo Silva gostem de jogar de forma mais central, eles ainda estão encontrando espaço devido à forma como trocam de posição regularmente de forma tão eficaz.

    Então, a pergunta é: Portugal precisa jogar com pontas adequados? Sobre a evidência do que vimos até agora, não, já que eles conseguem muita largura com os laterais Diogo Dalot e Raphael Guerreiro.

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