Primeiros sinais de Lucas Moura no São Paulo levantam expectativa do “vai sobrar no Brasil”

O primeiro gol foi uma pintura de Wellington Rato, justamente um dos atacantes cuja posição no 11 inicial foi colocada em xeque após as chegadas de Lucas e James Rodríguez. A finalização de longe terminou com a bola estufada no ângulo direito de Cássio. Wellington voltaria a aparecer no lance do 2 a 0, mas o brilho ficou para a maestria de Lucas Moura. O camisa 7 tricolor estava na entrada da área, cercado por corintianos, e – como se estivesse jogando em um campo vazio – cruzou para Wellington, abrindo a jogada, antes de sair em disparada para a pequena área. Lá, de cabeça, ampliou para o São Paulo.

Apesar de estar escalado na ponta-direita, Lucas flutuou pelos espaços que apareciam no campo de ataque. Especialmente naquela faixa de grama reservada aos camisas 10. Não é algo novo para ele, que ao longo dos últimos anos mostrou capacidade para jogar em todas as posições de ataque, desempenhando várias funções. Mas no São Paulo, no futebol brasileiro, Lucas Moura dá indícios que pode brilhar com um protagonismo que não encontrou do outro lado do oceano. Apareceu recuado, para construir, criou outras ótimas chances de gol, defendeu bem sem a bola e, conforme já foi escrito, deixou a sua contribuição no fundo das redes.

A exibição contra o Corinthians fez torcedores são-paulinos lembrarem de um grande ídolo. Em 1998, Raí retornava ao Morumbi após anos defendendo o PSG na Europa e seu primeiro desafio foi logo um jogo decisivo: contra o Corinthians, com o São Paulo precisando de uma virada para ficar com o título paulista após derrota por 2 a 1 no primeiro encontro. Como se não fosse coincidência o bastante, o treinador alvinegro era Vanderlei Luxemburgo – comandante corintiano também nesta semifinal de Copa do Brasil em 2023.

Raí fez um gol, participou de outro e o São Paulo foi campeão com vitória por 3 a 1. Lucas Moura disputou uma semifinal, e o sonho de título de Copa do Brasil agora fica a duas partidas de poder se transformar em realidade. Com a qualidade e intensidade do futebol que mostrou logo neste seu retorno, Lucas Moura já aumenta as esperanças tricolores. Grandes jogadores sempre acabam levantando expectativas. Se o Lucas que saiu do Morumbi, em 2012, não conseguiu estar à altura daquelas que o cercaram em sua aventura europeia, neste seu ótimo retorno não são poucos os que cravam: “vai sobrar no futebol brasileiro”. É bom não duvidar desta vez.